O início de campeonato da Fórmula 1 exige novas regras, algumas delas óbvias como a aparência dos carros, mas outras mais sutis e não menos importantes são necessárias para o desenvolvimento da competição.
Todas estas novas regras vêm de acordo com as mudanças que os carros sofrem desde 2016, quando no ano seguinte passaram a utilizar pneus mais largos. A tecnologia híbrida da Fórmula 1, implementada em 2014, colocou muita expectativa nas unidades motrizes. Dois anos depois as equipes passaram a buscar a eficiência do chassi e agora o tema é a responsabilidade do conjunto.
O regulamento já estava precisando de alguns reajustes, principalmente depois de equipes darem como vitoriosas ainda no sábado das competições. A dificuldade de se manter perto do adversário, não foi uma questão que apenas a Pirelli tinha como responsabilidade para resolver. Mesmo com a troca das gomas dos pneus e ampliação do projeto, o número de ultrapassagens ainda foi muito comentado na temporada anterior.
O texto das regras foi todo redigido com cuidado, desta forma Brawn tenta evitar que alguma equipe apareça com soluções mágicas durante a temporada e deixe os outros competidores em dúvida sobre a sua adequação ao regulamento. As peças utilizadas até agora foram um espetáculo da engenharia, principalmente as asas dianteiras, com toda a sua complexidade e eficiência.
lll A começar pela Asa Frontal:
Nesta temporada elas serão mais largas, altas e simplificadas, com a diminuição dos flaps (ou degraus) que estavam presentes na temporada de 2018. A ideia é que ela traga uma maior competitividade e a possibilidade de aumentar o número de ultrapassagens.
Com a mudança na altura, é possível que surjam eventuais toques durante as corridas, mas que os carros não percam a aderência frontal, desta forma o piloto não precisaria realizar um pit-stop para a troca do bico ou se retirar da corrida.
Asas que direcionem o fluxo de ar para o redor dos pneus dianteiros estão banidas, ao invés disso, elas devem gerar força descendente. Ou seja, a função das duas aletas permitidas é alimentar o fluxo de ar na parte inferior dos chassis. Isso causa menor interferência em carros que estão atrás tentando uma ultrapassagem, os chamados vórtices, por conta do ar espiralado que é produzido.
Tais medidas também preveem uma queda nos gastos, pois atualmente as equipes testam vários modelos, principalmente das asas dianteiras, que implicam em uma maior importância para o carro, já que condicionam a maior parte do fluxo de ar. Assim, limitando as suas estruturas, os desenhos não sofrem tantas variações e o número de possibilidades acaba caindo.
lll Asa Traseira:
Assim como a asa dianteira, a parte de trás dos carros será mais alta, mais larga e simples. A ideia é promover a aproximação dos pilotos e tornar as corridas mais disputadas, facilitando as ultrapassagens.
A altura passa a ser de 20mm, por 100mm de largura. A abertura do DRS foi aumentada para 20mm, elevando o seu ganho de potência em cerca de 25%. A asa móvel é utilizada quando o piloto que está atrás reduz a distância para o competidor da frente em menos de um segundo. A mudança prevê um melhor desempenho, especialmente nas curvas de média e alta velocidade.
lll Duto de freios:
Reduz a exploração aerodinâmica dos dutos de freio. Essa restrição em projetos complexos significa menos redução de força descendente quando a área do carro está com ”perturbação de ar”, algo que mais uma vez é pensado na aproximação entre os carros. Na temporada passada, o dutos captavam o ar e o direcionavam para os discos e pastilhas a fim de resfriá-los.
lll Novo defletores laterais:
São as placas que ficam geralmente em ambos os lados do chassi, entre as rodas dianteiras e as entradas do sidepod. A mudança prevê diminuir a sua ação ou potência, sua altura foi reduzida em 150mm e o equipamento foi movido para a frente em 100mm, para melhor unir o fluxo de ar já direcionado pela asa dianteira. Tudo pensando na aproximação entre os pilotos e ultrapassagem.
lll Cores dos Pneus Revisadas:
A Pirelli abandonou a estrutura Rainbow, apresentada para 2018 e reduziu as cores para três principais: vermelho, amarelo e branco.
