A Ferrari segue para a próxima fase do Campeonato ocupando a segunda posição do Campeonato de Construtores, mesmo com um excelente carro e uma boa dupla de pilotos, o time italiano perdeu pontos preciosos na primeira metade da temporada. A falta de confiabilidade do F1-75, combinada a gestão ruim das corridas prejudicou bastante a pontuação do time italiano.
São 97 pontos que separam a Ferrari da Red Bull e 80 pontos que colocam Charles Leclerc na posição de vice-campeão pós-GP da Hungria. Antes da prova se tornar um fiasco no Hungaroring, o time italiano acreditava que poderia vencer as últimas etapas até o final da temporada. Na corrida em questão os pilotos da Ferrari não conquistaram a pole e, mesmo começando a corrida da 2 e 3 posições, perderam uma possível vitória e o pódio.
A Ferrari optou por não oficializar quem seria o primeiro piloto da equipe, pois gostariam de ver como a temporada se desenvolveria antes de definir alguma coisa, mas agora fica cada vez mais claro que eles não conseguem gerir tão bem dois carros durante uma prova. Em treze corridas, Charles Leclerc esteve no pódio em apenas cinco delas, onde três desses pódios foram vitórias. Carlos Sainz conquistou a sua primeira pole e vitória neste ano e atualmente conta com seis pódios e apenas 22 pontos de diferença para o monegasco pelos sucessivos erros da Ferrari.
Na Hungria tivemos o mais novo episódio de um erro estratégico da Ferrari, que instalou pneus duros no carro do monegasco, quando eles claramente não eram efetivos na pista e já existia a Alpine em pista com esse tipo de compostos, podendo ter o seu ritmo observado.
Leclerc além de perder a liderança da prova por conta da falta de ritmo, ainda precisou de uma terceira parada para encerar a prova, instalando os pneus macios; o monegasco foi o sexto colocado em uma corrida que poderia ter ganhado.
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Acreditava-se que a Ferrari contaria com um desempenho melhor, principalmente por conta do seu carro e da dupla de pilotos, um título que ‘viria fácil’ em 2022, após o último ser conquistado por Kimi Raikkonen em 2007. Novamente os problemas ficaram escancarados e superaram a velocidade e a performance do time em pista.
A pressão de gerir uma equipe como a Ferrari é realmente algo complicado, nem sempre todos lidam bem ou estão ocupando os melhores cargos. Mattia Binotto se mostra um excelente engenheiro, mas nesses últimos quatro anos atuando como chefe de equipe, várias decisões ruins foram tomadas.
“Não há nada para mudar, acho que é sempre uma questão de confiança, aprendizado, criação, construção de experiência e habilidades”, afirmou o chefe de equipe da Ferrari, Mattia Binotto pós-GP da Hungria.
“Mas se eu olhar novamente para o saldo da primeira metade da temporada, há razão para mudarmos. Acho que simplesmente precisamos entender [a Hungria] e lidar com isso e tentar ser competitivos, já que fomos em 12 corridas até agora. Não há razão para não sermos competitivos na próxima”, segue Binotto.
A grande questão não é apenas ser competitivo, o carro da Ferrari recebeu menos atualizações quando comparado com o RB18 da Red Bull e ainda é um equipamento rápido e que se desenvolveu principalmente com o aperfeiçoamento das configurações.
O real problema do time está principalmente nas estratégias adotadas, a equipe foi superada diversas vezes pela Red Bull, por realizar escolhas mirabolantes que se mostraram pouco eficaz.
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No GP da Hungria Binotto enfatizou que os carros do time não tinham condições de ter um bom resultado, pois não contavam com ritmo e velocidade. O suíço tem sido ‘mestre’ em tentar limpar a barra, mesmo com os constantes erros e os questionamentos que estão sendo realizados sobre a sua gestão, mas também das pessoas que são sua responsabilidade.
Geralmente mesmo com toda a pressão, os times tentam chegar nesse formato até o final da temporada, evitando grandes demissões, pois passar por um período de reestruturação nem sempre é benéfico e trará uma mudança tão rápida. Por ser um time que já trabalha junto, o mais fácil é realmente explorar as melhores características de cada um dos membros e tentar se alinhar até o final.
A parte mais dolorosa é que a equipe não conseguiu ser tão consistente nos últimos anos, os erros fizeram a equipe recuar diante da Mercedes e algo semelhante está acontecendo na briga com a Red Bull. Infelizmente se o time não trata uma mudança como algo necessário, dificilmente os erros serão consertados até o final da temporada. Em uma nova oportunidade de conquistar um título o time se venda diante dos seus erros.