Nesta quinta-feira (16) antes do início das atividades do GP do Canadá, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) publicou uma diretiva técnica para tentar resolver o problema relacionado ao porpoising. Nas últimas corridas, mas principalmente no Azerbaijão, os pilotos reclamaram bastante dos saltos e dos problemas que eles podem acarretar para a saúde dos pilotos.
Primeiramente esperava-se alguma mudança no regulamento ligada diretamente a uma alteração do carro, algo que contribuísse para a redução dos saltos, mas a FIA optou por introduzir um limite nas oscilações verticais.
“Após a oitava rodada do Campeonato Mundial de Fórmula 1 da FIA deste ano, na qual o fenômeno das oscilações aerodinâmicas (“porpoising”) da nova geração de carros da F1, bem como o efeito deste fenômeno durante e após a corrida na condição física dos pilotos voltou a ser visível, a FIA, como órgão regulador do esporte, decidiu que em prol da segurança, é necessário intervir para requerer que os times façam ajustes necessários para reduzir ou eliminar o fenômeno”.
Carlos Sainz foi um dos primeiros pilotos a questionar esse problema com os pulos e relacioná-los com a saúde dos pilotos. As reclamações e o debate se aprofundaram no paddock, ganhando comentários de George Russel e Daniel Ricciardo, além de Lewis Hamilton que sentiu muitas dores depois da corrida no Azerbaijão.
A FIA estabeleceu a diretiva por conta da segurança, desta forma não necessita de uma aprovação unanime dos times para a aplicação dessas mudanças.
“A FIA decidiu intervir após consultar seus médicos em prol da segurança dos pilotos. Em um esporte em que os competidores estão rotineiramente a velocidades superiores a 300 km/h, considera-se que toda a concentração de um piloto precisa estar voltada para aquela tarefa e que a fadiga ou dor excessiva sentida por um piloto pode ter consequências significativas caso resulte em perda de concentração. Além disso, a FIA tem preocupações em relação ao impacto físico imediato na saúde dos pilotos, vários dos quais relataram dores nas costas após eventos recentes”, disse a FIA em seu comunicado.
A primeira mudança está relacionada: “Escrutínio mais minuciosos dos assoalhos e skates, tanto em termo de design quanto de desgaste”; A segunda está relaciona: “A definição de uma métrica, baseada na aceleração vertical do carro, que dará um limite quantitativo para o nível aceitável de oscilações verticais. A fórmula matemática exata para esta métrica ainda está sendo analisada pela FIA, e as equipes de Fórmula 1 foram convidadas a contribuir com este processo”.
Desta forma a FIA ainda não deixa claro qual é o limite estabelecido, mas discutirá essa medida com os times.
O site Auto Motor und Sport informa que será determinado um limite e se ele for excedido a equipe terá que ajustar a sua configuração, aumentando a altura do carro. O limite será comunicado às equipes durante o terceiro treino livre. Os times que não seguirem as especificações terão seus carros declarados como inseguros e serão desclassificados do evento.
Os pilotos vão completar três voltas consecutivas com o DRS desativado em ritmo de corrida. Se levantarem a suspeita que o piloto está andando devagar para que não cheguem nesse valor de segurança, isso será considerado uma falha.
O site ainda explica que após o final do TL3 os times terão que entregar à FIA um relatório com os valores de oscilação. Se o piloto quiser retornar a uma configuração usada anteriormente ele deve primeiro demostrar à FIA que esses ajustes atentem os critérios de segurança.
Como fica a competição agora?
A situação parece ser boa para a Red Bull, pois a equipe é a que menos sofre com esse efeito, pois eles encontraram soluções melhores, como o trabalho realizado no fluxo do seu assoalho. Por outro lado, para a competição isso pode ser um problema, com Ferrari, Mercedes e McLaren sofrendo mais com esse problema, seus carros perderão um pouco de desempenho pela necessidade de levantá-los. Acredita-se que agora a Red Bull terá uma folga para os outros carros.
A grande preocupação do time austríaco era a mudança no regulamento, algo que gerasse uma alteração no seu carro e retirasse desempenho do RB18, mas na realidade a diretiva da FIA vai atingir o desempenho dos seus rivais.
Desta forma é esperado que exista uma disparidade entre os times em pistas que contam com mais retas, pois essa adequação da altura dos carros prejudicará o trabalho aerodinâmico realizado. Para a saúde a mudança é benéfica, mas para a competição isso poderá ser um problema.