A Fórmula 1 atual chegou com várias nuances e a cada nova corrida os times vão descobrindo novas questões, algum problemas que necessitam de soluções, principalmente quando estão relacionados a perda ou ganho de performance.
Sabemos que os carros da Fórmula 1 foram aumentando conforme o tempo e também ganharam mais peso, para que fossem capazes de abrigar todos os diapositivos de segurança necessários. É claro que quando o peso aumenta, o lado aerodinâmico precisa fazer o seu trabalho, tentando deixar os carros mais velozes e para que eles continuem sendo rápidos e eficientes.
O peso dos carros influencia o seu desempenho em pista, e neste ano está ainda mais difícil reduzir o peso dos carros, ainda que agora o peso mínimo esteja em 798 kg; um salto enorme de uma temporada para a outra já que em 2021 os carros tinham 752 kg. Isso sem levar em consideração o combustível e os pneus.
A Alfa Romeo precisou fazer o uso de lastro para chegar ao novo peso, afinal estava abaixo do limite, mas isso é uma exceção no grid. A Red Bull está tentando reduzir o peso do seu carro e espera chegar em Ímola com o carro com menos 10 kg.
LEIA MAIS: Times buscam aumentar o peso mínimo dos carros de 2022
Uma solução que algumas equipes estão encontrando, é remover a pintura de algumas peças, tornando assim o carro mais leve, mesmo que seja em apenas em troca de algumas gramas. “Uma pintura completa pesa cerca de seis quilos”, disse Beat Zehnder.
A Red Bull começou a remover algumas partes da pintura inferior da asa, após a realização dos testes de pré-temporada no Bahrein. O time austríaco é o que mais está sofrendo com essa questão do peso, além disso, acredita-se que para manter essa performance tão competitiva, também estão trabalhando com o motor no limite. Para Mercedes, McLaren e Williams a situação do peso não é diferente. No caso do MCL36, o fato deles terem apresentado uma nova pintura foi justamente pensando nessa redução.
“O peso é um grande, grande problema. Esses carros são pesados pelo regulamento e chegar ao peso do regulamento é um desafio. Passamos por todo o carro da frente para trás e tiramos a tinta sempre que podíamos. Acho que no total economizamos cerca de 350 gramas”, disse o diretor técnico da Aston Martin, Andrew Green.
Os times também costumam apostar logo de cara em pinturas foscas, pois elas são mais leves que as tinturas brilhantes e assim também conseguem reduzir um pouco do peso dos carros. Esse é o motivo para que os times trabalhem as pinturas foscas, ignorando a existência daquelas pinturas brilhantes.
A grande questão é não é tão simples realizar a redução do peso dos carros, isso demanda tempo e também dinheiro. Limitados ao teto orçamentário, assim como as horas de túnel de vento, isso se torna um dilema para todos os times que teriam que investir em pesquisa, se querem melhorar o desempenho dos seus carros, reduzindo o peso deles.
E claro que o dilema de peso é algo que faz parte da história do automobilismo, a Mercedes em 1934 participou de uma prova onde o regulamento indicava que o peso máximo do carro era de 750 kg, mas o W25 estava fora do limite. A solução encontrada foi remover a pintura branca que cobria a carroceria, reduzindo o peso do carro, isso deixou ele no alumínio e assim eles ganharam o seu reconhecimento como ‘flechas de prata’.