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Raio-X do GP do Canadá – Verstappen conquista vitória e Mercedes volta a sonhar

O GP do Canadá foi mais uma peça importante para essa construção do Campeonato. Max Verstappen teve um fim de semana perfeito em Montreal. O time austríaco vai se distanciando da Ferrari, enquanto o time italiano tenta arrumar a casa para manter viva a disputa dessa temporada 2022.

Na quinta-feira, quando os times estavam se ajeitando para começar as atividades em Montreal, a Federação Internacional de Automobilismo soltou uma diretiva técnica relacionada ao ‘porpoising‘. A ideia é tentar reduzir os saltos, principalmente para melhorar a qualidade de vida dos pilotos. Essa mudança gerou várias discussões durante a etapa. A FIA então resolveu usar a etapa para coletar dados, realizar as suas avaliações e ver a melhor forma para implementar essa diretiva. Ainda é um pouco obscuro a forma como a FIA definirá essa métrica.

LEIA MAIS: FIA estabelece medidas de segurança relacionadas ao porpoising

Vários chefes de equipe não estão satisfeitos, principalmente quando alguns carros do grid podem perder desempenho. A medida da FIA pode embaralhar ainda mais o pelotão intermediário, mudando a ordem das forças. Além disso, os times gostariam de ter tido mais tempo para pensar em peças e configurações, provocando uma reação – algo que era impossível dentro de uma rodada dupla que foi disputada em continentes diferentes.

Os carros voltaram a saltar nesse fim de semana, principalmente na sexta-feira quando novas peças e as configurações ainda estavam sendo definidas. Muitas coisas precisam ser avaliadas, mas no dia 27 os times vão se reunir para discutir com mais argumentos e dados o que pode ser realizado, visando ainda manter a eficiência do regulamento de 2022, que busca aumentar a competitividade do grid.

Os problemas com a confiabilidade voltaram a aparecer, alguns times mostram que tem muito trabalho pela frente.

As posições do Campeonato foram mantidas após a realização do GP do Canadá, mas fique por dentro do fim de semana das equipes.

Red Bull

Max Verstappen consegue fim de semana perfeito em Montreal! – Foto: reprodução Red Bull

Max Verstappen conseguiu tirar proveito de Montreal desde o primeiro momento que entrou na pista. O holandês liderou os dois primeiros treinos livres de sexta-feira, mas ainda reclamou um pouco dos ajustes que foram escolhidos para o seu carro. No início do sábado, quando a pista ficou molhada por conta da chuva que tinha chegado ao Circuito de Montreal, o holandês completou poucas voltas no TL3, mas dava sinais de que conseguiria um bom resultado na classificação.

Verstappen conquistou a pole no sábado, desfrutando de uma pista que evoluiu rapidamente, enquanto o seu principal adversário ao título estava destinado a começar a corrida do final do pelotão por conta das trocas realizadas em seu motor. O piloto da Red Bull ainda encontrou no Q3, margem para aferir duas voltas rápidas no final do Q3.

No domingo tivemos mais uma amostra do bom trabalho desempenhado da Red Bull em conjunto com Max. O holandês se aproveitou da largada para logo abrir distância para Fernando Alonso e liderar a prova com segurança. A Ferrari tentou dar um nó com as estratégias na Red Bull, mas o desenrolar da prova foi favorável ao time austríaco. Verstappen recebeu a bandeirada na primeira posição, contando com um carro muito bem equilibrado. O Safety Car provocado por Yuki Tsunoda aproximou o grid, fornecendo uma chance para Carlos Sainz brigar pela vitória, mas o RB18 tinha uma saída de curva melhor, contando com mais tração. Verstappen também não cometeu erros. Agora Verstappen conta com 46 pontos de vantagem.

Fazia tempo que Sergio Pérez não tinha um fim de semana tão complicado como esse no Canadá. Desde a sexta-feira ele estava brigando com o carro e com o ritmo do RB18, além de ver o seu companheiro de equipe com uma boa vantagem. Parece que a Red Bull trabalhou com uma nova configuração para a sua dupla de pilotos, mas Pérez não se encaixou bem com ela.

