A Fórmula 1 é feita de escolhas, em alguns momentos as pessoas podem definir os seus caminhos, mas em outros são os ‘’estranhos’’ que escolhem a direção que será percorrida.
Ainda em meados de agosto de 2018, Daniel Ricciardo dava mais um passo na sua carreira, deixando a Red Bull para seguir o seu caminho na Renault. A equipe francesa fechou a temporada como quarta força do campeonato e se mostrava forte para uma boa equipe de meio de pelotão, hoje ela briga para ficar firme em quinto. Não é regra que com a mudança de ano as coisas permaneceriam as mesmas, parecia uma aposta arriscada, mas certamente o ‘’balde de gelo’’ não era esperado com tanta força.
Quando Ricciardo optou pela mudança, ele estava convicto de seguir por ela, o ambiente da antiga equipe não agradava mais, o posto de favorito passou para Max Verstappen, o salário foi posto a mesa e a proposta da Renault com uma oferta de longo prazo, pareceu agradar o piloto, então porque não trocar? Seria uma luta árdua independente da caminhada traçada, engolir sapos ou sonhar alto?
A temporada de 2019 teve início e ainda nos testes de Barcelona a proposta da Renault parecia ousada, mas era aquela coisa – se der certo, a temporada está garantida – pena que não foi desta forma que as coisas se desenrolaram, os problemas apareceram e os carros foram abandonando em várias provas no início da temporada, além do rendimento que era bem inconstante.
Neste momento a troca de Daniel Ricciardo pareceu de fato precipitada, principalmente quando pensamos nos pódios e vitórias que ele tinha na Red Bull. No entanto com o desempenho da Renault é possível que o quadro de funcionários mude, principalmente do chefe de equipe e desta forma com novos ares a equipe possa retomar o crescimento.
A questão é se o time vai realmente permanecer na Fórmula 1, a Renault já surpreendeu deixando a categoria ou se transformando em Lotus. Ela forneceu os seus motores, mas a partir de 2021, como é de conhecimento até o momento, eles vão estar trabalhando apenas para eles, pois todas as outras equipes tem os seus fornecedores e a McLaren que demostrava interesse, voltou a fechar uma parceria com a Mercedes para 2021, apostando na confiabilidade tal como é conhecida hoje.
Daniel Ricciardo não é o tipo de piloto que ficaria sem vaga no grid, várias equipes até brigariam pelo piloto arrojado e determinado que ele sempre se mostrou ser. E apesar dos momentos difíceis, o australiano parece que vira um botão, logo após um momento de raiva e passa a olhar para o futuro com bons olhos.
Se de fato a Renault optar pela saída, ainda assim o piloto pegaria um grande momento de dança das cadeiras dentro da Fórmula 1. Não é legal ver ele no paddock desacreditado, ainda mais após a desclassificação do GP do Japão, no entanto é como diz o ditado, cada escolha uma renuncia.
É difícil comparar a saída de Ricciardo com a escolha de Lewis Hamilton pela Mercedes em 2013, pois a equipe alemã já estava em fase de acensão, disputava lugares no pódio, vencia corridas e a Renault ainda está um passo atrás disso. Ao meu ver a mudança de Daniel, parece mais a escolha de Vettel pela Ferrari, que também tinha um caminho tortuoso e com vários altos em baixos, no entanto o time italiano, ainda assim teve diversas oportunidades.
É complicado afirmar se o que Ricciardo fez foi bom ou não, é difícil ver o piloto largando atrás e algumas vezes se arrastando no grid, mas este pode ser o caminho para um passo melhor em sua carreira.