Na metade da temporada quando o primeiro balanço sobre as equipes foi disponibilizado aqui, lá já mencionei que a sensação que a AlphaTauri estava deixando no grid, era de uma equipe que poderia entregar mais, que poderia superar tranquilamente a Alpine e Aston Martin. Portanto, após o encerramento do ano, passando pela segunda parte do campeonato, posso afirmar que a equipe poderia ter mais pontos se não fosse os erros internos, além da grande diferença entre a performance dos seus pilotos.
Neste segundo ano como AlphaTauri, a equipe fecha a temporada como 6ª colocada, somando 142 pontos. Em 2019 quando ainda era Toro Rosso, o time completou o ano na sexta posição, mas somou apenas 85 pontos. Durante a temporada de 2020, foram a sétima colocada, a AlphaTauri obteve 107 pontos. Portanto em pontos é interessante ver que a equipe está se superando ano após ano, mas segue habitando o sexto e sétimo lugar – algo que também está intrínseco desde que defendia o nome Toro Rosso.
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A AlphaTauri contou com um carro rápido nesta temporada, as mudanças que foram realizadas no carro para que pudesse disputar a temporada 2021 funcionaram muito bem. Também souberam utilizar os tokens de desenvolvimento, mudando a parte frontal do carro. Após a mudança na estrutura interna dos pneus, a Red Bull e a AlphaTuri conseguiram um desempenho melhor, pois eram equipes com rake mais alto. Portanto no duelo com a Aston Martin, a Scuderia italiana tinha uma clara vantagem.
Se na temporada passada quando a Ferrari tinha despencado no grid vimos disputas entre os pilotos da AlphaTauri e a dupla da Ferrari, neste ano também foi possível observar estes duelos. Gasly precisou superar Charles Leclerc e Carlos Sainz em classificação para obter mais pontos para a AlphaTauri. Mesmo diante de duelo distante nos construtores, na pista eles se encontraram algumas vezes.
A unidade de potência da Honda ajudou a impulsionar os quatro carros que foram equipadas com ela, a performance da AlphaTauri em particular melhorou muito. Pierre Gasly levou o carro várias vezes ao Q3 neste ano, um feito muito importante para uma equipe, mas um dos fatores que impossibilitaram a conquista de mais pontos, esteve ligado justamente as estratégias – a equipe cometeu muitos erros.
Obviamente o período de adaptação de Yuki Tsunoda também foi um ponto que prejudicou os resultados da equipe. O piloto japonês que pontuou na primeira corrida, levou cinco corridas para retornar aos pontos. A falta de confiança, os deslizes cometidos durante treinos livres, comprometiam drasticamente o desempenho de Tsunoda na pista pelo restante do fim de semana.
O chefe de equipe da AlphaTauri, Franz Tost também precisou promover algumas mudanças para melhorar o desempenho de Tsunoda. O piloto japonês se mudar para a Itália, ficando mais próximo da fábrica do seu time, tendo a chance de aperfeiçoar a parte física, além de realizar mais treinos no simulador e ter uma vida mais regrada. As interferências foram positivas, pois Tsunoda conseguiu realizar classificações melhores com a aproximação do final do campeonato, o piloto é veloz, só precisa aperfeiçoar a técnica.
Era esperado que Tsunoda tivesse um desempenho melhor, antes mesmo do japonês ocupar o assento na AlphaTauri, a equipe promoveu uma série de testes com ele. Durante os testes de pré-temporada Tsunoda demonstrou um bom trabalho, as voltas dadas pelo piloto mostravam que ele tinha uma boa leitura da pista, sabia a forma como entrar nas curvas, mas a sua confiança ficou abalada. Choveram críticas ao desempenho do japonês e muitos acreditavam que a equipe não o manteria até o final da temporada.
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Pierre Gasly teve a dura tarefa de carregar a AlphaTauri nas costas, sendo responsável pela conquista de 110, dos 142 pontos conquistados pelo time. Durante os treinos livres o piloto francês mostrava muito controle da sua máquina, desta forma, na classificação era bem natural ver Gasly entre os dez primeiros, avançado para o Q3, onde muitas vezes ficou com o quinto ou sexto lugar para a largada.
Assim como em 2020 quando tinha Daniil Kvyat como companheiro de equipe, Gasly derrotou o companheiro de equipe nos números internos. Gasly foi ao pódio neste ano, desta vez no GP do Azerbaijão quando conquistou o terceiro lugar. O piloto desfrutou de outros bons resultados, com o 4º lugar no GP da Holanda e México. Em algumas corridas o francês poderia ter mais pontos, mas a própria equipe foi a que comprometeu os seus resultados.
Gasly tem ganhado mais notoriedade, o seu desempenho na AlphaTauri mostra que o piloto tem muito potencial, mas está limitado ao equipamento e ao time. Muitos torcem para que ele consiga um assento em uma equipe melhor, mas que não retorne para a Red Bull, onde já sabemos quem é a prioridade do time. Atualmente ele aproveita para usar da melhor forma a oportunidade de ser o primeiro piloto da equipe.
Neste ano a AlphaTauri ganhou um impulso a mais, a equipe passou a utilizar um túnel de vento mais aperfeiçoado, com a escala de 60%, podendo se aproximar dos outros times que já estavam usando esse equipamento, assim foi possível contar com mais detalhamento para a construção das peças, além de obter resultados mais precisos.
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Infelizmente por contar com apenas um dos carros na zona de pontuação em alguns momentos, enquanto na Alpine tinha Fernando Alonso e Esteban Ocon pontuando, a AlphaTauri precisou se contentar com a 6ª posição do Campeonato.
No próximo ano a AlphaTauri ainda contará com os serviços prestados por Pierre Gasly, enquanto o piloto espera uma decisão sobre o seu futuro na categoria. Yuki Tsunoda teve o seu contrato renova com a equipe, ainda estão vendo que o piloto pode progredir, sendo um jovem que pode contribuir até mesmo com a Red Bull no futuro.
A melhor performance de Tsunoda foi em Abu Dhabi, uma pista que ele conhecia muito bem por conta da Fórmula 2. Acredita-se que no próximo ano ele estará mais bem preparado para lidar com a variedade de pistas que temos no calendário. Ainda é necessário lembrar que a trajetória no automobilismo vivida pelo japonês é bem curta, quando comparado com a carreira de outros pilotos da base. Tsunoda não correu no Japão por conta da pandemia de Convid-19.
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