Após ser considerado um ‘piloto problema’, Tsunoda é direcionado a um psicólogo para que possa melhorar o seu comportamento em pista e performance
Muito se fala sobre a saúde mental no esporte, o tema também tem sido abordado na Fórmula 1, principalmente por ser um esporte de alto nível e de grande exigência. Por outro lado, nem todas as equipes do grid fornecem acompanhamento psicológico aos seus pilotos.
Desde o ano passado, quando Yuki Tsunoda entrou na categoria, a Red Bull está buscando formas para melhorar o comportamento do piloto e tornar o jovem mais focado. Tsunoda teve uma rápida ascensão nas categorias de base, chegando a F1 em 2021, desta forma foi um grande choque quando ele se deparou com a principal categoria do automobilismo.
Tsunoda precisou fazer uma mudança com a temporada em andamento, o piloto foi morar mais próximo da fábrica para ter uma rotina mais regrada, acompanhada de perto por Franz Tost, o chefe de equipe da AlphaTauri. O time também passou a acompanhar mais de perto o seu treino físico, além de fornecer aulas de inglês e um cronograma mais definido de trabalhos na fábrica.
É nítida a evolução de Tsunoda em seu segundo ano guiando pela AlphaTauri, o japonês tem aproveitado melhor os treinos livres, além de ter acertado mais em disputas na pista. O time ainda enfrenta os seus altos e baixos, mas Tsunoda tem realizado classificações melhores.
Helmut Marko, consultor da Red Bull, revelou que Tsunoda terá acompanhamento psicológico, para deixá-lo ainda mais preparado.
“Graças a Deus Max está calmo, nosso filho problemático é Tsunoda. Nós contratamos um psicólogo para trabalhar com ele, porque ele continuava xingando pelos cantos, e isso afeta o desempenho”, disse Marko à ServusTV.
É até mesmo uma surpresa a AlphaTauri e Red Bull só pensarem em um acompanhamento psicológico agora, pois desde o ano passado o time tem definido Tsunoda como um piloto ‘problemático’. Infelizmente nem todas as equipes do grid conseguem ver esse acompanhamento como algo importante para o desenvolvimento do atleta.
Durante as coletivas de imprensa na quinta-feira, Tsunoda revelou que já recebia acompanhamento psicológico.
“Eu já estava trabalhando com um psicólogo na categoria de base. Eu estou realmente feliz. Fiquei feliz por ter trabalhado com ele e foi parte da razão pela qual fui capaz de subir para a Fórmula 1. Ele foi capaz de me ajudar a desenvolver meu desempenho e consistência”, afirmou o piloto japonês.
O piloto alertou que um novo profissional foi contratado, mas ele não tinha certeza se isso estava funcionando.
“Eles contrataram um novo psicólogo, quatro provas atrás. Quer dizer, eu não sei se atualmente está funcionando ou não. Porque você sabe, ele precisa entender sobre mim e eu também preciso compreender qual a direção temos que tomar. Mas sim, acho que definitivamente uma das limitações no primeiro ano foi ficar muito explosivo, especialmente quando estava no carro.”
“Mas eu sei que tenho que desenvolver essas partes, para ter mais consistência. Portanto, espero que o treinamento funcione e possamos trabalhar de forma melhor para o futuro”, concluiu Tsunoda.
Os pilotos que estavam dividindo a coletiva de Tsunoda notaram o desconforto do piloto, mas Ocon ainda comentou: “Não é fácil ficar tranquilo, calmo quando as situações estão muito estremecidas no carro, porque sabemos que nesses momentos você pode perder ou ganhar tudo. Então, sim, acho que o mais importante, nessa situação é como você volta para si, sabe, logo depois disso? No meu caso, isso é algo que venho trabalhando há um tempo, antes da Fórmula 1, com muitos exercícios diferentes, apenas trabalhando com a pressão. Mas sim, as pessoas regem de forma diferente as coisas que acontecem com elas.”
Ocon ainda falou para Tsunoda “que todos amavam ele”, em uma tentativa de suavizar o assunto.
Tsunoda ficou muito conhecido pelos rádios explosivos e os grandes problemas de comunicação com a equipe ao longo do último ano. No GP da Inglaterra Tsunoda e Pierre Gasly se tocaram, enquanto o piloto japonês buscava a posição do companheiro de equipe.
A AlphaTauri definiu alguns limites para a dupla, principalmente após Gasly abandonar a corrida.
Após a fala do presidente da FIA, os pilotos voltaram a se questionar sobre a saúde mental, alguns times oferecem esse plano de acompanhamento, mas isso não é algo que todas as equipes consideram essencial.