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FIA e F1 apostam em carros mais leves e menores e vão além nos ajustes para melhorar a competição

Saiba mais sobre o regulamento que será usado a partir de 2026. A mudança drástica nos motores gerou a necessidade de promover alterações nos carros usados hoje pela categoria

Nesta quinta-feira (06) Fórmula 1 e FIA revelaram o regulamento que será usado pela categoria a partir de 2026. A aposta nesta nova era da categoria levou em consideração a redução dos carros, tanto em tamanho como em peso. A categoria terá um novo motor, que marca uma nova era, mas a aerodinâmica do carro também precisou passar por alterações.

O carro usado para visualizar as mudanças é para dar uma ideia do que será encontrado nas pistas em dois anos, novamente cada um dos times terão a oportunidade de explorar o regulamento e implementar a sua filosofia e entendimento sobre as regras. O modelo é um norte, apenas para situar todos do que será esperado para 2026, afinal, as equipes precisaram trabalhar em conjunto com os seus fornecedores de motor, que também dará o “tom” do carro.

O regulamento técnico, que foi implementado em 2022, trouxe a volta do efeito-solo e acabou provocando não apenas uma mudança estética nos carros, mas na competição. O domínio mudou de mãos, pois a Red Bull foi a equipe que melhor compreendeu a construção do novo carro. Aos poucos os outros times tentaram se encontrar, mas pela limitação do teto orçamentário, requereu um tempo de estudos, bem como a necessidade de observar os rivais para encontrar soluções para os seus projetos.

Ficou claro que o carro trabalhava como um só, mas a peça mais importante estava embaixo do equipamento: o assoalho foi a peça-chave para que as equipes conseguissem ganhar performance.

Agora para 2026, muito foi discutido do que era o ideal para a categoria, pois as necessidades vão surgindo conforme os anos passam. A FIA entende que a F1 precisa atualmente de carros menores, para melhorar as provas, gerando a possibilidade de ultrapassagens. Os carros ficaram cada vez mais largos e pesados em decorrência da implementação de mais dispositivos de segurança.

Novamente é dado ênfase na busca por carros mais ágeis que possam entregar corridas melhores para o público, gerando possibilidade de disputas em pista.

Os carros de 2026 serão 30 kg mais leves que os carros atuais que contam com 768 kg. A redução ocorre principalmente pela diminuição dos carros, bem como dos pneus. O carro deve ser construído em torno dos 722 kg e levar em consideração os 46 kg de massa estimada dos pneus.

A distância entre eixos chama a atenção, pela redução em 20 cm, de 3,60m, para 3,40m. Também foi alterada a dimensão da parte frontal de 2m para 1,90m, uma redição de 10 cm. A categoria também aposta em uma redução do downforce em 30%, além de 55% do arrasto.

Visual do novo carro da Fórmula 1 para 2026 – Foto: reprodução FIA

Os pneus usados ainda serão os de 18 polegadas, mas com uma mudança na largura dos pneus dianteiros, reduzindo-os em 2,5 cm e os traseiros em 3,0 cm, mas com perda mínima de aderência.

“Com este conjunto de regulamentos, a FIA procurou desenvolver uma nova geração de carros que estejam totalmente em contato com o DNA da Fórmula 1 – carros que são leves, extremamente rápidos e ágeis, mas que também permanecem na vanguarda da tecnologia, e para conseguir isso trabalhamos no que chamamos de conceito de “carro ágil”. No centro dessa visão está uma unidade de potência redesenhada que apresenta uma divisão mais uniforme entre a energia derivada do elemento de combustão interna e a energia elétrica”, comentou o Diretor Técnico de Monopostos da FIA, Nikolas Tombazis.

“No lado do chassi, conseguimos reduzir o tamanho e o peso do carro em 30 kg, resultando em um carro muito mais dinâmico. Além disso, estamos introduzindo dois novos recursos interessantes para melhorar as corridas: aerodinâmica ativa para alcançar um arrasto muito baixo nas retas e o sistema Manual Override que fornecerá aos pilotos uma explosão de energia da bateria sob demanda quando estiverem próximos o suficiente do carro à frente deles”, seguiu.

