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Vowles busca acordo com a FIA para melhorar as instalações da Williams e tirar 20 anos de atraso

Depois de deixar a Mercedes para conduzir a Williams, Vowles entende que a situação do seu time é complexa. É necessário aprimorar as instalações da equipe para torná-la mais competitiva

A Williams tem tentado se reerguer, mas ainda existe um longo caminho para percorrer tecnicamente. O time passou por um período em que foi necessário reduzir os custos e com isso pouco investimento era realizado para a melhora das suas instalações.

Com a chegada do teto orçamentário, a Williams que estava com as contas mais equilibradas, não podia destinar dinheiro para algumas áreas na tentativa de se manter dentro do teto de gastos. James Vowles está atuando como chefe de equipe do time de Grove desde janeiro de 2023 e depois da sua passagem pela Mercedes, ele acumulou muita experiência, além disso, consegue fazer uma leitura do que está faltando na equipe para que ela se torne mais competitiva.

Quando perguntado sobre a diferença da Williams, para uma equipe de ponta como a Mercedes, Vowles respondeu: “Acho que tudo. Não há muitos, mas alguns elementos de organização que são de nível semelhante ao da Mercedes. Existem alguns elementos que estão 20 anos defasados, o que faz sentido se você pensar na história desta equipe. O investimento que ela teve foi zero por cerca de 20 anos e depois apareceu uma empresa de investimentos. A parte de fabricação de peças está atrás do que eu conheci quando entrei no esporte há 20 anos.”

“Fundamentalmente, estamos em uma situação em que muitas instalações foram quase preservadas de onde estavam há 20 anos”, seguiu.

Vowles está tentando com a FIA uma liberação para investir mais dinheiro na Williams e melhorar as suas instalações, ‘furando’ o teto orçamentário do time – Foto: reprodução

Desta forma, a equipe foi passando pelas mudanças de campeonato, mas se torna cada vez mais complicado acompanhar o grid quando as instalações não estão atualizadas e não comportam a realidade do Campeonato atual. Com o teto orçamentário, os times podem atualmente gastar ‘apenas’ US$ 36 milhões em um período de quatro anos para melhorar as suas instalações dentro do limite de custo. No entanto, é possível obter uma permissão especial da FIA, como foi realizado pela Aston Martin para poder investir no seu novo túnel de vento.

Os regulamentos financeiros da F1 entraram em vigor na temporada 2021, para controlar a atividade das equipes e tentar aproximar o grid. Reduções também foram previstas, além de possíveis ajustes no valor que determina o teto orçamentário por conta do número de corridas, provas Sprint e inflação.

Vowles tem buscando uma licença com a FIA para que possa ajudar na recuperação da Williams, podendo gastar acima do limite de US$ 36 milhões, eles seriam capazes de melhorar as instalações da equipe e por consequência tornar a equipe de Grove mais competitiva.

“A Fórmula 1 e a FIA têm me apoiado muito porque desde a primeira semana que estou aqui, mostrei a eles: ‘Isso é o que eu tinha na Mercedes, isso é o que eu tenho na Williams. Não há chances de sermos capazes de competir com isso.’”

Vowles espera que em julho uma decisão seja tomada e a equipe consiga o que é preciso para começar a investir em suas instalações, tirando o atraso e tentando se recuperar no grid, para ter mais condições de brigar no Campeonato.

A Williams hoje também passa por outro tipo de atraso, a mentalidade daqueles que estão trabalhando no time. Vowles está tentando extrair mais das pessoas para acelerar os processos: “Internamente, muito do trabalho que tenho pedido a eles foi comparado a pedir que fizéssemos três anos de desenvolvimento em seis meses. Sim, mas esse é o padrão. Na verdade, o padrão é mais alto do que isso.”

“É aqui que acho que temos que dar um passo intermediário. Você tem que mostrar às pessoas o caminho, conduzi-las pelo caminho e certificar-se de que apoiá-las e fornecer o equipamento que permite realizar o mesmo. Outra coisa sobre as pessoas é que, muito certamente, na Mercedes você pode atrair para perto o suficiente quem você quiser com um telefonema.”

A liberação pode acontecer no próximo mês e com isso a Williams poderá investir um pouco mais de dinheiro nas suas instalações como aconteceu com a Aston Martin – Foto: reprodução

Quando o teto orçamentário foi implementado, os times de ponta tinham aquilo que precisavam para se manter competitivos, mas times menos sofrem com o atraso e agora não conseguem fazer suas atualizações, sem gerar uma quebra no teto orçamentário. Ao menos é possível fazer uma solicitação à FIA para tentar mudar um pouco as coisas.

Para as equipes menores ou que hoje enfrentam mais dificuldade para serem competitivas é extremamente importante nivelar os recursos, infraestrutura e ferramentas para que possam melhorar o seu desempenho.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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