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Ferrari pode estabelecer nova base no Reino Unido para se integrar ao eixo da F1, diz Rosberg

Ferrari estuda criar base no Reino Unido para se aproximar do “ecossistema da F1”

A Ferrari pode estar prestes a romper com uma de suas tradições mais emblemáticas na Fórmula 1. Segundo o campeão mundial de 2016, Nico Rosberg, a equipe italiana estuda estabelecer uma base no Reino Unido, para ficar próximo do pole habitado por outras equipes. A informação foi revelada durante participação de Rosberg no The F1 Show, da Sky Sports.

Embora não haja confirmação oficial por parte da equipe italiana, a especulação surge em um momento delicado. A Ferrari iniciou a temporada 2025 com grandes expectativas — impulsionada pela chegada de Lewis Hamilton —, mas vem enfrentando dificuldades para acompanhar o ritmo da dominante McLaren. Passadas 10 etapas, a escuderia de Maranello está a 191 pontos da rival britânica no Mundial de Construtores, enquanto Charles Leclerc, seu piloto mais bem colocado, aparece 94 pontos atrás do líder Oscar Piastri no campeonato de pilotos.

A Ferrari já vem de um tempo que tem mudado várias peças, perseguindo o sonho de um novo título, já que a última vez aconteceu em 2008. Em 2022, a equipe italiana duelou pelo título de pilotos, com Charles Leclerc, mas o monegasco perdeu a vantagem construída no início do campeonato para Max Verstappen, em parte por erros do piloto e outros da própria equipe.

Em 2024, tiveram uma chance mínima de disputar o título de Construtores, terminando como vice-líderes, do que foi uma temporada de recuperação, marcada também por um começo complicado. Mas é justamente nesta tecla que a Ferrari tem batido, embora já tenha substituído chefe de equipe, pilotos e engenheiros ao longo dos anos.

Com a pressão aumentando, inclusive com rumores sobre o futuro do chefe Fred Vasseur, a possibilidade de uma reestruturação geográfica ganhou força. Rosberg comparou a operação da Ferrari com a da Mercedes — sua ex-equipe — e apontou diferenças estruturais que poderiam justificar o movimento.

“Então, eu vi um pouco do funcionamento interno da Ferrari, e você pode ver que o nível de excelência que eles têm não é comparável ao das equipes britânicas, e especialmente ao de uma equipe como a Mercedes, em muitas áreas, seja no marketing ou em outras áreas”, disse Rosberg.

“Então você pode ver ali, toda a cultura, o fato de eles estarem na Itália, torna tudo muito mais difícil para eles. Por exemplo, na Mercedes, sempre que Lewis tinha alguma coisa, ele simplesmente ia até o Toto, e Toto podia tomar uma decisão, dar a tacada imediata, pronto”, comentou.

“Ouvi algumas ideias circulando. Acho que a Ferrari está estudando a possibilidade de abrir uma espécie de filial no Reino Unido, porque lá que está o ecossistema da Fórmula 1. Então, ouvi rumores de que eles também estão pensando em abrir uma instalação lá”, seguiu.

Esse não é um problema exclusivo da Ferrari, mas que dificulta algumas contratações e, se tornou uma dor de cabeça para a Sauber, por exemplo. Pois estar na Itália, alguns engenheiros não querem mudar completamente a sua vida, trocando o Reino Unido pela Itália.

No entanto, trabalhar com duas bases, não é a coisa mais fácil na Fórmula 1, o melhor exemplo de conflitos fica para a Alpine – com duas fábricas – uma para os motores e a outra para a parte aerodinâmica – os projetos perderam muita qualidade ao longo dos anos, fora o grande problema de uma instalação, não escutar os engenheiros da outra.

“O problema, então, é simplesmente acertar a comunicação”, continuou ele. “Se você tem uma Ferrari no Reino Unido, isso é uma coisa, mas ela ainda precisa se comunicar muito bem com a sede, e talvez não seja possível ter uma comunicação tão boa a ponto de realmente fazer sentido.”

Ainda que a mudança representasse uma quebra de paradigma para a Ferrari, ela não seria inédita na F1. A Haas, por exemplo, mantém sua equipe de corrida em Banbury (Reino Unido) e seu escritório técnico no campus da Ferrari em Maranello. A Racing Bulls opera de forma semelhante, com estruturas tanto na Inglaterra quanto na Itália.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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