A história do circuito de Zandvoort começou em 1938, quando uma comissão foi criada para promover a cidade, já que os métodos usados não vinham tendo efeito. O prefeito Henri van Alphen se voluntariou para presidir o Conselho, criando o Zandvoortsche Badcourant, o órgão de turismo da cidade. Uma das maneiras encontradas para encorajar o turismo foi promover atividades esportivas, inclusive corridas. E foi assim que, no dia 3 de junho de 1939, uma corrida pelas ruas foi realizada, sendo um sucesso de público.
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Vendo o potencial de promover a cidade através do automobilismo, van Alphen logo começou a planejar um lugar permanente para receber as corridas. Só que a Segunda Guerra Mundial jogou um balde de água fria nos planos do prefeito.
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Isso não impediu Van Alphen de continuar sonhando com seu circuito. Durante a Guerra, ele disse aos alemães que queria promover um desfile para os vencedores da guerra, em uma estrada que seria construída. Por conta da obra, os locais puderam continuar na cidade e não foram mandados para a Alemanha como prisioneiros.
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Quando a guerra acabou, os planos para o circuito voltaram com tudo. O Dutch Automobile Racing Club reuniu um grupo de especialistas para ligar a estrada construída para o desfile com outras trilhas entre as dunas da cidade para formar o traçado. Com a consultoria de Sammy Davis, a pista começou a ser desenhada, criando um circuito semipermanente. As obras acabaram demorando muito, já que a construção da pista não era prioridade na reconstrução de uma cidade destruída pela guerra. Enquanto isso, entre 1946 e 1947, competições de motociclismo foram realizadas no mesmo traçado usado em 1939.
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As obras ficaram prontas a tempo para a corrida de inauguração, mas com apenas o básico sendo feito para que a corrida fosse realizada. A prova, que aconteceu no dia 7 de agosto de 1948, foi vencida pelo Príncipe Bira.
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A pista logo se tornou um sucesso e as equipes aproveitaram o circuito para testes também. Zandvoort passou a receber corridas de F1 não válidas para o campeonato, já sob o nome de Grote prijs van Nederland, até que no dia 17 de agosto de 1952, a categoria desembarcou de forma oficial para o GP da Holanda e o público pode ver a dominância de Alberto Ascari, que marcou um Grand Chelem nessa corrida.
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Durante os 20 anos seguintes, não houve mudanças significativas no traçado. Com o tempo, muitas das estradas públicas acabaram sendo fechadas, ficando exclusivas para o circuito e em 1968, o pit lane foi separado por uma mureta. Três anos depois, o traçado recebeu a proteção de barreiras Armco.
Essa falta de mudança teve que ser revista no começo dos anos 1970, quando a crescente velocidade dos carros fez crescer também o número de acidentes, muitos deles fatais, como o de Piers Courage em 1970 e o famoso acidente de Roger Williamson em 1973. O carro de Williamson bateu e capotou, pegando fogo com o piloto preso no cockpit. David Purley (outro piloto) tentou desesperadamente salvar o amigo, enquanto que fiscais despreparados não conseguiram fazer muito para ajudar. Achando que Purley era o piloto acidentado, a direção de prova não paralisou a corrida e nem mandou reforços.
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Depois disso, finalmente foram feitas mudanças no traçado, com a curva Bos In sendo remodelada e renomeada para Panoramabocht. Em 1979, mais uma mudança veio a pedido da FIA, com uma chicane sendo colocada na Hondenvlak, acatando a sugestão dos pilotos Niki Lauda e Jody Scheckter. A mudança não agradou e o esses da Hondenvlak foram eliminados de vez, com uma chicane, a Marlborobocht, sendo colocada no lugar.
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Todas essas mudanças acabaram drenando os caixas do circuito. Aliado com os altos custos de se sediar uma corrida e a falta de investimentos, Zandvoort não conseguiu mais sediar a F1, com a corrida de 1985 sendo a última da categoria no circuito.
Sem a F1, houve várias tentativas de fechar o circuito de vez. Muitos membros do governo local eram contra o circuito e as queixas por conta do barulho eram constantes. Em 1982, uma proposta de fechamento chegou a ser colocada para votação, mas depois de muitos protestos, o projeto foi derrotado. O circuito pode até ter sobrevivido, mas a falta de dinheiro para se manter ainda existia. Foi então que se fez uma proposta em 1985, de vender parte das terras do circuito para a construção de um resort de férias.
O projeto foi aprovado e para que o barulho do circuito não incomodasse os novos vizinhos, foi sugerido que o traçado fosse reduzido e que bankings fossem construídos para abafar o som dos carros. Em janeiro de 1987, todos os planos foram aprovados, só que o circuito declarou falência em junho daquele ano. Em setembro, uma nova empresa foi fundada para tomar conta do circuito e fazer as alterações programadas. Foi apenas em 1989 que as obras começaram, com metade do traçado sendo mantido, enquanto a outra parte virou um campo de golfe. A reestruturação deixou traçado com 2,526 km de extensão, quase metade do tamanho anterior.
