365 DiasColunistasDestaquesFórmula 1Séries
Tendência

O herdeiro Charles

O herdeiro Charles – Dia 148 dos 365 dias mais importantes da história do automobilismo – Segunda Temporada.

Charles e Jules (Globoesporte.com)

De cada 100 garotos que começam a competir no kart, dá para afirmar que 90 querem chegar à Fórmula 1 um dia.

Destes, dá para dizer que mais de 90 sonham em vestir vermelho e pilotar pela Ferrari.

Afinal, ser um piloto da Casa de Maranello traz muito status!

E, por isso, não era qualquer um que pode chegar a sentar em um dos bólidos rubros na categoria máxima do automobilismo.

Ao longo da história, a Ferrari sempre teve a tática de trazer aos seus volantes quem tinha anos de carreira e desempenho relevante.

Em muitos casos, pilotos consagrados, com títulos na coleção, para ser vencedor em Maranello.

Houve muitos que deixaram a Itália decepcionados com o ambiente local (Lauda, Prost e Mansell, por exemplo)

No entanto, a Ferrari sempre segue como a vitrine cobiçada por muitos pilotos, mesmo que o caminho até chegar lá parecia complicado.

Um dia, alguém em Maranello descobriu uma forma de facilitar a chegada de novos pilotos à categoria.

Não era exatamente algo novo, pois Mercedes, Renault, McLaren e Red Bull, por exemplo, já o faziam até décadas antes.

Porém a ideia veio mesmo com a trajetória de Felipe Massa.

O brasileiro já tinha contrato com Maranello desde 2001 e passou os primeiros anos entre a Sauber e os testes pela escuderia italiana antes de correr em um carro vermelho em 2006.

Então, veio o estado: Por que não fazer um programa para jovens pilotos que podem vestir as cores da Rossa? Quem sabe, daí surgia um nome vitorioso!

Em 2009, surgia a Academia de Pilotos da Ferrari, que patrocina jovens pilotos em categorias de base e oferece formação especial para a molecada.

Alguns nomes e surgiram e chegaram a F1, ainda que não tenham mais a ligação com Maranello, casos de Sergio Perez e Lance Stroll.

Mas um nome despontava como o primeiro a chegar a pilotar um carro da Scuderia:

Jules Bianchi era o escolhido.

Sempre cheio de expectativas, Bianchi teve seus percalços na base.

Mas, ao chegar na F1, já fazia boas atuações pela nanica Marussia.

Os dois pontos conquistados em Mônaco chamaram a atenção.

Uma chance em Maranello era questão de tempo.

Mas o destino foi cruel.

Foram nove meses de angústia entre o acidente em Suzuka até sua partida em julho de 2015.

Assim, a espera por quem seria o primeiro egresso da Academia para a equipe continuava.

Eis que surge um pupilo em meio às lembranças da antiga esperança.

Um guri nascido em 16 de outubro de 1997.

Nascido no principado de Mônaco, um país mais conhecido pela pista do que pelos pilotos locais.

Apenas Louis Chiron (grande vencedor dos tempos pré-campeonato de F1) e Olivier Beretta (de passagem discreta na década de 1990) representaram o pequeno principado.

Mas Charles Leclerc vinha para escrever sua história.

Os primeiros passos (Ferrari Drivers Academy)

Em todas as categorias de kart, o jovem Charles ganhava troféus, despontando como revelação.

Aprendizado vindo da própria família Bianchi.

O pai de Jules era o dono do kartódromo e o próprio piloto ajudava o garoto nos acertos para as corridas.

Em 2013, duelou pelo título mundial da categoria com Max Verstappen, com o holandês levando a melhor.

No ano, seguinte, primeiro passo nos monopostos, com o vice na Fórmula Renault ALPS.

Mais um ano, e, além do quarto lugar na Fórmula 3 europeia, veio o convite para integrar a academia ferrarista.

O caminho também passava pelo empresário Nicolas Todt.

Nicolas é filho de Jean Todt e agenciou as carreiras de Massa e Bianchi. Leclerc era o próximo a seguir a trajetória rumo à F1.

A primeira parada do monegasco foi a GP3, em 2016.

Depois que ingressou ao FDA, Leclerc cresceu nos monopostos (FIA)

Com bastante regularidade. Leclerc precisou de três vitórias para faturar o título da categoria.

Em 2017, veio outro baque, com a perda do pai.

No entanto, Leclerc mostrou sua força.

Na mesma semana, pole e vitória na Fórmula 2 em Baku.

Obviamente, conquista dedicada ao seu progenitor.

Foram mais seis vitórias e 282 pontos somados. Uma temporada dominante.

O próximo passo era a F1.

O convite era da Sauber Alfa Romeo, equipe ligada a Maranello.

As primeiras corridas foram de adaptação.

Mas logo, os resultados vieram.

Sete corridas nos pontos.

Grandes exibições na Sauber abriram as portas de Maranello (Globoesporte.com)

Destaque para o sexto lugar em Baku e um sétimo na Rússia.

O circo se encantou com o novo pupilo.

Enfim, o convite de Sergio Marchione, ainda em vida, veio.

Leclerc era o primeiro piloto da Academia a sentar em um carro da Ferrari.

Cumprindo o destino, outrora reservado para o seu mentor Jules.

Em 2019, será o mais jovem corredor da escuderia de Maranello na história dos grandes prêmios de F1.

A desconfiança ainda paira diante da mocidade.

Entretanto, Charles sempre mostrou precocidade e quer provar que merece a oportunidade.

Para consolidar o legado de seu mentor.

Fonte: Globoesporte.com, Site Ferrari Driver Academy, Charles Leclerc (site oficial)

Mostrar mais

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo