Depois de 365 dias contando um pouco sobre a história do automobilismo, fica difícil dizer qual texto é o favorito ou acontecimento, já que existe ainda muita informação que ficou de fora e pode render novas temporadas (vamos fazer).
Eu inaugurei os trabalhos depois de Fernando Campos fazer a apresentação do projeto. Comecei falando sobre o Grande Prêmio de Mônaco que foi disputado em 22 de maio de 2005 e vou terminar a minha temporada falando sobre este mesmo GP, mas quando tudo teve início, lá em 1950, com vitória de Juan Manuel Fangio, na Alfa Romeo.
Aquela corrida foi a segunda prova a ser disputada no calendário, intitulada como competição de Fórmula 1 da FIA, uma semana depois da corrida em Silverstone ter sido realizada.
Para a prova monegasca foram inscritos 21 carros. A Alfa Romeo conseguiu inscrever três carros para essa prova, que eram comandados por Fangio, Nino Farina e Luigi Fagioli e batia de frente com os quatro carros estreantes da Ferrari, guiados por Alberto Ascari, Raymond Sommer, Peter Whitehead e Luigi Villoresi, mas nenhum Mario.
A Ferrari 125 de Whitehead elevará as esperanças dos italianos, que acreditavam poder se igualar aos carros da Alfa Romeo. O modelo 125 fora o único que conseguiu ser comparado aos carros da outra montadora italiana, ele tinha velocidade e era imponente, mas a oportunidade de testá-los juntos ainda não havia acontecido e tudo ainda estava na base da suposição.
lll Classificação
Para a classificação, os organizadores do evento decidiram dividir a sessão em duas etapas e desta forma os cinco melhores da primeira fase já estariam garantidos na frente. A Ferrari era prejudicada ali, pois ela tinha se preparado para chegar apenas antes da classificação de sábado no circuito. Dessa forma a Alfa Romeo conseguiu garantir a pole da corrida com Juan Manuel Fangio.
Na segunda sessão de treino classificatório que aconteceu no sábado, os pilotos da Ferrari se mostraram competitivos para disputar com a Alfa Romeo, se colocando em sexto, sétimo e nono.
Yves-Giraud Cabantous da Talbolt-Lago não conseguiu participar de nenhuma das duas sessões classificatórias, por conta de problemas mecânicos. Os problemas foram tão sérios que forçaram o piloto a se retirar do evento. Peter Whitehead também se retirou com a sua Ferrari depois que ela apresentou três problemas no motor e os custos para se manter competindo se tornaram tão altos que ele foi forçado a desistir. Harry Schell com o seu pequeno motor Cooper-JAP mesmo não completando voltas no qualy, decidiu permanecer na corrida e ficar na última fila, desta forma 19 pilotos concluíram esta fase.
lll Corrida
Fazia frio no dia da corrida, mas ainda assim estava ensolarado.
Nino Farina tomou a dianteira de Fangio ainda na primeira curva, mas o melhor destaque do primeiro giro era de uma Ferrari, guiada por Villoresi que de sexto, pulou para a terceira posição. A liderança de Farina não durou muito e pouco tempo depois Fangio conseguiu retomar a primeira posição.
Ainda na primeira volta na curva 12 conhecida como Tabac a água do litoral invadia a pista, alguns pilotos conseguiram se atentar com esse ponto crítico, mas Farina perdeu o controle do seu carro e bateu com González o que desencadeou uma colisão em cadeia, eliminando quase todos os pilotos que faziam parte do meio do pelotão e olha que não tinha raio da morte estilo Carros 2.
Além de Farina e González, Fagioli, Rosier, Monzon, Graffenried, Trintignant, Harrison, Rol e Schell foram todos eliminados da prova. González ainda ousou, tentando retornar para a prova, mas foi capaz de completar apenas mais uma volta, quando o tanque de combustível do seu Maserati se rompeu e explodiu em chamas. O piloto argentino teve que saltar do veículo, mas foi acometido por queimaduras de segundo grau em seu braço. Apesar da gravidade do acidente na Tabac apenas Franco Rol, teve o braço quebrado.
Os nove carros restantes da prova, foram forçados a passar pelos destroços, contornando-os. Os pilotos ficaram revoltados com a demora para a execução da limpeza da pista.
Após o acidente Fangio se mantinha liderando a sessão, seguido por Villoresi, Chiron, Ascari, Sommer, Etancelin, Bira Claes e Gerard. Na volta seguinte, Valloresi parou a sua Ferrari próximo ao acidente para evitar os destroços o que fez com que ele caísse para a última posição.
Villoresi passou a fazer uma corrida de recuperação e na volta 14 já era o terceiro colocado. Na 31, o italiano alcançou Ascari e os dois pilotos da Ferrari duelaram até Villoresi precisar entrar nos boxes para fazer o reabastecimento seis voltas depois. Sua parada levou 32 segundos e na volta seguinte Ascari também se dirigiu aos boxes em resposta, a sua parada demorou um pouco mais (37 segundos) e permitiu que Villoresi conquistasse a segunda posição. Na mesma volta Étancelin que era o sexto colocado, abandonava por conta de um vazamento de óleo.
Villoresi passou a perseguir o líder da sessão, mas o Fangio tinha o controle da corrida. Quando o argentino parou nos boxes para reabastecer na volta 52, ele conseguiu realizar a sua parada em 30 segundos e retornar na frente. Na volta 63, rival direto do argentino direto abandonava a prova com o eixo traseiro da sua Ferrari quebrado.
As últimas voltas da corrida não aconteceram mudanças na ordem dos pilotos. Fangio consolidou a sua vitória em Mônaco, seguido por Ascari e Chiron.