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Café com Deborah – O que foi visto no GP do México

A Fórmula 1 é uma caixinha de estratégias, por conta disso o segundo treino livre é um dos mais importantes, nele as equipes focam o trabalho no modo de simulação de corrida, já pensando em como vai ser o desenvolvimento do domingo. A utilização dos compostos no decorrer do final de semana do GP do México, assustou as equipes que precisaram lidar com a alta degradação. A opção de uma parada, não parecia confiável mas teve equipe que arriscou ainda mais que o vencedor da prova.

Não era uma corrida que a vitória de Lewis Hamilton era esperada, levando em consideração as últimas provas realizadas no circuito, o primeiro lugar era duvidoso; aliado ao fator da classificação deixava a aposta mais distantes, e somado as escolhas da Mercedes no decorrer da prova, afastavam as possibilidades mais ainda.

Assim que a rodada de pit-stops começaram Hamilton foi o piloto com preferência pela equipe alemã, a responder a parada da Ferrari com Leclerc e diferente dos rivais, logo foi instalado os pneus duros cumprindo o requisito da utilização de duas gomas diferentes na prova. A aposta de uma parada era ousada, principalmente por conta da degradação dos pneus, mas em contrapartida a Renault vinha trabalhando para deixar Daniel Ricciardo mais tempo na pista, enquanto Max Verstappen também estava galgando posições com os mesmos compostos ao parar na quinta volta.

Se não fosse a ousadia de Sebastian Vettel em recusar o chamado da Ferrari no rádio e permanecer na pista, a corrida poderia ter se desenrolado de forma diferente, pois o alemão foi o primeiro a dar o estalo que poderia ‘’vencê-la’’, permanecendo mais algumas voltas na pista, com o segundo stint um pouco mais folgado, realizado com a goma dura.

A estratégia de Bottas passou a ser direcionada para Vettel e naquele momento, pareciam as melhores apostas, não fosse o fato de Hamilton permanecer na pista enquanto Albon e Leclerc partiam para a segunda rodada de pit-stops. Munido pela confiança, o inglês foi administrando a corrida, recebeu potência extra no motor e tomou conta da ponta, evitando uma aproximação de Vettel.

Com o passar das voltas, Max Verstappen também dava a entender que não pararia mais e com um composto que chegou as 66 voltas, o holandês cruzou a linha de chegada em quarto, contra as 48 dadas por Hamilton. Sobrou até borracha para dar alguns zerinhos no circuito!

A vitória do inglês não veio acompanhada de mais um título, a disputa vai perdurar por mais uma prova e com isso o GP dos Estados Unidos deve ser mais um show a parte, mas Hamilton é o favorito, possuindo cinco vitórias desde o retorno do circuito ao calendário.

Disputas e outros

Foi bonito de ver Sergio Pérez correndo em casa, o mexicano aproveitou ao máximo o fato de poder escolher os compostos e ainda pode travar uma disputa intensa com Daniel Ricciardo da Renault, desta forma ele completou a corrida em sétimo. O fato da dupla da McLaren ter se dado mal também contribuiu para uma melhor posição da Racing Point.

Do outro lado da balança, veio Daniil Kvyat, foi punido após o término da prova por ter se chocado com Nico Hulkeberg na última volta. O ‘’pega’’ poderia ser mais uma marca do final concorrido, no entanto o alemão da Renault foi jogado para o muro de contenção e desta forma a atitude acarretou em dez segundos acrecidos ao seu tempo final e o piloto da Toro Rosso. Assim o russo perdeu o nono lugar e caiu para décimo primeiro. Hulkenberg ainda pode voltar para a zona de pontuação, tendo que se contentar com um ponto correspondente a posição.

As trapalhadas do GP, ficaram por conta de McLaren e Alfa Romeo, as duas liberaram pilotos com pneus solto, Lando Norris percorreu todo o pit-lane com a roda dianteira esquerda solta, mas a equipe ainda retornou com o carro do piloto para os boxes, conseguindo devolver ele para a pista, por outro lado uma volta atrás do líder. Na equipe italiana algo semelhante ocorreu no carro de Antonio Giovinazzi, os mecânicos soltaram o piloto no chão com o pneu traseiro direito solto, por outro lado em nem andou muito e a equipe precisou erguê-lo mais uma vez para finalizar o trabalho.

Para a McLaren o baque foi mais duro, pois Lando tinha chances de terminar entre os dez. Carlos Sainz foi perdendo rendimento ao longo da prova, sendo ultrapassado por vários competidores, cruzando a linha de chegada em décimo terceiro.

Na Alfa, apenas Giovinazzi concluiu a prova em décimo quarto, sendo pouco melhor que a dupla da Haas em décimo quinto e décimo sétimo com Magnussen e Grosjean, respectivamente. Kimi Raikkonen abandonou com problemas de refigeração.

Sem folga, os pilotos já vão estar no grid dos EUA no próximo final de semana.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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