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Chuva atrapalha evento, mas Verstappen vence GP do Japão e conquista título em Suzuka

O GP do Japão foi caótico por conta da chuva, mas a Red Bull encerrou a prova com uma dobradinha e a conquista do título de Max Verstappen

O GP do Japão foi disputado neste domingo (09), na verdade a realização da prova foi um grande problema, principalmente por conta da chuva. A previsão do tempo neste fim de semana foi precisa, desta forma antes do início da corrida, a chuva chegou ao autódromo. E diferente do que ocorreu em Singapura, onde o início da prova foi atrasado em uma hora – no Japão os procedimentos para o começo da corrida seguiram.

A prova começou com uma largada parada e antes do final da primeira volta, vários incidentes aconteceram – o Safety Car entrou em pista e depois evoluiu para uma bandeira vermelha. Sem possibilidade de retomar a corrida, a direção de prova aguardou até a última hora do evento para tentar retomar a prova. Os pilotos pegaram uma janela com a chuva reduzida que viabilizou a conclusão da prova.

Max Verstappen venceu o GP do Japão cruzando a linha de chegada com mais de 27 segundos de vantagem. O holandês então conquistou o seu segundo título como desejava, correndo na casa da Honda e selando mais uma vez a grande parceria que foi estabelecida entre a empresa japonesa e a Red Bull.

Sergio Pérez ficou com o segundo lugar, depois que a direção de prova puniu Charles Leclerc ao final da prova. O monegasco recebeu a bandeirada em segundo lugar, mas por ter cortado a chicane do circuito de Suzuka e ganhado vantagem duradoura na disputa com Pérez, o piloto recebeu cinco segundos de punição.

A disputa entre o mexicano e o monegasco foi uma das mais eletrizantes neste final de prova, principalmente por conta da pressão que Pérez estava fazendo em seu adversário. O mesmo podemos dizer para a disputa travada em Esteban Ocon e Lewis Hamilton pelo quarto lugar. O piloto da Mercedes perseguiu o piloto da Alpine, mantendo a proximidade na busca de encontrar uma brecha para ultrapassar o piloto francês. Mas com as condições da pista e também dos pneus, o ganho da posição não foi possível.

Sebastian Vettel largou da nona posição, caiu para o final do pelotão na primeira volta da corrida e voltou a aparecer entre os dez, depois que a Aston Martin apostou na antecipação da sua parada, para instalar os pneus intermediários – depois da relargada que retomou a prova. O alemão então terminou a corrida no sexto lugar, mostrando um grande domínio.

Fernando Alonso foi o sétimo colocado, também em uma prova intensa para o piloto espanhol. George Russell ficou com a oitava posição, em mais um fim de semana um tanto complicado para a Mercedes, mas onde o piloto britânico conseguiu realizar ultrapassagens. Nicholas Latifi obteve os seus primeiros pontos da temporada e acompanhado de Lando Norris, fecharam o top-10 no Japão.

Verstappen recebeu todos os pontos, pois mesmo com a corrida sendo encerrada com 29 voltas e pelo tempo do evento, ela pode ser retomada e não terminou em bandeira vermelha. A punição aplicada para Charles Leclerc então viabilizou a conquista do título do holandês.

Saiba como foi o GP do Japão

Antes do início do GP do Japão, a direção de prova informou que Pierre Gasly começaria a prova do pit-lane. A AlphaTauri substituiu a asa traseira, e também fizeram uma alteração na suspensão traseira e no lastro da asa dianteira. Como a asa traseira instalada é de uma especificação diferente, o piloto foi forçado a abandonar a 17ª posição, para iniciar a corrida do pit.

O grid de largada para o GP do Japão ficou definido desta forma – Foto: reprodução FIA

Antes da largada dar início a prova, a chuva começou a cair em Suzuka, forçando os pilotos a trabalhar com os pneus destinados para a pista molhada. No traçado era possível observar algumas poças. A temperatura na pista estava na casa dos 21°C, com 18°C no ambiente.

Todos os pilotos começaram a prova usando os pneus intermediários (faixa verde), mas apenas Hamilton tinha em seu carro compostos usados, diferente dos outros competidores que usavam jogos novos de pneus para pista molhada. O spray levantava com a passagem dos carros.

A direção de prova optou pela largada parada, mesmo com a pista molhada. Verstappen e Leclerc não tracionaram tão bem, enquanto os outros competidores espalharam no traçado. O holandês e o monegasco começaram a dividir as curvas, mas o piloto da Red Bull levou a melhor. Vettel começou a corrida bem, diferente de Alonso que perdeu rendimento, mas por conta de um toque com espanhol caiu para o final do pelotão.

Antes da primeira volta ser completada, o Safety Car foi acionado. Sainz bateu danificando a sua asa traseira, depois de ter perdido o controle do carro por conta de uma aquaplanagem. Albon também encostou o carro, pois o motor do seu carro começou a falhar.  Gasly pegou uma placa de pista e seguiu para os boxes para arrumar o seu carro, substituindo a sua asa dianteira, o francês foi devolvido ao traçado usado os pneus de chuva extrema.

Pierre Gasly tinha ficado furioso, o piloto ao retornar ao traçado se deparou com dois tratores na pista, em um momento que não existia nenhuma visibilidade, exatamente no traçado que Jules Bianchi sofreu o acidente que ocasionou sua morte meses depois do piloto.

Lance Stroll foi o piloto que melhor largou, o canadense fugiu dos seus rivais depois de começar a corrida da 18ª posição, saltando então para a 11ª posição.

Com três voltas a direção de prova levou a corrida para a bandeira vermelha, assumindo que não tinha condições de seguir a prova, não apenas por falta de visibilidade, mas também pela necessidade de remover os carros de Albon e Sainz do circuito.

