Sergio Pérez já está realizando os seus primeiros compromissos com a Red Bull, o mexicano visitou a fábrica do time em Milton Keynes, na Inglaterra, com o objetivo de conhecer os membros da equipe, realizar o molde do banco e fazer os ajustes necessários que antecedem os testes de pré-temporada.
— Red Bull Racing (@redbullracing) January 19, 2021
O mexicano ficou sem assento na Racing Point, atual Aston Martin, quando o time optou pela contratação de Sebastian Vettel, mas na Red Bull surgiu a oportunidade de substituir Alexander Albon e se tornar companheiro de equipe de Max Verstappen em 2020.
“Posso trazer muita experiência e conhecimento. Já estive na categoria em diferentes times, e em diferentes épocas. Eu sei o que preciso de mim mesmo. Sinto que posso impulsionar a equipe para a frente em certas áreas”, disse Pérez.
Como parte de sua inicialização com o novo time, Pérez já realizou testes no simulador para adquirir uma base antes do carro da Red Bull ganhar as pistas na pré-temporada.
“Já passei um bom tempo com meus novos engenheiros. Essa é a chave para tentar acelerar o processo. Mas estamos em uma época em que nada é fácil. Você tem que aprender e trabalhar para se familiarizar com o carro.”
A contratação de Pérez é regada por muita expectativa, já que o time espera conquistar mais pontos em 2021. Alexander Albon não chegou perto dos resultados esperados, por outro lado Pérez terá ao seu lado um dos jovens talentos mais promissores da Fórmula 1 e o mexicano sabe que ter Max Verstappen como companheiro será um desafio.
“É um grande desafio”, disse Pérez. “Todos nós sabemos o quão talentoso ele é, o quão rápido ele é, o quanto ele cresceu nos últimos anos e o quão completo ele está agora. Ele é definitivamente é um dos melhores, um dos mais rápidos se não o mais rápido do grid atual. É um grande desafio, ele está aqui há muito tempo, ele sabe o que precisa do carro. Estou ansioso para trabalhar com ele.”
Pérez vai competir a sua 11ª temporada, com uma equipe de histórico vencedor, mas o que torna o mexicano tão interessante para está temporada é que suas primeiras conquistas foram obtidas em equipes médias. A Red Bull ainda precisa percorrer uma distância para se aproximar da Mercedes, mas é um time que tem chances palpáveis para brigar pelo pódio.
“É uma marca fantástica. De todas as equipes da Fórmula 1, pensei que não havia chance de entrar porque não fazia parte do programa de pilotos, mas quando surgiu a oportunidade, aproveitei. É um sonho tornado realidade. Quando coloco minha camisa Red Bull ou bebo uma lata do energético, penso ‘uau, essa é a marca pela qual piloto!’ É incrível e difícil de imaginar. É uma oportunidade pela qual trabalhei tanto – por mais de 15 anos. Acho que chegou na hora certa, estou pronto para isso e vou agarrar com as duas mãos.”
Em sua primeira entrevista ao chegar na Red Bull, Pérez falou sobre o início difícil, mas ele sabia que para se tornar um piloto de Fórmula 1, seria necessário deixar Guadalajara, no México, para correr na Europa. Ele fez o caminho do kart, acompanhado pelo pai e irmão até tomar a decisão de deixar o país. “Aos 15 anos, vim para a Alemanha com uma passagem só de ida. Meu pai tinha algumas milhas aéreas, mas era o suficiente apenas para a passagem de ida. E não era o suficiente para voar de Guadalajara. Eu tive que voar de Toluca, que fica perto da Cidade do México, então tivemos que dirigir por seis horas. Meus pais me deixaram lá e eu fiz minha viagem para lutar pelo meu sonho”, explicou o piloto.
Pérez contava com patrocinadores, mas eles só podiam ajudar com as corridas, não incluía a hospedagem ou a alimentação, mas ele teve um pouco de sorte e o chefe da equipe com quem estava trabalhando na época era dono de um restaurante: “Eu disse a ele que não tinha muito orçamento para gastar e ele me disse que eu poderia morar com os chefs acima do restaurante. No meu tempo livre ajudei os chefs e eles tentaram me ensinar alemão, mas foi assim que aprendi inglês. Eu também estava comendo muito schnitzel de wiener e strudel de maçã na época! ”, brinca o piloto.
O início conturbado, a distância da família e as incestezas com a profissão, fizeram com que Pérez pensasse em desistir do sonho: “Houve muitos momentos em que pensei em desistir. Eu tinha deixado toda a minha infância para trás. Meus amigos, minha família e era muito diferente em termos culturais. Muitas vezes pensei que a Fórmula 1 era longe demais e que deveria simplesmente voltar para casa e ter uma vida mais normal. Mas foi o apoio da minha família que me manteve lá. Aqueles dois anos na Alemanha foram muito difíceis do ponto de vista emocional. Foi muito solitário. Estive movimentado durante a semana, mas os fins de semana sem corrida pareciam muito longos. Acho que naquela época foi a determinação que me manteve lá – acredito que com determinação e paixão você pode alcançar seus objetivos.”
E é com está mesma determinação que o mexicano vai dar mais um passo na sua carreira, chegando até um time de ponta que pode fornecer chances de resultados expressivos na categoria. Agora com mais experiência após ter passado por inúmeras dificuldades e incertezas na carreira, deixando o ano sabático de lado, Pérez pretende mostrar todo o seu potencial para valer este um ano de contrato com a Red Bull.