A Fórmula 1 retorna, agora, para a realização do GP da Espanha, prova que marca o início de uma rodada tripla, com a passagem da categoria também pela Áustria e Inglaterra.
O palco da 10ª rodada acontece em uma pista já conhecida pelos pilotos e equipes. Barcelona é um circuito excelente para testes e avaliação dos carros, os times estão ansiosos para a chegada desta prova, podendo coletar dados preciosos ao longo dos treinos livres.
Essas três horas de testes disponíveis em Barcelona, em decorrência do TL1, TL2 e TL3 serão bem aproveitados pelas equipes. É mais difícil dos times realizarem pausas longas, pois elas têm por objetivo analisar o projeto como um todo; Barcelona dará um direcionamento para o restante da temporada.
Carros que vão bem nesta pista, costumam ser melhores em pista mais diversificadas presentes no calendário.
A Mercedes apresentou um bom desempenho no Canadá e mira em Barcelona para confirmar algumas apostas do seu projeto. O time tem investido em atualizações regulares, mudanças que são apresentadas prova após prova, para tentar melhorar o desempenho do W15. A nova asa dianteira usada nos carros possibilitou a equipe ampliar as suas configurações e melhorar o poder de ação do equipamento.
Depois da prova catastrófica da Ferrari no Canadá, é esperada uma recuperação da equipe italiana. O time perdeu pontos importantes, com a McLaren participando do pódio, assim como a Mercedes.
A pista deve ajudar compreender um pouco mais sobre as “equivalências” entre Ferrari e McLaren, além do quanto de terreno a Red Bull pode ter perdido, conforme as equipes rivais foram progredindo em seus projetos.
Barcelona é a pista que geralmente os companheiros de equipes andam próximos uns dos outros, desta forma é possível observar os pares formados na tabela de tempos.
Apesar do traçado ser muito conhecido pelas equipes e valorizados pelos times, Barcelona deve deixar o calendário, para que Madrid se torne a sede do GP da Espanha a partir de 2026. O acordo foi anunciado no início de 2024, a Fórmula 1 disputará as provas no país ao redor do centro de exposições FEMA na capital do país até pelo menos 2035.
O Circuito
O GP da Espanha é disputado em uma pista que exige bastante da aerodinâmica dos carros. O circuito tem uma boa mistura de curvas de alta e baixa velocidade, por isso é tão popular para as avaliações. Também é um circuito ideal para os testes de pneus da Pirelli.
A Fórmula 1 realiza o GP da Espanha desde 28 de outubro de 1951, a primeira prova foi disputada em Pedralbes. Jarama foi o primeiro circuito permanente espanhol, mas a categoria também passou por Montijuïc até realizar a mudança para Barcelona em setembro de 1991, quando a primeira prova foi disputada na Catalunha.
A direção do vento também é um desafio neste traçado que abriga a Fórmula 1, podendo mudar drasticamente ao longo do dia e surpreender os pilotos em pista. Os competidores são sempre alertados da direção do vento e de rajadas que podem colaborar para desestabilizar os carros.
Barcelona tem mudanças de elevação, uma reta com 1050 m. Desde 2021 o circuito tem passado por alteração, a curva 10 foi modificada, sendo remodelada para contar com um raio mais aberto.
Em 2023, foi a primeira vez desde 2007 que a prova será disputada no layout original. A chicane localizada antes da última curva (curvas 14 e 15) do circuito foi removida. O traçado contendo a chicane segue homologado pela FIA, podendo ser utilizado em outros momentos ou por outras categorias.
A melhor chance de ultrapassagem acontece na primeira curva do circuito, quando os pilotos acabam de passar por uma das duas zonas de ativação do DRS. Com a alteração realizada na pista em 2023, a ideia era a categoria aproveitar a eficiência dos novos carros, combinado com o circuito para ampliar a possibilidade de duelos na pista.
O TL1 geralmente é uma sessão carregada por avaliações, as equipes enviam os seus carros para a pista com o flow-vis espalhado em várias peças, além de instalar as grelhas que também fazem o seu papel na coleta de dados. Tudo isso é para comparar os dados da fábrica com o comportamento do carro em pista.
Pneus
A Pirelli segue na zona de segurança para a prova em Barcelona, pois sabe o nível de exigência do traçado. O asfalto é abrasivo para os pneus, além disso, a configuração das curvas obriga a utilização dos pneus duros da gama, para lidar com as forças laterais que também entram em ação.
A combinação que atende melhor as exigências da pista, é formada pelos pneus: C1 (faixa branca – duro), C2 (faixa amarela – médio) e C3 (faixa vermelha – macio).
Os pilotos vão completar 66 voltas em um traçado com 4.657 km depois da mudança da chicane. Geralmente a prova em Barcelona é realizada com a estratégia de duas paradas nos boxes.
A estratégia mais popular é de duas paradas, mas por conta das altas temperaturas, é possível que neste ano as equipes realizem três trocas de pneus. A aposta inicial é que os pneus macios quase não sejam trabalhados ao longo da corrida, por conta do desgaste acentuado.
A Fórmula 1 não estará sozinha em pista desta vez, a categoria principal aproveita o momento para realizar o seu evento junto com a Fórmula 2, Fórmula 3 e F1 Academy.