Neste fim de semana a Fórmula 1 retorna para a realização do GP da China. A última prova foi disputada no país em 2019, antes de todos os problemas originados em decorrência do Covid-19.
A categoria tentou retornar ao país, pois a China sempre esteve no radar, principalmente com um piloto chinês no grid. A Fórmula 1 sempre demonstrou que era uma prioridade retomar a prova em Xangai.
A corrida desde ano será disputada entre os dias 19 e 21 de abril, como 5ª etapa do calendário. A categoria escolheu retornar para a China e logo de cara lidar com um fim de semana Sprint.
Alguns pilotos conhecem o traçado, mas a nova visita será completamente diferente da anterior, já que eles estão com novos carros, novos pneus, além de ser um período sem correr neste circuito. Os competidores e equipes terão o desafio ampliado, pois contarão com apenas um treino livre para se aclimatar ao traçado e para a preparação dos carros.
O Circuito de Xangai
É um traçado desenhado pelo famoso arquiteto Hermann Tilke, uma pista com um design icônico e facilmente reconhecível.
O traçado é bem variado, conta com pontos de ultrapassagem e os times precisam ficar atentos as estratégias, pois o undercut costuma ser efetivo nesta pista.
O circuito é formado por 16 curvas, combinado por sessões de alta velocidade e curvas mais lentas. Os carros também são cobrados pela força lateral. A pista tem características bem interessante e cobra muito dos pneus, tanto pelo impacto de algumas curvas, como a abrasividade do asfalto.
A pista conta com 5.451 km, palco que será utilizado para a disputa de 56 voltas no domingo. Ao longo deste circuito os pilotos têm duas zonas de DRS, a primeira localizada na reta principal, entre as curvas 16 e 1. A segunda ativação ocorre entre as curvas 13 e 14, em mais uma longa reta do circuito de Xangai.
A prova com o formato Sprint
Com o formato sprint em vigor, significa que os times vão lidar com duas classificações e duas corridas. Mas a realidade implica em menos tempo para reconhecimento do traçado e preparação, deixando brechas para que mais erros sejam cometidos ao longo das sessões decisivas.
Primeiro de tudo, a mudança no formato Sprint deste ano foi implementada para melhorar a dinâmica do fim de semana. A realidade é que com duas classificações e duas corridas na sequência, os times lidavam com apenas um único sistema de parque fechado. Com o carro configurado de forma errada, não tinham chances de melhorar a performance para a corrida principal. Além disso, era como se dá Sprint até a disputa da corrida principal, eles ainda lidassem com um longo período de bandeira vermelha.
Mudaram para 2024 e o que é positivo, é justamente agora uma implementação de dois sistemas de parque fechado. Agora as equipes podem classificar com uma configuração na sexta-feira e vão disputar a primeira prova desta forma (Sprint), ao final do sábado podem fazer novas mudanças para a segunda classificação do fim de semana, se encaminhando para disputar a prova principal no domingo.
O formato é mais empolgante, mas ainda existe uma tormenta que paira na F1 neste ano, como a dificuldade que as equipes estão tendo se aproximar na pista e proporcionar uma real luta – que não seja uma disputa apenas abaixo da zona de pontuação.
O novo formato Sprint implica em:
Sexta-Feira
- TL1 com duração de uma hora (60 minutos), para aclimatação dos pilotos, diferente das 3h disponíveis para verificação que acontecem em eventos sem Sprint;
- Classificação em um formato mais curto no final do dia para definir o grid de largada da prova Sprint;
Sábado
- O dia começa com a disputa prova Sprint de 100 km;
- Com a conclusão das corridas os times vão se preparar para o restante do fim de semana;
- Os competidores vão retornar outra vez para a pista no fim do dia para uma nova classificação que definirá o grid de largada da corrida do domingo;
Domingo
- Apenas a corrida principal;
Pneus
Para o GP da China de 2024, os times vão enfrentar uma nova realidade. Em 2019, quando pisaram no circuito uma última vez, a Pirelli ainda fornecia os pneus de 13 polegadas, agora a categoria utiliza os compostos de 18 polegadas em um carro com efeito solo.
A Pirelli foi na zona de segurança e no que julgou ser a melhor alternativa, após as simulações realizadas. Os pilotos vão trabalhar com a gama intermediária, formada pelos pneus C2 (duro – faixa branca), C3 (médio – faixa amarela) e C4 (macio – faixa vermelha).
Estes pneus mostraram por dados para a Pirelli ser a melhor aposta, dada a abrasividade do asfalto, bem como a exigência das curvas. No entanto, uma alteração neste fornecimento pode ser repensada para o próximo ano, após contarem com dados mais concretos e com o feedback das equipes.
Os chefes de equipe e os pilotos estão preocupados com a prova, não apenas por ser um fim de semana com Sprint, mas o asfalto parece estar mais ondulado do que as equipes encontraram em 2019, sendo um problema já que o carros agora são de efeito solo e precisam andar mais rente ao solo.
Neste fim de semana os times vão trabalhar com 12 jogos de pneus, diferente dos 13 habituais. O fornecimento dos pneus de chuva segue inalterada.
Compreender o asfalto e o comportamento dos carros nele, será uma chave para o restante do fim de semana; por isso, é bem mais complicado para os times acertarem e verificarem tudo em uma hora.
Detalhes da Classificação Sprint
Na classificação para a prova Sprint, volta a obrigatoriedade do uso dos pneus.
- Q1 e Q2, os competidores são obrigados a usar um conjunto de pneus médios novos – C3;
- Q3 pneus macios – C4;
O GP da China
Quando a F1 visitou a China pela última vez, a categoria celebrou em Xangai a marca dos 1000 GPs. Para muitos foi uma escolha bem ruim, afinal, a categoria nasceu na Europa, mas a escolha é inegável.
A ideia de que um Grande Prêmio da China fosse realizado surgiu ainda nos anos 90, na época o governo planejava que a localização do autódromo fosse na cidade de Zhuhai, localizada na província de Guangdong, próximo ao Sul da China.
O circuito em Zhuhai foi planejado e construído e depois provisoriamente adicionado ao campeonato de Fórmula 1 em 1999, no entanto nenhuma competição da categoria pode ser realizada nele, pois não se enquadrava dentro dos padrões e normas estipulados pela FIA.
O governo chinês não viu isso como uma derrota e acabou tento auxílio dos organizadores do Grande Prêmio de Macau para construir a pista de Xangai que entrou para o calendário da Fórmula 1 ainda em 2004, contando com uma vitória de Rubens Barrichello da Ferrari e no ano seguinte ao da sua estreia foi palco da vitória de Fernando Alonso que rendeu a conquista do título de construtores para a equipe Renault. Xangai já esteve dentro dos circuitos mais caros, perdendo seu posto quando Abu Dhabi, passou a abrigar a Fórmula 1 em 2009.