Neste momento, o grid estava organizado desta forma: Verstappen, Leclerc, Pérez, Ocon, Hamilton, Alonso, Russell, Ricciardo, Tsunoda, Schumacher, Stroll, Magnussen, Norris, Bottas, Latifi, Vettel, Zhou e Gasly. Albon e Sainz tinham abandonado.

A direção de prova tinha informado o horário das 2h50 no Brasil e 14h50 no Japão para o início da corrida, porém, o reinício da prova foi abortado. O tempo do evento passou a ser informado pela transmissão, delimitando o tempo de duração.

A corrida foi ‘retomada’ às 4h15, os carros foram liberados para a pista atrás do Safety Car, para que os pilotos tivessem a oportunidade de sentir o traçado e decidir se seria possível retomar a prova. Os competidores foram orientados à seguir para o traçado com os pneus de chuva extrema (faixa azul).

Mesmo atrás do carro de segurança na pista e com a proximidade dos carros, os pilotos que estavam mais à frente do grid informavam que as condições no traçado não eram tão ruins, porém, Bottas que ocupava a décima quarta posição, informava que a visibilidade era bem precária.

O Safety Car deixou a pista ao final da quinta volta, Verstappen tentava manter a dianteira e controlava o ritmo de todo o pelotão. O holandês tentava se livrar das investidas de Charles Leclerc. Nicholas Latifi e Sebastian Vettel abandonaram as disputas para seguir aos boxes e instalar os pneus intermediários.

Neste momento a direção de prova declarou que a corrida seria encerrada pelo tempo, restando cerca de 38 minutos para o final. As posições não se alteravam, com a pouca visibilidade na pista. Norris também foi chamado aos boxes pela McLaren, para instalar os compostos de faixa verde.

Em um momento onde as ultrapassagens não aconteciam, Magnussen atacou Stroll e ganhou a posição na pista. Na sétima volta foi a vez de Verstappen, Leclerc, Pérez, Ocon, Hamilton, Tsunoda, Russell, Stroll, Magnussen e Gasly saltaram para os boxes instalando os compostos intermediários.

Na nona volta, Alonso abandonou a ponta e, seguido por Ricciardo partiram para os boxes instalando os pneus intermediários. Verstappen ultrapassou Mick, para então reassumir a liderança da prova. Desta forma Schumacher e Zhou eram os únicos competidores usando os pneus de chuva extrema. Schumacher foi atacado por Pérez, enquanto no final do pelotão, Magnussen era pressionado por Bottas, valendo a décima sétima posição.

Com dez voltas os dez primeiros eram: Verstappen, Leclerc, Pérez, Schumacher, Ocon, Hamilton, Vettel, Alonso, Latifi e Norris. Schumacher tinha se tornado uma chicane na pista, sendo ultrapassado pelos outros competidores, provando que os pneus de chuva extrema eram mais lentos contra aqueles que foram para os intermediários. Vettel concluiu a ultrapassagem no piloto da Haas na volta 11 e na sequência o competidor também foi ultrapassado por Alonso, Latifi e Norris, caindo então para o décimo lugar.

A parada antecipada de Vettel se tornou algo extremamente crucial para o piloto alemão recuperar as posições perdidas depois do toque com Alonso no começo da prova.

Verstappen liderava com mais de 4 segundos de vantagem para Leclerc, enquanto o monegasco se posicionava à mais de 8 segundos de Pérez.

Durante a décima terceira volta, Tsunoda era atacado por Russell, enquanto o piloto da Mercedes reclamava dos freios do carro. Hamilton desafiava Esteban Ocon, brigando pelo quarto lugar, porém, mesmo com o piloto da Mercedes se aproximando nas curvas, a reta disponível em Suzuka não era suficiente para se lançar em uma ultrapassagem, além disso, Hamilton perdia um pouco de contato com a Alpine.

Na volta 15, Russell vez a ultrapassagem em Tsunoda, encontrando uma brecha para se apoderar da posição e instantes depois Norris foi atacado pelo piloto da Mercedes. Russell então assumiu o nono lugar, trabalhando para reduzir a distância que existia do britânico para Latifi.

Na volta 19 foi a vez de Zhou realizar mais uma troca de pneus, instalando um novo conjunto de pneus intermediários. Alguns pilotos estavam sentindo uma certa degradação dos compostos, pensando até mesmo na possibilidade de fazer mais uma troca.

Hamilton ainda estava insistindo na ultrapassagem em Ocon, mas não encontrava um brecha para conclui-la. Stroll e Gasly também recorreram à mais uma parada, seguindo aos boxes na volta 20.

Na volta 22 os dez primeiros eram: Verstappen, Leclerc, Pérez, Ocon, Hamilton, Vettel, Alonso, Russell, Latifi e Norris. No giro seguinte foi a vez de Alonso seguir aos boxes, instalando outro jogo de pneus intermediários novos. O espanhol retornou na décima posição, pois com a parada foi ultrapassado por Russell, Latifi e Norris.

Pérez buscava a segunda posição, depois de ter tirado a diferença que existia para Leclerc. O monegasco foi ficando cada vez mais distante de Verstappen conforme a prova foi avançando. Alonso já era o oitavo colocado na volta 26, depois de ultrapassar Latifi.

As últimas duas voltas foram eletrizantes, principalmente pela disputa entre Leclerc e Pérez. Porém, na última volta, Leclerc perdeu um pouco o controle do carro, enquanto Pérez também extravasou os limites de pista. Os rivais que disputam a vice-liderança do Campeonato ainda se tocaram.

Após o encerramento da prova, a direção de prova aplicou cinco segundos de punição para Charles Leclerc, derrubando o monegasco para a terceira posição. Com a alteração realizada, Max Verstappen então conquistou o seu segundo título.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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