“Mais leves, mais potentes e mais focados na habilidade do piloto, o Regulamento Técnico da Fórmula 1 da FIA 2026 foi pensado para proporcionar corridas mais próximas entre os pilotos, aumentar a competição entre as equipes e melhorar o espetáculo da unidade de potência, um carro mais eficiente, em geral, e combustíveis totalmente sustentáveis, como parte do nosso esforço em direção a um futuro mais sustentável para o nosso esporte”.

Como explicado por Tombazis, os carros terão novas asas dianteiras e traseiras móveis, permitindo a Aerodinâmica Ativa, que resultará em maiores velocidades nas curvas (Modo Z). Nas retas os pilotos poderão realizar mudanças para ficar em uma configuração de baixo arrasto projetada para maximizar a velocidade em linha reta (Moto X).

O sistema é semelhante ao DRS atual, mas que terá eficiência em todas as voltas, não precisando mais levar em consideração a distância entre os competidores.

Os carros também terão um sistema de push to pess (modo override), que fornecerá essa potência extra para a realização das ultrapassagens. Quando os pilotos estiverem na janela de operação (menos de 1 segundo), o piloto que está atrás terá à disposição mais energia para buscar a ultrapassagem, enquanto aquele que está atrás, terá uma redução da energia disponível.

A potência extra, fornecida pelos motores elétricos, é usada a partir do momento que o carro atinge 290 km/h e começa a cair gradualmente até chegar a zero a 355 km/h.

O piloto que estiver perseguindo o adversário, poderá acionar manualmente o sistema com 0,5 MJ de energia extra, para manter a potência do sistema elétrico do carro no máximo de 350 kW até os 337 km/h.

A asa dianteira será 100 mm mais estreita e contará com um flap ativo de dois elementos. A asa traseira será formada por três elementos, enquanto a asa inferior (beam wing) foi removida e as placas finais simplificadas. A proteção para as rodas dianteiras será removida.

Na parte aerodinâmica a FIA ainda menciona que o assoalho será parcialmente plano e o difusor de menor potência, o que reduzirá o efeito solo e a dependência de carros em configuração utrarrígidas e baixas.

Segurança

No âmbito da segurança, a FIA segue ainda extremamente rigorosa, dado todos os avanços realizados ao longo dos anos.

Os regulamentos foram revisados para o impacto frontal e introduziram uma estrutura de duas fases para evitar incidentes dos últimos anos em que a estrutura de impacto se partiu perto da célula de sobrevivência, deixando o carro exposto se acontecer um segundo impacto.

Também pensaram em reforçar a proteção lateral, protegendo ainda mais a célula de combustível.

As luzes indicativas dos carros que ficam na traseira serão significativamente mais visíveis e brilhantes que o modelo atual. Também serão introduzidas luzes laterais para identificar o estado do ERS de um carro parado em pista – para evitar acidentes com a descarga das baterias ao tocar no equipamento.

As antenas de GPS usadas para identificar a localização dos carros será reposicionada a fim de permitir uma melhora na comunicação e possibilitar novos avanços.

Sustentabilidade

Neste quesito já sabemos que os carros de 2026 contarão com uma unidade de potência mais sustentável. O combustível totalmente sustentável será usado pela categoria, reforçando o compromisso com o meio ambiente, mas ainda usando motores híbridos.

A escolha por este combustível é permitir que quase todos os carros com motor de combustão interna possam usá-lo. A categoria sempre buscou formas de exportar a sua tecnologia para os carros de rua, desta forma, seria possível dar uma sobrevida aos veículos atuais, mas reduzir a sua emissão.

A nova unidade de potência da Fórmula 1 será 50% elétrica e 50% entregue pelo motor de combustão interna, com a bateria de 120 kW passando para uma de 350kW. Com a mudança significativa nos regulamentos da unidade de potência e sua simplificação, conseguiram atrair novos fornecedores para a Fórmula 1.

LEIA MAIS: FIA define as regras de motores da F1 para a temporada 2026

MGU-H não será mais utilizado, por ser um sistema que era muito caro e acabava intimidando novos fornecedores de motores, pois a tecnologia era muito complicada ser adaptada aos carros de rua.

Para os regulamentos de 2026 a categoria precisou olhar um pouco para o seu passado e ver quais elementos poderiam gerar corridas mais emocionantes. Esse é o dilema desde a implementação dos regulamentos de 2022.

A mudança drástica pode impactar na categoria, com a simplificação em algumas áreas é possível que mais equipes consigam entregar um equipamento competitivo logo de cara.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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