Depois do encerramento do GP dos Estados Unidos, a Haas entrou com dois protestos contra o carro de Sergio Pérez e Fernando Alonso. Os dois protestos foram aceitos e analisados, mas apenas o espanhol da Alpine foi punido.
Ao longo da prova Alonso se envolveu em um incidente com Lance Stroll, tocando a traseira do AMR22 guiado pelo canadense, o carro do espanhol ‘decolou’ e ficou avariado. Com o toque Alonso seguiu para os boxes, realizando a troca da asa dianteira, sendo o único reparo possível naquele momento da prova. O A522 ainda sofreu um dano no retrovisor direito que mais tarde se soltou na pista quando Alonso avançou para uma ultrapassagem em Kevin Magnussen.
A Haas entrou com o protesto, pois o carro de Fernando Alonso, assim como o de Sergio Pérez, contavam com partes que estavam avariadas e que podiam se soltar na pista – e elas realmente se desprenderam dos carros. Os pilotos não foram chamados aos boxes, notificados por uma bandeira preta e laranja que identifica a necessidade de reparos para um carro. Porém, recentemente no GP de Singapura, Kevin Magnussen foi chamado aos boxes para seu carro passar por reparos, já que a sua asa dianteira ficou com um pedaço pendendo.
Na ocasião o dinamarquês sentiu que a punição era muito dura, afinal, uma troca de asa é um reparo que demanda tempo e depois que a bandeira preta e laranja é direcionada à um competidor, ele precisa ir imediatamente aos boxes, podendo sofrer uma pena maior.
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E como ao longo das corridas os times estão lidando com divergências nas aplicações de punições, o GP dos Estados Unidos não conseguiu se isentar desta polêmica. Eduardo Freitas foi o diretor de provas em Singapura, onde Magnussen levou a punição. O português estava no comando por conta daquele sistema de revezamento dos diretos de prova implementados pela FIA.
Feitas e Niels Wittich tiveram divergências em algumas escolhas para as provas, mostrando uma inconsistência na linha de raciocínio que deveria ser seguida nas provas, anotando mais uma para a conta dos problemas que se desenrolaram neste ano. Para o GP dos EUA, Wittich estava no comando e agora será o diretor de provas fixo até o final da temporada 2022.
Alonso and Stroll come together 💥😮#USGP #F1 pic.twitter.com/H8Wbs0GaXL
— Formula 1 (@F1) October 23, 2022
Ao final da prova e com a avaliação do protesto da Haas, Alonso recebeu uma punição de Stop And Go que foi automaticamente transformada no acréscimo de 30 segundos ao seu tempo de prova – Alonso que tinha terminado a prova na sétima posição, caiu para o décimo quinto lugar.
O carro do espanhol foi declarado inseguro, por conta da perda do espelho, a equipe deveria ter chamado o piloto aos boxes para reparos. Porém, a direção de prova também cometeu um erro de não advertir o piloto. Imagens não faltaram, pois a transmissão fez questão de mostrar o retrovisor que estava se soltando e até mesmo o momento que ele se desprendeu do carro e ficou pela pista.
“Os comissários ficaram profundamente preocupados que o carro 14 não recebeu uma bandeira preta e laranja ou ao menos uma advertência pelo rápido para corrigir a situação, apesar das duas chamadas para a direção de prova pela equipe Haas”, informou a FIA no comunicado.
“Não obstante, o artigo o 3.2 do regulamento esportivo da Fórmula 1 é claro, o carro deve estar em condições seguras durante toda a corrida e, neste caso o carro 14 não estava. Está uma responsabilidade da equipe Alpine”, seguiu.
“Tendo considerado as provas apresentadas, os comissários determinam que o procedente. Os comissários determinam impor uma penalidade de Stop and Go de 10 segundos (penalização de 30 segundos aplicada pós corrida) ao carro 14”.
A penalidade recebida por Alonso se torna um absurdo, pois o piloto teve 30 segundos adicionados quando a direção de prova deveria ter analisado as reclamações da Alpine enquanto a prova estava acontecendo. Fora que adicionar uma penalidade de 30 segundos ao seu tempo, o que gerou a perda de todos os pontos, se torna algo muito rígido, quando Lance Stroll correrá na próxima corrida, perdendo apenas três posições no grid de largada e podendo buscar pontos.
Sergio Pérez não recebeu uma punição por conta da sua asa dianteira, verificaram algumas imagens que não provavam que o carro estava inseguro, desta forma não atribuíram nenhuma punição ao piloto da Red Bull. Também não consideraram uma punição para o momento que o carro esteve inseguro até a peça se desprender do carro.
Para o regulamento de 2022, a Fórmula 1 pensou em carros com peças que fossem mais resistentes e contatos e que permitissem o piloto permanecer na pista, mesmo após algum toque. Os carros mostram que melhoraram muito, mesmo no acidente de Alonso que foi bem sério o carro foi capaz de permanecer em pista e o piloto de retornar aos pontos.
A questão que mais gera suposições novamente é sobre a divergência da aplicação de penas para situações semelhantes em corridas diferentes. Ainda foi observado pelos comissários que a Haas “recebeu a bandeira preta e laranja em três ocasiões este ano por situações envolvendo seu carro em condições inseguras”. Infelizmente, em vários momentos que tiveram controvérsias, algum carro da Red Bull esteve envolvido, ou mais precisamente, Sergio Pérez.
A Haas fez a entrega dos protestos depois do término do prazo, mas eles foram aceitos e também avaliados, algo que por se só já estava errado.
A Alpine pode recorrer da decisão e deve tentar retomar os pontos perdidos por Fernando Alonso, pois a equipe luta diretamente com a McLaren no Campeonato de Construtores. Se a direção de prova não estava preparada para ver as imagens e fazer um diagnóstico durante a corrida, o sistema de VAR não está colaborando então com a direção de prova.
A tendência que a categoria gerou é que todas as corridas precisam ser encerradas com uma polêmica permeando os assuntos extra pista.