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As competições voltaram a acontecer, primeiro com o Masters de F3, em 1991, que teve vitórias de muitos pilotos que estão no grid hoje, como Lewis Hamilton, vencedor da edição de 2005, Bottas, em 2009 e 2010, Max Verstappen em 2014 (seu pai, Jos, venceu em 1993) e Antonio Giovinazzi em 2015.
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Logo o circuito voltou a ficar movimentado e o dinheiro pode ser usado para fazer melhorias na pista. O dinheiro também foi suficiente para fazer uma obra de ampliação no traçado, que já estava nos planos do circuito assim que a situação financeira permitisse. Em 1998, os boxes foram renovados e no ano seguinte, a extensão da pista ficou completa. O novo traçado tinha 4,307 km de extensão e permitia mais quatro variações.
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Com a reforma, Zandvoort começou a atrair categorias maiores, como a A1 GP, que chegou a levar 120 mil pessoas ao circuito, a DTM e a FIA GT Series. Mesmo com o sucesso, o circuito ainda enfrentava críticas pelo barulho, com uma ordem judicial reduzindo os dias em que se podia ter atividade na pista. Por conta disso, cogitou-se construir um novo circuito no norte do país, mas não só a ideia foi abandonada, como o aluguel do circuito foi renovado até 2041. Em 2016, a pista foi comprada pela Chapman Andretti Partners, empresa formada por Menno de Jong e pelo príncipe dos Países Baixos e também piloto de GT, Bernhard van Oranje.
Com o sucesso de Max Verstappen, os neerlandeses já lotavam o circuito vizinho de Spa-Francorchamps, na Bélgica, para torcer por seu mais ilustre piloto, que é o responsável por todas as vitórias do país na categoria. Em 2019, o circuito anunciou que assinou um contrato de três anos com a F1, trazendo de volta do GP da Holanda, depois de 35 anos fora do calendário e agora o exército laranja, em referência a cor oficial do país, pode torcer também em casa.
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Para a corrida, que seria realizada em 2020, algumas mudanças foram feitas, para que a pista ficasse nos padrões pedidos pela F1. A saída da Gerlachtbocht foi aumentada por questões de segurança, mudança parecida com a que foi feita na Hugenholtzbocht, que ganhou mais espaço e velocidade, tendo sua inclinação aumentada para 19º. O traçado ganhou outro banking, que fica na última curva e recebe o nome de Arie Luyendyk, em homenagem ao piloto holandês que venceu duas vezes as 500 Milhas de Indianápolis. Com 18º de inclinação, passa a ter o dobro do circuito de Indianápolis. A linha de largada/chegada também passou a ser um pouco mais para frente do que a original, para se alinhar com a arquibancada principal.
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A corrida de retorno de Zandvoort ao calendário da F1 estava marcada para o dia 3 de maio de 2020, mas por conta da pandemia de Covid, teve que ser adiada. Sem previsão de melhoria nos casos do país, a corrida acabou sendo cancelada de vez. O agora renomeado CM.com Circuito de Zandvoort, devido ao patrocínio da empresa de software, teve que esperar até 5 de setembro de 2021 para receber a F1 de volta, com a capacidade do público reduzida de 105 para 70 mil. A espera valeu a pena e os torcedores puderam ver o piloto da casa, Max Verstappen, fazendo a pole e saindo com a vitória.
Em número de vitórias, Jim Clark lidera a lista com 4 triunfos, seguido de Jackie Stewart e Niki Lauda, com 3, sendo a 3ª, conquistada em 1985, sendo a última da carreira do piloto austríaco. Lauda quase venceu a corrida de 1975, mas James Hunt apostou na troca de pneus para pista seca antes de todos e segurou Niki até o final da corrida, conquistando não só sua primeira vitória na F1, mas também da equipe Hesketh.
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Entre os pilotos da casa, oito pilotos já correram em Zandvoort. Dries van der Lof e Jan Flinterman foram os representantes do país na corrida inaugural, em 1952, apesar de não terem completado a prova.
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Já Carel Godin de Beaufort foi o piloto que mais competiu nessa pista, com sete aparições e até a chegada de Max Verstappen, estava empatado com Gijs van Lennep como melhor resultado obtido, ao chegar em 6º na corrida de 1962, enquanto que van Lennep conseguiu o mesmo resultado em 1973.
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O Brasil não fez feio nessa pista. Foram cinco pódios entre os dez pilotos que já disputaram corrida em Zandvoort, sendo Nelson Piquet o mais bem sucedido, conquistando três pódios, sendo uma vitória na corrida de 1980. Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna são os donos dos outros dois pódios.
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