A Penske vem focada para buscar uma redenção completa na prova mais importante do ano. Após o escândalo do Push to Pass e a punição aplicada à equipe, o time do Capitão veio com muita força para as 500 Milhas de Indianápolis e o esforço se provou na classificação, com os três carros da escuderia na primeira fila, sendo Scott McLaughlin o pole position.
De quebra, o neozelandês superou a marca de Alex Palou no ano passado e conquistou a pole position mais rápida da história da prova, com a média horária de 234.220 milhas por hora. (376,941 km/h). Will Power, que foi o mais rápido no sábado, larga em segundo e Josef Newgarden, atual vencedor da prova, fecha a primeira fila. A Penske também repete a marca de 1988, quando colocou naquela edição, Rick Mears, Danny Sullivan e Al Unser nas três primeiras posições do grid.
O domínio da Penske também reflete o domínio da Chevrolet, que fez os oito primeiros lugares e nove dos doze mais rápidos. O único senão dos motores da montadora da gravatinha foram as falhas mecânicas em alguns treinos e podem gerar uma preocupação em termos de resistência para a corrida.
Por outro lado, os carros com motor Honda ainda carecem de um ritmo competitivo, tanto que só três carros chegaram entre os 12 e os cinco últimos colocados dos treinos eram equipados pelos propulsores japoneses, incluindo os quatro que foram para o Last Chance.
Nolan Siegel, da Dale Coyne, foi o pior entre os 34 participantes da prova e, assim, não se classificou para a Indy 500. Os dois brasileiros do grid, ambos de motor Honda, largam mais do fim do grid, com Hélio Castroneves partindo da sétima fila e Pietro Fittipaldi da décima. Confira como foi a classificação:
Primeiro dia: domínio da Penske, decepção pra Ganassi e drama no final para Rahal e Ericsson
No primeiro dia da sessão, valendo as 12 vagas para a briga pela pole position e luta para se garantir entre os 33 do grid, a Penske não deu chances para a concorrência, colocando seus três carros nas três primeiras colocações, com Will Power sendo o mais rápido, seguido por Scott McLaughlin e o atual vencedor da Indy 500, Josef Newgarden.
Outra equipe a colocar três carros entre os 12 melhores foi a McLaren, mas a situação foi bem mais dramática para a escuderia inglesa. Afinal, todos os carros tiveram problema de motor, numa sequência de falhas de propulsores Chevrolet, em algum momento e precisaram ficar na garagem para ajustes, mas os mecânicos conseguiram os ajustes e os carros papaia conseguiram fazer suas voltas.
Ainda assim, Alexander Rossi conseguiu o quarto tempo, Kyle Larson se garantiu com a sexta marca e Pato O’Ward foi o décimo, Callum Ilott até poderia ter conseguido a vaga, mas teve um erro em uma das voltas e larga da 15ª colocação.
Outros que se classificaram foram Kyle Kirkwood (Andretti), Felix Rosenqvist (Meyer Shank), Takuma Sato (Rahal Letterman Lanigan) e Santino Ferrucci (AJ Foyt), mas as duas grandes surpresas da sessão foram Ryan Hunter-Reay e Rinus Veekay.
O campeão da Indy em 2012 e vencedor da prova em 2014 está competindo só esta prova em 2024, assim como sua equipe, a Dreyer & Reinbold. Apesar do desempenho discreto durante os treinos, Hunter-Reay conseguiu uma sequência muito rápida e conseguiu garantir uma das vagas.
Já Veekay teve uma verdadeira epopeia. Na sua primeira tentativa, no começo da sessão, o holandês acabou batendo e ficando a perigo até de cair para o Last Chance. A Ed Carpenter Racing trabalhou duro durante três horas para arrumar o carro 21 para conseguir uma vaga direta para a corrida, no mínimo.
Na primeira tentativa, o neerlandês conseguiu a 29ª colocação, o que lhe garantia no grid quase no limite. No entanto, a equipe ainda acreditava que estar entre os 12 melhores ainda era possível. Para isso, Veekay se arriscou e foi para a fila rápida, anulando seu tempo e indo para a tentativa decisiva.
E a estratégia arriscada deu risco. Faltando três minutos para o fim da sessão, Veekay foi para a pista e encaixou uma sequência de voltas muito forte e conseguiu se garantir a 11ª posição, se classificando para o segundo dia.
Uma das decepções da sessão foi a Chip Ganassi, a equipe líder da temporada não conseguiu encaixar nenhum dos seus cinco carros entre os 12 finalistas. O melhor colocado foi o bicampeão e o atual líder do campeonato, Alex Palou, que vai largar da 14ª colocação.
