ColunistasDestaquesFórmula 1Post

Pirelli “acerta previsão” e equipes apostam em duas paradas para a disputa do GP dos EUA

Por conta das altas temperaturas e buscando uma boa performance, os times apostaram na estratégia de duas paradas. O Safety Car provocado por Valtteri Bottas "colaborou" com alguns pilotos no grid

O GP dos Estados Unidos foi pautado na estratégia com duas paradas, como a Pirelli tinha previsto e seguindo o que ocorreu na prova do ano passado.

Por conta do horário e das altas temperaturas, os times descartaram o uso dos pneus macios, pois mesmo contando com a aderência, foi observado ao longo do fim de semana que os carros estava derrapando em algumas curvas – desta forma a vida útil do composto seria menor.

Alguns pilotos como foi o caso de Max Verstappen, Charles Leclerc e Sergio Pérez, contavam com dois jogos de pneus médios novos para a prova, enquanto Lewis Hamilton tinha apenas um jogo de pneus médios disponíveis e precisou trabalhar com dois jogos de pneus duros em sua estratégia para a prova.

A Red Bull cometeu um erro na sua segunda parada nos boxes, desta forma Max Verstappen retornou ao traçado atrás de Lewis Hamilton e precisou perseguir o inglês para retomar a liderança. Na batalha de pneus, entre os compostos duros (usados por Hamilton) e médios (instalados no carro de Verstappen), o holandês obteve o melhor resultado.

O carro do time austríaco estava bem acertado, Max trabalhou o seus compostos e caçou Hamilton, antes de realizar a ultrapassagem e  retomar a liderança da corrida na volta 50.

Os conjuntos de pneus disponíveis para o GP dos Estados Unidos para cada um dos competidores – Foto: reprodução Pirelli

Depois de Carlos Sainz abandonar a prova na primeira volta, a disputa da Red Bull foi travada com a Mercedes, desta forma o time austríaco respondeu as paradas de Hamilton, na tentativa de dar as melhores chances para Verstappen. A Red Bull conquistou o seu quinto título no Mundial de Construtores com uma vitória.

A chave da prova esteve no desempenho que os times avaliaram com os treinos livres e analise que foram realizadas dos seus carros durante as sessões. Alguns times consumiram seus pneus médios e duros, tentando identificar o desgaste dos pneus em seus carros no traçado, mas comprometeram em parte a sua prova.

Foi uma corrida um tanto movimentada, pois Charles Leclerc e Sergio Pérez lidaram com punições e precisaram escalar o pelotão. O traçado provou que existiam bons espaços para realizar ultrapassagens e o DRS trabalhou bastante em Austin.

Sebastian Vettel que estava realizando uma boa corrida, liderou a prova. Infelizmente a sua prova foi prejudicada por conta da parada ruim realizada pela Aston Martin, o piloto perdeu tempo nos boxes e por consequência, várias posições. Mesmo com esse problema, Vettel contou com pneus duros, em condições melhores do que a de alguns pilotos, para retomar as posições perdidas e terminar no top-10.

Os pneus duros deram ao alemão a possibilidade de duelar diretamente com Kevin Magnussen na última volta da prova. Vettel herdou a posição de Fernando Alonso, para ocupar o sétimo lugar, mas a Alpine ainda recorrerá da punição aplicada ao espanhol.

A prova foi reiniciada duas vezes, a primeira neutralização aconteceu pelo abandono de Valtteri Bottas, pois o finlandês perdeu o controle do seu carro e ficou preso na brita. Ao longo das atividades os pilotos reclamaram bastante do comportamento dos ventos em seus carros. Alguns competidores tiveram um pouco mais de azar quando eram pegos de surpresa pelas rajadas de vento.

O segundo reinício ocorreu depois da batida de Fernando Alonso e Lance Stroll. O carro do canadense precisou ser removido do traçado e existia muitos destroços dos carros espalhados pelo traçado. Apenas Stroll, Bottas e Sainz não completaram a prova.

Os Pneus da Rodada

As estratégias usadas durante o GP dos Estados Unidos – Foto: reprodução Pirelli

Basicamente os pneus macios foram usados apenas na classificação e um jogo foi utilizado por George Russell no final da prova para roubar a volta mais rápida da corrida da Red Bull.

Os pneus médios e duros da gama intermediária da Pirelli, foram os compostos trabalhados durante a prova.

Duro (C2 – faixa branca): apenas Alonso, Magnussen, Ocon e Schumacher usaram esses compostos para a largada, permitindo que os pilotos realizassem as suas paradas um pouco além, mas sem avançar da volta 18 voltas com eles, por conta do Safety Car.

A neutralização da prova colaborou para juntar o pelotão e abrir a possibilidade para novas disputas, antes da segunda parada de pit-stops.

Os pneus duros foram essenciais para a prova de Lewis Hamilton pois o piloto não contava com outro jogo de médios para usar em sua estratégia. Os pneus duros também foram fundamentais para a corrida de Fernando Alonso depois da batida com Lance Stroll, permitindo ao piloto fazer um stint mais longo e avançar no grid, enquanto os outros pilotos recorriam à segunda parada.

Médios (C3 – faixa amarela): os pneus de faixa amarela foram usados por grande parte do pelotão para a largada e como muitos contavam com um segundo jogo, usado ou novo, eles também foram trabalhados principalmente no final da prova para dar mais aderência e performance aos seus carros, além de ser um composto que aquecia mais fácil.

Apenas Kevin Magnussen completou a prova com a realização de uma parada, o dinamarquês que começou a corrida largando com os pneus duros, concluiu a prova com os pneus médios e garantiu pontos para a Haas.

As melhores voltas com cada pneu, inclusive a volta mais rápida anotada por George Russell – Foto: reprodução Pirelli

A Pirelli usou o segundo treino livre para avaliar os pneus de 2023, a fornecedora precisava de uma coleta de dados mais intensa para avaliar o comportamento dos compostos.

“Com Max Verstappen vencendo a corrida e sua equipe conquistando mais um campeonato de construtores, oferecemos nossos parabéns à Red Bull Racing, obviamente junto com nossas condolências pelo triste falecimento de Dietrich Mateschitz. A corrida de hoje foi intensa, interrompida por dois carros de segurança que ajudaram a reduzir a degradação dos pneus – que, no entanto, observamos que foi menor do que o esperado nessas condições quentes”, disse Mario Isola.

“A estratégia provou ser importante mais uma vez, com Lewis Hamilton tentando superar Verstappen e a corrida se resumindo a um duelo de tirar o fôlego entre eles. Antes, também vimos uma grande luta entre Verstappen e Charles Leclerc, da Ferrari. Os dois pilotos em compostos diferentes durante o stint final foram um verdadeiro ponto de interesse para a enorme multidão americana; cerca de 440 mil pessoas foram presenteadas com uma batalha emocionante até o fim”, seguiu Isola.

Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo