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SÉRIE CIRCUITOS DA F1: COTA

2022

Os Estados Unidos têm uma vasta tradição no automobilismo, mas foi somente em 1959 que a F1 desembarcou no país, primeiramente em Sebring, passando por sete circuitos no total antes de ir para o Indianapolis Speedway, casa das tradicionais 500 Milhas de Indianápolis. Quando a F1 deixou de disputar corridas no circuito em 2008, a cidade de Austin, no Texas, viu a oportunidade de tirar os holofotes de uma das pistas mais tradicionais do país.

Os planos para o novo circuito começaram em 2010, quando Tavo Hellmund, que chegou a correr de F3 nos anos 1990, conseguiu um acordo com Bernie Ecclestone para que a corrida fosse disputada nos Estados Unidos de 2012 em diante.

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Tavo Hellmund foi o responsável por trazer a F1 de volta para os Estados Unidos. – Foto: reprodução

Conseguindo grandes investidores, como os bilionários Red McCombs e Bobby Epstein, o projeto começou a sair do papel , com o desenho da pista sendo feito pelo próprio Hellmund, em parceria com o campeão mundial de motociclismo Kevin Schwantz e Hermann Tilke, famoso por ter desenhado vários circuitos do calendário. A inspiração para o traçado veio de pistas ao redor do mundo, como Silverstone, Hockenheim e Istambul.

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Traçado do Circuito das Américas, que tem 5,513 km de extensão e tem curvas inspiradas em vários circuitos famosos. – Foto: reprodução

A construção começou no dia 31 de dezembro de 2010 e era para ficar pronta em junho de 2012. Mas logo depois que as obras começaram, também vieram os problemas. Com dificuldades em conseguir os recursos financeiros necessários, os pagamentos para a FOM começaram a não ser feitos. A paciência de Bernie Ecclestone se esgotou em novembro de 2011, quando o chefe da F1 deu um ultimato: se os problemas com os pagamentos não fossem resolvidos em um mês, a corrida não aconteceria.

Vendo os planos do circuito desmoronarem, McCombs e Epstein fizeram um novo acordo com Ecclestone, retirando Hellmund do cargo de promotor da corrida.

Tavo Hellmund, na foto com Bernie Ecclestone, negociou a volta da F1 para o México, seu país natal, depois de ser retirado do projeto de Austin. Foto: reprodução

As obras recomeçaram no dia 3 de agosto com o prazo para a entrega quase acabando. A primeira camada de asfalto, por exemplo, só foi colocada 3 meses antes da corrida. No dia 21 de setembro, a construção foi concluída e um mês depois, o circuito foi inaugurado, com Mario Andretti correndo com uma Lotus 79. Andretti, que venceu o campeonato de F1 em 1978, vai ser homenageado em 2022 a última curva levando seu nome.

Onboard de Mario Andretti na inauguração do Circuito das Américas. Última curva vai levar o nome do piloto a partir de 2022. Foto: reprodução.

Quando a F1 chegou em Austin, em novembro de 2012, os fãs ficaram impressionados com as instalações do circuito. A “Grand Plaza”, na área central do circuito, tem o tamanho de 10 campos de futebol, com diversas atrações e lojas. O espaço também conta com um anfiteatro para receber shows e uma torre de observação de 70 metros de altura, que se destaca ao fundo, onde se pode ter uma visão da pista inteira e do centro de Austin. O local também abriga shows durante o todo o ano, inclusive em dias de corrida.

Com espaço de dez campos de futebol, a Grand Plaza traz diversas opções para os fãs. – Foto: reprodução
Torre de observação, que tem 70 metros de altura e é um dos destaques do circuito. – Foto: reprodução

Para os pilotos, o traçado também agradou, principalmente o primeiro setor, considerado desafiador. Para começar, o circuito é um dos poucos no mundo em que se corre no sentido anti-horário. Logo após a largada, os pilotos já enfrentam uma subida de 40 metros para a curva 1.

Pilotos enfrentam elevação de 40 metros até chegar na curva 1. – Foto: reprodução

Logo depois, os pilotos enfrentam uma sequência de curvas inspirada na famosa Maggots e Becketts, de Silverstone. Já o começo do terceiro setor lembra a parte do estádio do circuito de Hockenheim, com as curvas 16, 17 e 18 tendo sua inspiração na curva 8 do circuito de Istambul Park.

Várias curvas famosas serviram de inspiração para o COTA, entre elas Maggots/Becketts em Silverstone, a seção estádio de Hockenheim e a curva 8 de Istambul Park. – Foto: reprodução.

A primeira corrida no circuito foi vencida por Lewis Hamilton, que terminou na frente em 5 das 8 corridas disputadas até 2019. Além do piloto inglês, Sebastian Vettel, Kimi Räikkönen, Valtteri Bottas e Max Verstappen também já venceram uma corrida no circuito. Em número de pódios, Hamilton também domina, com oito, seguido de Vettel com 4, e Rosberg e Verstappen empatados com 3.

Lewis Hamilton celebra, ao lado de Sebastian Vettel, a vitória na primeira corrida realizada no circuito, em 2012, uma das cinco do piloto inglês nessa pista. Vettel venceria a corrida de 2013. – Foto: reprodução

Entre os pilotos da casa, Alexander Rossi foi o único a correr nessa pista, na edição de 2015, chegando em 12º com a equipe Marussia.

Alexander Rossi se tornou o 3º piloto estadunidense a chegar na F1 desde 1990 e foi o único piloto da casa a correr em Austin, em 2015. Depois desse ano, mais nenhum piloto do país chegou na F1. Foto: reprodução.

Entre os brasileiros, Felipe Massa, Bruno Senna e Felipe Nasr foram os representantes do país em Austin, com Massa conseguindo o melhor resultado entre os três, ao chegar em 4º nas corridas de 2012 e 2014.

Além das corridas de F1 e MotoGP, o circuito também recebe diversas outras categorias, como etapas dos campeonatos de FIA World Endurance, IMSA WeatherTech SportsCar e Nascar.

E as atrações não ficam só no automobilismo. Em 2019, a equipe de futebol Austin Aztex, agora renomeada Austin Bold FC, da United Soccer League (2ª divisão), que estava sem campo desde que uma inundação destruiu seu campo, transformou o circuito em sua casa, com um campo sendo construído na Grand Plaza. O local também abriga a academia de jovens talentos do Barcelona.

Estádio Bold, no Circuito das Américas, que além de abrigar a equipe Austin Bold FC, também serve de centro de treinamento do Barcelona. – Foto: reprodução

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