ColunistasDestaquesFórmula 1Post

Tentando furar a redoma criada pelas equipes, Hitech apresenta candidatura para participar da F1

Com bom histórico nas categorias de base, Hitech aproveita abertura de processo para entrar na Fórmula 1 e realiza a sua candidatura. No entanto, as equipes presentes na categoria estão tentando barrar os forasteiros

A Fórmula 1 tem expandido o seu alcance em vários canais, a visibilidade que já era bem atrativa acompanhou esse aumento de fãs da categoria, dessa forma é natural que mais empresas queiram fazer parte desse mercado. O palco está aí, mas atualmente a categoria vive uma queda de braço – deixar ou não novas equipes entrarem no picadeiro da Fórmula 1?

Em nome da competição, mais disputadas e o aumento de dor de cabeça para as equipes em relação ao desenvolvimento, é algo que é muito valorizado por vários fãs. No entanto, os times não estão dispostos a ver a sua receita ser afetada ou novamente dar espaço para times aventureiros que fizeram uma breve passagem pelo grid. É por isso que tem se batido muito na tecla do “o que um novo time pode agregar ao grid da Fórmula 1?”

Mesmo com a FIA dando início ao processo para que dois novos times posam entrar na Fórmula 1 a partir de 2025, as taxas e outras imposições tentam manter potenciais competidores do outro lado da porta. A publicação sobre o processo aconteceu em fevereiro, a FIA está cada vez mais próximo de informar os resultados das candidaturas que foram realizadas nesse período.

LEIA TAMBÉM O TEXTO DO PARABÓLICA POR SÉRGIO MILANI: Porque as equipes e a Liberty não querem novos times na F1

Nesta segunda-feira (26) a Hitech confirmou a sua inscrição para participar do grid da Fórmula 1 e aproveitou o momento para revelar um novo acordo de investimento. O time que é baseado em Silverstone se faz presente nas categorias de base e atualmente participa da Fórmula 2, Fórmula 3 e Fórmula 4, desta forma não é nenhuma novidade participar de competições de fórmula.

A Hitech vendeu uma participação de 25% para o empresário cazaque e entusiasta do automobilismo Vladmir Kim. As principais atuações de Kim se concentram nos setores da mineração, bancos e aviação, com o trabalho realizado pelo Kazakhmys e Kaz Minerals Group.

Em seu comunicado, a equipe disse: “Em 2023, após 20 meses de planejamento e extensa preparação em sua base de Silverstone, a Hitech fez a sua inscrição para entrar no Campeonato Mundial de Fórmula 1 da FIA a partir da temporada 2026, uma movimentação que completaria a sua escalada nos monopostos e demonstraria que a Hitech tem todas as pessoas, experiência e recursos para competir ao lado das melhores equipes do mundo.”

A Hitech tem conquistado vitórias nas categorias que participa, mas também tem contribuído para a formação de novos pilotos e impulsionando até mesmo a academia da Red Bull.

“O automobilismo tem sido um interesse pessoal de longa data para mim e estou feliz por fazer uma parceria com uma organização que obteve sucesso em tantas categorias e tem muitas ambições para o futuro. Temos um envolvimento consolidado com o esporte, no entanto, este é o nosso primeiro investimento global no automobilismo. Seu apelo dinâmico, exposição crescente, oportunidade de marketing e crescente base de fãs estão alinhados com minhas ambições pessoais e comerciais”, comentou Vladimir Kim.

Descartando o pagamento da taxa (que deve subir ainda mais em um novo acordo comercial), a equipe ainda está passando por uma avaliação técnica e financeira, além de precisar informar o seu compromisso com a sustentabilidade, bem como a igualdade, diversidade e inclusão – provando que tem capacidade de participar da categoria.

Esse é um momento que internamente as equipes que estão presentes na Fórmula 1, estão temendo a entrada de novos times, desde que o processo de inscrições começou. No entanto, o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem diz que compreende esse receio das equipes, mas não pode rejeitar a inscrição de times que atendam aos requisitos que foram pré-estabelecidos para aqueles que pretendem participar da competição.

“Posso ver os questionamentos das equipes. É algo importante. Nós da FIA também temos essa preocupação. No entanto, a FIA não pode rejeitar pedidos que atendem aos critérios estabelecidos por ela”, comentou o presidente da FIA.

“Quando se fala em manifestação de interesse, quer dizer, ainda há regulamentação e não podemos fechar a candidatura e dizer não por que temos outra escolha e, não podemos dizer não [recusar] se preencher a candidatura. Então, realmente, eu entendo as preocupações das outras equipes quando se trata de outro time. Também não estamos quebrando as regras” seguiu.

“Eu esperaria que eles entendessem nossa posição quando de trata disso também. É assim podemos avançar juntos. Você vê. Como eu disse, eu entendo, mas também tenho certeza de que eles vão entender a nossa posição. Uma coisa que não farei é quebrar as regras.”

A Fórmula 1 abriu uma porta muito grande ao tentar mostrar o valor da sua categoria para o mundo externo, mas ele ainda está em uma fase de tentar aumentar a receita e fortificar ainda mais o grupo. É por isso que não é tão fácil furar essa redoma e não existe mais espaço para um aventureiro que vai alinhar o seu carro no início do campeonato, mas não sabe como vai terminar a temporada.

Para que novos times entrem na categoria, eles precisam agregar valor aos novos times e contribuir para a expansão da competição, formando um sistema que se retroalimente e seja estável.

Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo