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Com pouca margem para manobra, McLaren não consegue reagir a Verstappen

Stella explicou o motivo da limitação estratégica da McLaren no GP do Japão

A McLaren se destacou durante os treinos livres do GP do Japão, mas na classificação foram superados por Max Verstappen. Na corrida, Lando Norris e Oscar Piastri não conseguiram superar o neerlandês, apesar dos esforços.

Com o encerramento da prova, Andrea Stella atribuiu alguns fatores para a equipe não ter se saído tão bem como esperado. O time não conseguiu fugir das estratégias batidas para a corrida, buscando uma alternativa para superar o adversário.

Ao longo do fim de semana as equipes se moldaram para investir na estratégia de apenas uma parada e ela se tornou a escolha principal do evento. A McLaren, no entanto, era uma das poucas equipes que preparou os pilotos para trabalhar com uma estratégia diferente, pois Oscar Piastri contava com dois jogos de pneus médios disponíveis para a corrida, enquanto Lando Norris tinha dois compostos duros.

No entanto, a Red Bull também muniu Max Verstappen com dois pneus médios novos, para poder trabalhar com essa alternativa, caso acontecesse essa movimentação no grid.

Por conta da durabilidade apresentada pelos pneus da gama dura, a oportunidade de uma corrida mais dinâmica reduziu muito. Desta forma, não foi possível repetir o ano passado, quando as equipes se valeram de diferentes estratégias para concluir a disputa da prova.

A McLaren mais uma vez optou por parar o piloto que estava atrás antes, no caso, chamou Oscar Piastri para os boxes na volta 21; no giro seguinte Max Verstappen e Lando Norris mergulharam para o pit-stop. O time britânico poderia ter deixado Norris mais uma volta na pista e com o ar completamente limpo, buscar o overcut.

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Questionado sobre essa decisão, pois ela poderia ser uma alternativa quando Verstappen se encaminhou para os boxes, mas o chefe de equipe da McLaren disse: “Acho que o problema para Lando é que ele teria perdido a posição para alguns carros, incluindo Oscar, porque eles tinham parado e estavam mais rápidos. E se você fica 20 voltas em um pneu médio usado, você não pode ser mais rápido que alguém que está com um duro.”

O overcut já funcionou em circuitos como Barcelona e Suzuka no ano passado, o piloto pode permanecer um pouco mais de tempo em pista e mesmo retornando atrás de um competidor que está com um pneu mais macio, é possível ultrapassar, pois os seus pneus estão melhores. No entanto, não era o caso da prova deste ano em Suzuka, explicou Stella: “Mas aqui, os pneus quase não se degradaram de uma volta para a outra. Continuamos vendo setores roxos e voltas roxas até o final. Então é uma corrida de baixa degradação”.

Por conta da baixa degradação, uma alternativa, era a McLaren chamar Norris mais cedo, optando por dar prioridade ao britânico. O assunto foi até tratado com o piloto em rádio na volta 19, mas como foi realizada de uma forma tão descarada que foi realizada, não parecia real.

“Vamos rever, obviamente, as lacunas em termos de tempo para entender se havia a possibilidade de ir para um undercut com Lando que pudesse realmente ser executado em Max. Mas não podemos esquecer que, ao abrir mão da posição em pista, você também expõe o carro que vai aos boxes ao risco de um Safety Car, por exemplo”, comentou o chefe de equipe da McLaren.

“Lando teria perdido posições em um Safety Car, caso um Safety Car tivesse sido acionado. Em retrospecto, você não vê nenhum Safety Car, você não vê nada e pensa ‘Poderíamos ter tentado o undercut’, mas uma tentativa de undercut vem com alguns riscos. E era aparente que a degradação era baixa, então se você perde a posição com um Safety Car, ela está perdida. Não acho que poderíamos ter ultrapassado uma Ferrari ou uma Mercedes.”

Ordem de equipe

Em alguns momentos da prova, foi observado que Oscar Piastri estava mais rápido que Lando Norris, desta forma foi esperado que a equipe em algum momento optasse pela inversão de posições dos seus pilotos, para permitir que o australiano tentasse uma aproximação em Max Verstappen.

Stella explicou: Não acho que ficou tão claro que Oscar era mais rápido. Acho que Lando estava tentando entrar no vácuo de Max ainda mais perto, mas sempre que você ficava abaixo de um segundo, havia uma perda significativa de aderência. Então Lando estava fazendo uma corrida um pouco elástica, tentando esfriar um pouco os pneus, indo de novo. Não acho que seja uma situação que devemos julgar pelo valor de face em termos de qual era o ritmo do carro.”

Em Suzuka é difícil de ultrapassar, algumas corridas são mais movimentadas que outras por conta do número de pit-stops que as equipes decidem trabalhar. Neste ano foi mais complicado ainda, pois o primeiro setor foi recapeado, essa parte do circuito cobra bastante dos pneus, mas com o novo asfalto, a degradação diminuiu. A pista ficou ainda veloz e mesmo com a aproximação, a distância não era mantida para favorecer uma ultrapassagem.

“Lando estava tentando chegar perto de Verstappen com o máximo de ímpeto, mas era difícil. Era algo que sabíamos desde o começo, que nesta pista, você precisa de sete a oito décimos de vantagem de desempenho para conseguir ultrapassar.”

Inverter a posição dos pilotos, era o que o público esperava, mas geralmente quando essa decisão acontece nem sempre ela é eficaz, justamente por essa falsa sensação que o piloto que está atrás é mais rápido. Se o competidor não faz a ultrapassagem, a equipe precisa dar uma nova ordem para que a posição seja devolvida.

Terminando da forma como começaram, Lando Norris segue na liderança do campeonato, mas com a vitória de Verstappen, eles estão separados por um ponto. Norris foi aos 62 pontos, enquanto o neerlandês tem 61 pontos.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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