No sábado a Red Bull optou por preservar os carros e não participou de forma tão ativa do TL3, mas a classificação foi realizada em pista molhada. Pérez teve muita dificuldade para encaixar uma boa volta, além disso perdeu o controle do carro e danificou a asa dianteira. O carro precisou ser removido pelos fiscais de pista, então a Red Bull não pode substituir a sua asa dianteira e liberá-lo mais uma vez para o circuito.

Pérez começou a prova da décima terceira posição, tinha tudo para realizar uma corrida de recuperação e até mesmo dificultar a prova de Charles Leclerc, mas com apenas nove voltas o mexicano abandonou. O piloto da Red Bull reclamou da sua unidade de potência antes do carro parar, a marcha tinha ficado presa, apresentando um problema no câmbio. Depois de boas provas, Pérez abandona uma segunda corrida na temporada 2022.

Ferrari

A Ferrari teve mais um fim de semana dramático, mas Carlos Sainz conseguiu o segundo lugar e brigou até o final com Verstappen pela vitória – Foto: reprodução Ferrari

Após lidar com um abandono duplo no Azerbaijão, a Ferrari tentou coletar o máximo de pontos possíveis no Canadá, podemos dizer que a corrida de Montreal foi uma tentativa de contenção, onde a equipe tinha problemas para solucionar e ainda necessitava coletar dados.

O time italiano realizou uma verificação no motor usado por Charles Leclerc e optou por realizar as trocas necessárias e lidar com uma punição em um circuito onde as ultrapassagens são possíveis. Agora o monegasco conta com uma nova unidade de potência ao menos para dar um fôlego. Várias equipes tem ciência de que será necessário introduzir uma quarta unidade de potência antes do final da temporada, mas com a Ferrari isso aconteceu muito cedo.

Na sexta-feira em Montreal Leclerc completou algumas voltas na pista, terminando a primeira atividade em P5 e a segunda em P2. Neste dia mesmo a Ferrari já começou o processo para realizar a troca de algumas peças no motor e a nova central eletrônica já geraria a perda de dez posições no grid de largada, mas apenas no sábado informaram que seria introduzindo o 4º elemento de alguns componentes no motor.

Não tinha muita necessidade de arriscar com Leclerc no sábado andando em pista molhada (pois a situação não se repetiria no domingo), desta forma o monegasco não participou do TL3, enquanto completou poucas voltas no Q1, apenas para ter o direito de começar a corrida à frente de Tsunoda.

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Leclerc fez uma boa corrida, mas perdeu um pouco de tempo atrás de Valtteri Bottas e Esteban Ocon, os seus pneus duros foram se degradando, dificultando ainda mais a disputa. A sua parada obrigatória foi ruim e o piloto da Ferrari precisou negociar ultrapassagens que não eram necessárias, isso se a Ferrari tivesse feito um bom tempo no pit-stop. O piloto que começou a corrida da décima nona posição, recebeu a bandeirada no quinto lugar, não muito satisfeito com o seu resultado. Para Silverstone, Leclerc contará com condições melhores.

Carlos Sainz mostrou que estava seguro desde sexta-feira e dada as condições do seu companheiro de equipe para o evento, tentou entregar o melhor desempenho possível. Os fortes ventos na sexta-feira foram um problema para os pilotos, mas o espanhol conseguiu lidar bem com o carro, tento evitar erros. Na classificação ele tentou buscar a primeira posição, mas ele cometeu um erro ao final da volta e precisou largar do terceiro lugar, após ser superado por Fernando Alonso.

Na largada Sainz tentou ultrapassar Fernando Alonso, mas perdeu um tempo atrás do adversário. Quando conseguiu se livrar do piloto da Alpine, Verstappen já tinha estabelecido uma distância segura na ponta. A Ferrari tentou fazer uma estratégia para dar oportunidade de Sainz brigar pela vitória. O Safety Car provocado por Tsunoda reaproximou o grid e Sainz tentou brigar até a última volta com o holandês.

A velocidade de reta de Sainz ficou um pouco mais comprometida nesta corrida, a Ferrari optou por uma asa mais carregada, gerando mais arrasto ao carro do espanhol, diferente da configuração adotada para Leclerc que teria que realizar mais ultrapassagens durante toda a prova. Sainz está flertando com uma vitória e assim que a Ferrari conseguir combinar uma boa estratégia e configuração, possivelmente o espanhol obterá a sua primeira vitória. Vale ainda mencionar que a Ferrari realizou uma pequena mudança no motor de Sainz, mas nada que gerasse uma punição.

