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Para ganho de performance e redução do peso, Mercedes aposta na fibra de carbono exposta

Os times do grid estão realizando alterações nas suas pinturas, promovendo recortes, tudo para reduzir um pouco do peso dos seus carros, mas a Mercedes tem o benefício de já ter aparecido preta anteriormente

A escolha das pinturas para 2023 na Fórmula 1 são voltadas para a redução dos pesos dos carros. Após nove lançamentos, vemos que a escolha de vários times está na redução do peso dos carros e na busca por melhorar a performance.

Nesta quarta-feira (15) a Mercedes apresentou o W14, o time optou por abandonar a cor prata e exibir mais uma vez um carro preto. A Mercedes não vai revestir o carro com uma pintura preta, mas deixará a fibra de carbono exposta, colaborando para a redução do peso do carro.

A escolha é puramente estratégica, além de resgatar um projeto icônico que ficou muito bem nas pistas durante a temporada de 2020 e 2021.

“Nossas cores daqui para frente serão prata e preto. Estávamos acima do peso no ano passado. Este ano tentamos descobrir onde podemos espremer cada grama. Então agora, a história se repete. Você verá que o carro tem alguns pedações de carbono, junto com alguns que são pintados de preto fosco. É claro que quando mudamos a pintura em 2020, o principal fator foi apoiar as causas da diversidade e da igualdade que estão sempre próximas ao nosso coração. A cor preta se tornou parte do nosso DNA naquele momento, então estamos felizes em voltar a ela”, afirmou Toto Wolff.

LEIA MAIS: Remoção da pintura de algumas peças se torna recurso necessário para reduzir peso na F1
A Mercedes apresentou o carro com uma área com pintura preta, principalmente para valorizar os patrocinadores, mas o carro deve ir para a pista com mais áreas da fibra de carbono expostas – Foto: reprodução Mercedes / Daimler

Alfa Romeo, Ferrari, Williams e McLaren realizaram cortes nas suas pinturas para trabalhar a redução do peso. Por mais que hoje exista muita tecnologia na Fórmula 1 e as tintas usadas sejam extremamente eficientes e capazes de não elevar tanto o peso dos carros, além dos processos para a pintura que passaram por alterações, qualquer grama que eles possam emagrecer (dentro do que o regulamento permite), significa ganhar desempenho na pista ou abrir a possibilidade para novos desenvolvimentos.

“Quando você olha de onde veio a história dos Silver Arrows (Flexas de Prata), e que a Mercedes foi colocada na pista – o carro de corrida era branco, acima do peso, um pouco da nossa história no ano passado – e eles rasparam a pintura e abou no alumínio, e o carro obteve o peso. Então, voltamos, realmente tentamos tirar o peso do carro em cada pedacinho, portanto, do lado da pintura, nos comprometemos em ganhar gramas deixando o carro no carbono fosco, e a história se repete. Só neste caso é um material moderno, carbono e alumínio, e é preto”, seguiu Toto Wolff.

A Mercedes tem o ‘beneficio’ e praticamente a licença para ser preta, pois já utilizou essa pintura em 2020 e 2021. Toto Wolff também ressaltou a história da Mercedes remover a pintura do carro para entrar no peso adequado. Por ser um time multicampeão, é mais plausível a Mercedes fazer uma escolha como essa.

Após a apresentação a Mercedes ainda ressaltou que a pintura preta remete a Sauber C12 de 1993, que carregava a marca Mercedes e marcou seu primeiro envolvimento na F1 desde 1955.

Quando o novo regulamento foi pensado, a ideia era trabalhar com carros de 795 kg, mas foi necessário subir o peso mínimo, depois que várias equipes tiveram problemas na construção dos carros. O peso mínimo para 2022 passou para 798 kg, mas a ideia era realizar uma redução de 2kg para 2023, chegando em 796kg.

Por conta dos pneus de pista seca que passaram por uma mudança para o atual campeonato, a FIA precisou levar em consideração essa regra. O peso foi ‘ajustado’ e mantido como estava. Tudo indica que 2023 será ainda mais complicado lidar com o peso dos carros, pois além dos pneus usados, cada carro precisa carregar novas caixas eletrônicas exigidas pela FIA, acrescentando cerca de 0,4 kg como informou o site da Motorsport.

A manobra de remover a pintura de algumas áreas do carro e principalmente de peças que não estão expostas, auxilia as equipes a compensar o peso que eles não podem fugir, pois estão atrelados aos itens de segurança e componentes que não suportam modificações.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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