A ideia é facilitar, para o espectador, a compreensão das estratégias. No entanto cada corrida terá sua própria configuração de pneus duros, médios e macios – sendo escolhidos entre C1 e C5, em que o primeiro é mais duro e o último possui uma goma mais macia.
lll Luvas Biométricas:
A implantação dos novos sensores nas luvas dos pilotos é capaz de ajudar as equipes médicas em caso de acidentes durante as sessões. O equipamento monitora a pulsação e os níveis de oxigênio do sangue. Dados que podem ser vistos antes, durante e após o acidente. O equipamento passou a ser testado ainda em 2017 e sofreu algumas mudanças para esta nova temporada.
lll Luzes da traseira:
Para aumentar a visibilidade dos carros em dias de más condições climáticas, serão implantadas luzes de led adicionais em ambos os lados da traseira do carro no aerofólio. Desta forma, elas ficarão acessos a partir do momento da instalação dos pneus intermediários de chuva.
lll Aumento do Combustível:
Os pilotos passam a utilizar 110kg de combustível, pois anteriormente era permitido apenas 105kg, durante a corrida. Um dos motivos da desclassificação de Kevin Magnussen e Esteban Ocon no GP dos Estados Unidos em 2018, já que os dois pilotos extrapolaram a quantidade de combustível permitida pelo antigo regulamento. Magnussen perdeu a oportunidade de atacar no final da prova, já que precisava poupar gasolina.
A medida é para que justamente os pilotos não precisem economizar seus ataques para conservar o combustível até o final. Com isso, acabam ganhando mais oportunidades de atacar outros competidores ou tentarem uma aproximação, justamente nos metros finais.
lll Capacetes:
Para dar mais um passo na segurança, a partir de 2019, todos os capacetes devem estar em conformidade com a nova norma imposta pela FIA 8860-2018. O capacete deve ser ultra protetor, oferecendo a conservação dos sentidos vitais. A parte frontal (viseira) foi reduzida em 10mm, para diminuir a parte de impacto com detritos. O invólucro é feito de materiais resistentes para impedir que o capacete escape ou que algo o penetre e atinja a cabeça do piloto.
lll Carro e peso do Piloto:
O peso do piloto, que era somado ao do carro, agora passa a ser dois “assuntos” separados. Desta forma evita que os pilotos mais pesados sejam prejudicados pelas regras do peso. O peso mínimo do carro, sem o combustível subiu para 740kg, antes o regulamento permitia 733kg.
Desse peso, 80kg correspondem ao piloto, contando com assento e direção e para os mais leves existe a possibilidade de colocar lastro e atingir o limite de 80kg. O lastro não necessariamente deve estar dentro da cabine do piloto, mas só é permitido em algumas áreas, evitando a compensação em partes indevidas.
lll Checagem dos carros:
As verificações dos carros não mais ocorrerão no começo do final de semana das corridas, mas os competidores assinarão um termo declarando estar em conformidade com as regras. Mesmo assim, as verificações dos administradores, podem ocorrer de forma aleatória e a qualquer momento.
lll Sinal para o encerramento da prova:
O que determina o final da corrida é o painel de luz quadriculada que será acionado ao final da última volta da prova. Ele será instalado em outro painel, na linha de chegada. A bandeira ainda será agitada como símbolo, mas o novo sistema evita erros como o do Grande Prêmio do Canadá de 2018 onde a modelo Winnie Harlow, agitou a bandeira durante a penúltima volta da corrida e esta passou a valer como o resultado final.
lll Espelhos:
Uma pequena mudança foi implementada, apenas um reposicionamento dos retrovisores por conta do aumento da traseira, desta forma os pilotos conseguirão enxergar melhor os seus adversários.
lll Captura das Câmeras:
Para melhorar o show, as on-bords estarão melhor posicionadas para agradar ao público que assiste as corridas pela televisão.
lll Safety Car
Não é mais permitido a ultrapassagem nos reinícios da corrida até que o piloto tenha cruzado a linha de chegada. Anteriormente era considerada a linha do carro de segurança.