Mercedes

Lewis Hamilton conseguiu o segundo pódio da temporada 2022, tentando superar os problemas que ainda estão rondando o desenvolvimento do W13 – Foto: reprodução Mercedes / Daimler

A nona etapa do campeonato foi disputada neste fim de semana, mas a Mercedes ainda está tentando se encontrar. A sexta-feira foi desafiadora para a equipe, uma nova sequência de testes foi realizada para a verificação do W13, onde um novo assoalho foi apresentado para ser avaliado por Lewis Hamilton no TL1.

O novo assoalho da Mercedes não agradou os concorrentes da equipe alemã, alguns times queriam protestar sobre a solução encontrada pela equipe. Os engenheiros da Mercedes estavam se dirigindo para Montreal e aproveitaram para levar um assoalho com mais sustentação. Nas primeiras avaliações ele não foi efetivo como era esperado e para evitar um protesto a Mercedes optou por retirar a peça.

Os dois pilotos da Mercedes começaram a sexta-feira bem infelizes com o desempenho do carro, mesmo testando configurações diferentes o carro não respondia. Entretanto, no sábado, Lewis Hamilton e George Russell conseguiram aproveitar a pista molhada para se encaixar na 4ª e 5ª posições respectivamente. O desempenho do W13 se mostrou melhor na pista molhada, Hamilton estava satisfeito com o trabalho realizado naquela tarde.

LEIA MAIS: O impacto no campeonato após a nova diretiva da FIA para conter o porpoising

Aqui ainda vale dizer que George Russell é um piloto que gosta de tentar algo diferente. O piloto fechou o Q3 usando os pneus slick na tentativa de ter um pneu mais rápido em uma pista mais seca, mas isso fez o britânico rodar e não conseguir uma posição tão boa para a largada. Além disso eles também tiveram uma divergência na seleção dos compostos, Bono teve a oportunidade de checar que a Red Bull estava apostando em uma segunda saída com os pneus intermediários, enquanto o engenheiro de Russell acreditava que o time austríaco trabalharia com os pneus para pista seca.

No domingo foi mais uma oportunidade de obter pontos. Mesmo não competindo diretamente com a Red Bull, a Mercedes mirou na estratégia usada pelo time austríaco para surpreender a Alpine e ganhar a posição de Fernando Alonso. Funcionou e Hamilton ficou com o pódio, obtendo o segundo pódio de 2022. A Mercedes trabalho de uma forma diferente com George Russell, mas também realizaram duas paradas com o piloto, para assegurar a 4ª posição.

De qualquer forma, Russell conseguiu resolver nas primeiras voltas as ultrapassagens e logo estava atrás de Hamilton, desta forma a equipe trabalhou uma estratégia para ajudar os seus pilotos a coletar o máximo de pontos mais uma vez. Russell segue como o piloto mais regular da temporada 2022, sempre com resultados dentro do top-5. A estratégia da Ferrari não permitiu Leclerc brigar com Russell ou Hamilton por um resultado melhor.

A Mercedes está sonhando com resultados ainda mais positivos, talvez estejam fazendo o possível para tornar a performance do W13 ainda melhor, principalmente pela próxima etapa ser disputada na casa dos seus pilotos. O time alemão deixa margem para sonhar por um campeonato um pouco melhor e se a Ferrari não resolver os seus problemas, a Mercedes está pronta para ir se aproximando ainda mais do time italiano.

McLaren

O pit-stop ruim, além dos problemas com a falta de ritmo impediram a McLaren de pontuar no Canadá – Foto: reprodução McLaren

Um novo fim de semana delicado para a McLaren onde o time não conseguiu conquistar pontos com nenhum dos seus pilotos. Desde o começo das atividades o desempenho da McLaren não era muito animador, mas a dupla ainda estava figurando no top-10 e tinha esperança para encontrar uma boa configuração e obter o melhor resultado. Para a classificação apenas Daniel Ricciardo conseguiu representar a equipe no Q3, pois Lando Norris lidou com a falta de potência no motor.

A corrida do piloto britânico foi completamente comprometida, primeiramente com a troca do motor e a necessidade de retornar para especificações mais antigas – isso já afetou o ritmo de Norris na prova. Outra questão foi o erro cometido no pit-stop da McLaren, a demora para colocar os pneus adequados prejudicou o resultado e desta forma ele conseguiu apenas um décimo quinto lugar.

Ricciardo reclamou também da falta de ritmo e não conseguiu fazer nada além para ajudar a equipe a capitalizar pontos. Os pit-stops ruins da McLaren são um grande problema para o time que inevitavelmente acaba perdendo a chance de coletar alguns pontos.

Agora a McLaren tem pela frente cerca de quinze dias para avaliar os dados obtidos nas últimas corridas, antes de se preparar para as últimas provas antes do início das férias de verão.

Alpine

Pelas escolhas de estratégia adotadas pela Alpine, Alonso que começou a corrida da segunda posição, terminou a prova atrás do companheiro de equipe e ainda foi punido – Foto: reprodução Alpine

Podemos dizer que o time francês é uma das equipes que mais está impressionando à medida que as etapas são disputadas. Fernando Alonso voltou a apresentar um bom desempenho durante a sexta-feira, virando tempos próximo ao dos líderes do campeonato.

No sábado, mesmo com a pista molhada, o espanhol não teve medo de enfrentar aquelas condições de pista e trabalhou duro com a Alpine para ter condições de realizar uma boa classificação. Alonso aproveitou a pista que foi secando gradativamente na classificação para obter o segundo melhor tempo da sessão e ganhar a possibilidade de enfrentar o holandês no domingo.

Naquele jogo mental, o objetivo de Alonso era nitidamente atrapalhar Verstappen na largada, mas nesse quesito o carro da Alpine ainda está bem distante. Como fizeram uma largada um pouco mais cautelosa, restou para Alonso atrapalhar Carlos Sainz, tentando conservar a sua segunda posição, mas na terceira volta, Sainz fez a ultrapassagem.

Alonso tinha condições de brigar com a dupla da Mercedes, mas novamente a Alpine fez escolhas ruins de estratégia – algo que não é uma novidade para o time, pois a cada nova corrida eles sempre acabam se atrapalhando nos detalhes. Alonso terminou a corrida atrás de Esteban Ocon, pois a equipe devolveu o espanhol atrás do seu companheiro de equipe após a realização da segunda parada.

Naturalmente o espanhol ficou bem frustrado, principalmente por ter lutado tão bravamente por um resultado melhor desde o começo do fim de semana – ele ainda tentou negociar com a equipe a inversão das posições, mas a Alpine pediu para eles conservarem as posições. Para completar o final desastroso, Alonso ainda foi punido por ter feito zigue-zague para defender a posição dos ataques de Valtteri Bottas e assim terminou a corrida na nona posição.

Esteban Ocon vai se aproveitando desses momentos de conflito interno para conseguir mais uma porção de pontos. O francês não teve um desempenho excepcional durante todo o fim de semana, mas na corrida deu um certo trabalho para Charles Leclerc. Infelizmente no momento que foi pedido para defender a possível dos ataques de Lewis Hamilton, não fez o mesmo e assim o piloto da Mercedes terminou à frente da dupla da Alpine.

Cada vez mais vemos que Ocon é um piloto extremamente burocrático e claro que quer de todas as formas derrotar Alonso nesse ano, mas as atitudes dele são um tanto problemáticas.

Alfa Romeo

O Canadá foi especial para a Alfa Romeo, mesmo com a limitação do carro, a equipe conseguiu pontos – Foto: reprodução Alfa Romeo

Os problemas relacionados a falta de confiabilidade do equipamento ainda não abandonaram a Alfa Romeo. Novamente o início do fim de semana foi complicado para Valtteri Bottas, mas uma vez o piloto finlandês teve a sua sexta-feira comprometida com problemas que apareceram no C42. No TL1 Bottas precisou se dirigir aos boxes após lidar com o sistema de anti-stall, o mesmo aconteceu na sua liberação para o TL2, a equipe foi obrigada a desmontar o carro depois de identificar um problema elétrico.

Zhou Guanyu então ficou mais uma vez responsável pela coleta de dados, mas seguiu andando no final do pelotão. No sábado o time tentou avançar na classificação, mas a evolução da pista acontecia rapidamente, desta forma Bottas ficou preso no Q2, mas o piloto chinês comemorou a sua passagem ao Q3.

