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Andretti pode encontrar obstáculo se tentar ingressar nas categorias de base: F2 e F3 não tem espaço para novos times

Bruno Michel, CEO das categorias de base da Fórmula 1, informa que os grid da F2 e F3 não tem espaço para comportar uma nova equipe no grid

Enquanto o Congresso dos Estados Unidos cobra explicações da Liberty, por vetar a entrada da Andretti na Fórmula 1, agora a equipe também é “barrada” pela Fórmula 2 e Fórmula 3. Segundo Bruno Michel, responsável pelas duas categorias, não há espaço para um novo time em nenhum dos grids.

A Andretti Global manifestou no último mês o desejo de participar destes dois campeonatos de base, com o objetivo de preparar e dar oportunidade para que pilotos norte-americanos possam conseguir espaço no automobilismo europeu.

O time ainda luta para entrar na Fórmula 1, provando o seu valor para a categoria, mas já está mirando em um passo maior, afinal, gostaria também de criar um link desde a preparação dos competidores até a sua chegada na principal categoria do automobilismo.

No entanto, o CEO da F2 e F3 deixa claro que atualmente não existe espaço para ampliar os grids atuais em nenhuma das duas competições.

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“Para a Fórmula 3, acho que está completamente fora de questão aumentar o número de carro. Trinta carros já é muito e é um número muito bom”, comentou Bruno Michel à mídia.

O grid atual da Fórmula 3 conta com 10 equipes, mas cada um dos times corre com três carros. Desta forma, pensando em expansão do grid, Michel acha difícil “encontrar o número adequado de pilotos e equipes”.

“As equipes têm que conseguir encontrar os pilotos, o que nem sempre é uma situação fácil. Para 30 pilotos, mesmo que todas as categorias abaixo estejam entrando na Fórmula 3, seja Fórmula 4, Fórmula Reginal, ainda não é um número fácil de se obter”, seguiu.

“Depois disso, na pista, sabemos também que em algum momento ter muitos carros não é muito bom para a corrida, e também para se ter um grid consistente. Portanto, para a Fórmula 3, não haverá carros adicionais”.

A Fórmula 2 conta com um grid mais reduzido, são 11 equipes e 22 pilotos. Ainda quando a categoria era GP2, 26 carros fizeram parte do seu grid, mas Michel não está certo sobre se deve acontecer uma expansão do grid.

“Costumávamos ter 26 carros na GP2, depois reduzimos para 20 e então subimos para 22. Estou bastante satisfeito com os números que temos neste momento por vários motivos. Número um, o mesmo, tem que ser viável para as equipes e encontrar… 22 pilotos com os orçamentos adequados nunca é uma tarefa fácil. Essa é a primeira coisa”, comentou.

“Então, também precisamos ver quantos assentos estarão disponíveis na Fórmula 1 e não deveria fazendo sentido ter muitos pilotos na Fórmula 2, porque no final alguns pilotos não poderão ir e pode ser um pouco mais difícil. Então eu diria que no momento não estou tão inclinado a aumentar o número de equipes”, disse.

Foto: reprodução F2

O caminho para a Andretti ter uma equipe em uma dessas categorias, seria por meio de um acordo com um time já existente no grid.

“Eles podem tentar fazer um acordo com uma equipe existente, ou podem se inscrever, há sempre a possibilidade de uma equipe não continuar ou de uma equipe não ter feito o trabalho adequado, e nesse caso, eles teriam a chance de entrar”, explicou Bruno Michel.

Por falta de renovação no grid da Fórmula 1, vários pilotos da base não tem a perspectiva de guiar pela categoria. Alguns competidores têm buscado no grid da IndyCar e da Fórmula E oportunidades para se manter competindo no mundo das fórmulas, enquanto outros pilotos estão recorrendo aos convites que recebem para compor o grid das provas de longa duração.

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Mesmo com o comentário de Michael Andretti sobre o desejo de ingressar no grid da Fórmula 2 e Fórmula 3, mas nenhuma abordagem formal foi realizada pela equipe.

“Eu li algumas coisas da Andretti dizendo exatamente a mesma coisa, que eles querem entrar na F2 e F3, mas ainda não tivemos contato. Provavelmente isso acontecerá.”

“Agora, se a Andretti quiser ingressar na F2 e F3, eles terão de passar pelo mesmo processo que todos os outros, porque é assim que funciona. Temos processos seletivos a cada três anos em ambas as categorias. O da F2 aconteceu no ano passado, no final de 2023, então o próximo será daqui três anos. Para a F3 o processo seletivo será este ano. Portanto, se quiserem aderir, é claro que terão que passar pelo processo”, seguiu.

“Não sei como isso funcionará na estratégia deles, porque eles também discutem a possibilidade da F1 ao mesmo tempo. Então para mim é algo que está no ar, não é muito concreto no momento”, finalizou.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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