Entre os brasileiros, Hélio Castroneves teve uma sessão discreta, não conseguindo uma volta suficiente para brigar pela vaga entre os 12 melhores. Apesar de largar da 20ª colocação, o tetracampeão da Indy 500 ainda acredita num ritmo competitivo na corrida para se recuperar.
Já Pietro Fittipaldi passou por um sufoco. A Rahal-Letterman-Lanigan não se achou mais uma vez em Indianápolis, e, com exceção de Sato, os pilotos titulares ficaram na parte de baixo da tabela de classificação. O brasileiro conseguiu uma média de 231.100 milhas por hora, o que lhe colocou na bolha da classificação.
A sorte do brasileiro é que Nolan Siegel e Marcus Ericsson sofriam com o carro reserva, após baterem nos treinos e não atingiram velocidades boas o bastante. Já Katherine Legge chegou a triscar o muro em uma das tentativas e perdeu tempo suficiente para não superar Pietro. No fim, a disputa entre os pilotos da RLL, Graham Rahal tentou de tudo, mas não conseguiu acertar uma única sequência. Apesar do susto, Fittipaldi vai correr a Indy 500, largando da 30ª colocação.
Last Chance: Mesmo com erro, Ericsson se garante. Siegel é eliminado
Na definição dos três últimos lugares do grid, o drama maior ficou para Marcus Ericsson após o sueco cometer um erro crasso durante sua primeira tentativa. O piloto da Andretti se confundiu no comando de última volta e desacelerou achando que a sua tentativa havia finalizada, o deixando em último.
No entanto, o vencedor da Indy 500 de 2022 voltou à pista nos minutos finais e conseguiu o tempo que lhe garantiu a 32ª posição, uma posição atrás de Katherine Legge, a mais rápida da sessão. A inglesa garantiu a presença feminina no grid por um ano.
A última vaga teve mais um episódio dramático para Graham Rahal. Eliminado no Bump de 2023, o piloto da RLL teve uma tentativa pouco auspiciosa e ficava sob risco de Nolan Siegel encontrar uma volta perfeita para superá-lo.
Entretanto, o carro de Siegel estava longe do acerto ideal e, na última tentativa, o novato acabou batendo. Assim, o representante da Dale Coyne foi o eliminado do grid da Indy 500. Assim, a última fila será formada por Legge, Ericsson e Rahal.
Na briga pela pole, Penske sobra e McLaughlin bate recorde
Na primeira sessão classificatória, o Fast Twelve, com os 12 pilotos mais rápidos do sábado, a Penske continuou dominante, com Scott McLaughlin sendo o mais rápido desta vez, seguido por Will Power e Josef Newgarden. Na definição das vagas restantes, Alexander Rossi provou ter um ritmo mais próximo e foi o “melhor do resto”.
Em quinto, veio Kyle Larson, que demonstrou que virá forte para o Double Duty, conseguindo se posicionar entre os seis melhores. A última vaga ficou com Santino Ferrucci, repetindo o bom desempenho de 2023. A terceira fila ficou com Veekay, O’Ward e Rosenqvist (sendo o primeiro carro da Honda) e a quarta fila é formada por Sato, Kirkwood e Hunter-Reay.
Na rodada final, o Fast Six, Ferrucci e Larson se esforçaram e fizeram seus tempos, mas as suas médias não chegaram a 233 milhas por hora. Apesar disso, o piloto da NASCAR ainda conseguiu uma volta acima de 234 mph e obteve a melhor marca de um piloto novato na classificação da Indy 500.
Rossi veio na sequência e até fez a primeira volta numa velocidade de 234 mph, mas perdeu ritmo. A briga pela pole estava resumida entre os pilotos da Penske.
Newgarden foi o primeiro a tentar, e teve duas voltas acima de 234 mph, fechando com a média de 233.808 mph. Na sequência, Power foi em ritmo parecido, mas o australiano foi mais eficiente na última volta, um décimo mais rápido. Por fim, McLaughlin foi para a pista, o neozelandês emplacou uma sequência de voltas, sendo o único a conseguir a média acima de 234 mph, garantindo a pole position.
Os pilotos terão ainda mais dois treinos regulares antes na terça e na sexta-feira para os últimos acertos e, no próximo domingo (26) será dada a largada para a 108ª edição das 500 Milhas de Indianápolis. A corrida será a partir das 13h, com transmissão da TV Cultura e da ESPN/Star+.