Para a equipe, a rápida adaptação e evolução de Guanyu é algo que tem colaborado muito com o desenvolvimento do time. Por ser um estreante na temporada, a Alfa Romeo está se mostrando várias vezes surpresa com o trabalho que ele tem realizado. Após lidar com uma sequência de abandonos e também de bater na trave próximo a zona de pontuação, Guanyu obteve mais pontos na F1.

No domingo, tanto Bottas como Guanyu conseguiram terminar dentro da zona de pontuação, algo muito positivo para a Alfa Romeo, principalmente quando os seus principais adversários fizeram uma boa corrida. A dupla da Alfa Romeo ainda se beneficiou da punição para Fernando Alonso, como estavam próximos, ganharam a posição do espanhol pós-punição.

AlphaTauri

Yuki Tsunoda era o piloto mais perto de conseguir pontos em Montreal, mas abandonou a corrida após perder o controle do carro na saída do pit-lane – Foto: reprodução AlphaTauri

A AlphaTauri também tem lidado com problemas relacionados a falta de confiabilidade, pouco se fala sobre isso, mas a equipe também está enfrentando problemas com a sua unidade de potência – a mesma utilizada pela dupla da Red Bull. Após uma falha no Azerbaijão, a AlphaTauri chegou ao Canadá sabendo que realizaria a troca do motor usado por Yuki Tsunoda, desta forma o piloto japonês precisou dividir a última fila do grid de largada com Charles Leclerc.

Para Tsunoda andar nos treinos livres era extremamente importante, o piloto ainda não tinha guiado nesta pista. Na sexta-feira os tempos de Pierre Gasly não eram ruins, mas o francês sabia que seria necessário aperfeiçoar as configurações adotadas.

Gasly teve uma classificação desapontadora, diferente do TL3 que acabou enchendo o piloto da AlphaTauri de esperança para conseguir um bom lugar no grid de largada. O francês tentou fazer o máximo possível para avançar ao Q2, mas não conseguiu um bom resultado.

A estratégia adotada pela AlphaTauri foi bem ruim, optaram por fazer o francês começar a prova com os pneus médios, mas ele realizou uma parada muito cedo e completou a prova com os pneus duros. A queda de desempenho era nítida, principalmente com o desgaste dos compostos, assim Gasly não teve nem mesmo chance de brigar por pontos no domingo.

Tsunoda estava realizando uma corrida de recuperação depois de começar do fundo do grid, mas ao realizar a sua segunda parada, o piloto perdeu o controle do carro ao final da saída do pit-lane e provocou o acionamento do Safety Car. Para a corrida a neutralização da prova foi muito positiva, mas para o fim de semana da equipe italiana, essa foi mais uma prova para analisar e compreender o que deu de errado.

Franz Tost, chefe de equipe da AlphaTauri confirmou na coletiva de imprensa dos chefes de equipe que Gasly permanecerá com a equipe em 2023, pois existia a possibilidade de o piloto negociar o seu contrato para guiar por outro time na próxima temporada.

Aston Martin

Com a estratégia de apenas uma parada, mas na clássica escolha de permanecer mais tempo na pista com os pneus duros e depois trocar para os pneus médios, Stroll conseguiu o décimo lugar e um ponto para a Aston Martin – Foto: reprodução Aston Martin

Se teve uma equipe que podemos definir como ‘perdedora’ da etapa, certamente foi a Aston Martin, mas especialmente Sebastian Vettel. O alemão estava andando muito bem na sexta-feira, ficando dentro do top-10 trabalhando com uma boa performance. Como o projeto da Aston Martin ainda segue em evolução e em um período em que estão passando por ajustes, ainda vemos os pilotos não muito satisfeitos com o desempenho dos carros e atentos ao desempenho que ainda podem obter com o AMR22.

O TL3 foi proveitoso para o time, especialmente para Sebastian Vettel, mas a dificuldade para obter uma boa temperatura nos pneus prejudicou as escolhas que a Aston Martin teve na classificação. A equipe optou por mudar a calibragem dos pneus e trabalhar com elas um pouco mais baixas para aumentar a superfície de contato dos compostos com o solo, mas isso atrapalhou o desempenho dos pilotos, principalmente em uma pista que estava evoluindo rapidamente. Lance Stroll e Sebastian Vettel foram eliminados no Q1, precisando buscar uma alternativa nas estratégias para pontuar no domingo.

Para a corrida o alemão tinha grandes chances de chegar nos pontos, até mesmo flertou com o top-10, mas a Aston Martin pecou por não ter chamado Vettel aos boxes para realizar uma segunda parada durante o Safety Car de Tsunoda. A mesma velocidade que fez ele ganhar posições, colocou o piloto da Aston Martin com pneus duros já degradados em conflito direto com pilotos que estavam com compostos mais novos e trabalhando até mesmo com pneus médios. Vettel ficou fora da zona de pontuação, enquanto Stroll conseguiu salvar o décimo lugar e ao menos um ponto para o time.

Stroll não conseguiu um bom desempenho mesmo correndo em casa, mas conseguiu enfrentar Daniel Ricciardo para ficar dentro da zona de pontuação.

Haas

A Haas tentou se aproveitar do bom resultado da classificação, mas o resultado do fim de semana foi desanimador – Foto: reprodução Haas

Na sexta-feira a Haas ainda estava passando pelos processos de adequação necessários para preparar o VF-22 para a pista. O sábado com a pista molhada ajudou o time a escalar o pelotão e ganhar o direito de largar entre os dez primeiros colocados. Kevin Magnussen ganhou o direito de começar a corrida da quinta posição, enquanto Mick Schumacher largou do sexto lugar.

Seria difícil para a equipe manter as posições na corrida, pois em pista seca naturalmente o carro da Haas perderia um pouco de desempenho. A equipe ainda está aguardando o melhor momento para implementar novas peças para atualizar o carro, o que deve ocorrer em Silverstone.

Durante a prova Schumacher começou a ser ultrapassado por pilotos que contam com um carro em configuração melhor, mas o piloto alemão abandonou a corrida depois de sofrer um problema na unidade de potência.

Kevin Magnussen tentou estava pronto para brigar e defender a posição, mas instantes após a largada tocou em Lewis Hamilton e danificou a asa dianteira. A peça ficou danificada e pendurada, desta forma a direção de prova indicou que ele deveria passar nos boxes para realizar reparos. Com a parada sendo antecipada a Haas optou por instalar os pneus duros para seguir até o final da prova, mas o máximo que Magnussen conseguiu por um décimo sétimo lugar.

A Haas naturalmente está esperando uma resolução com relação a confiabilidade do motor da Ferrari, assim como a Alfa Romeo, também para não ter a sua performance tão comprometida durante as provas. A diretiva da FIA também pode ser um problema para o desempenho da equipe, que pode ficar ainda mais comprometido.

Williams

Alexander Albon representa a Williams no Q2, conquistando a décima segunda posição para a largada, mas em pista seca o carro da Williams não consegue render – Foto: reprodução Williams

Em pista seca o desempenho da Williams é bem desanimador, o carro não tem muito ritmo e é difícil estabelecer bons tempos. A classificação com chuva era uma oportunidade para a equipe avançar, mas apenas Alexander Albon conseguiu chegar ao Q2.

Nicholas Latifi estava correndo em casa, mas não conseguiu fazer uma grande prova. O canadense ainda acertou uma marmota durante o TL3, desta forma o seu carro precisou passar por reparos antes da classificação, tirando um pouco de tempo de contato com o carro em pista molhada.

Ao menos a classificação de Albon rendeu a melhor marca desse ano, com o tailandês ganhando o direito de largar da décima segunda posição. Albon recebeu a bandeira quadriculada na décima terceira posição, absorvendo o máximo de aprendizado possível com o carro, em uma pista que eles já imaginavam que não seria muito adequada para os seus carros.

Os pilotos conseguiram participar de alguns duelos na pista. Latifi terminou a prova à frente de Magnussen, obtendo a décima sexta posição. Agora que o meio do pelotão está se afunilando ainda mais, a distância da Williams vai ampliando mais uma vez. O carro desenvolvido pela equipe consegue fugir dos problemas ocasionados pelos saltos, mas também não entrega performance aos pilotos.

Escute o nosso Podcast sobre o GP do Canadá com o piloto da Stock Car Gustavo Frigotto!

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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