Neste terceiro dia, chegou o momento de falar sobre a Haas, equipe que ocupou a oitava posição do campeonato somando 37 pontos, dois à mais que a AlphaTauri.
Antes das férias da Fórmula 1 a Haas era a sétima colocada do Mundial de Construtores, contando com 34 pontos. Desta forma fica nítido que o time não progrediu após a retomada da temporada e que grande parte dos seus pontos foram conquistados na primeira metade do campeonato.
A Haas assim como a AlphaTauri, enfrentou alguns problemas para brigar no meio do pelotão, em algumas pistas o carro se comportava bem, mas não tinha um desempenho constante. O time americano não se deu ao luxo de realizar grandes atualizações no carro e o maior pacote aerodinâmico foi instalado no GP da Hungria para ser usado na última corrida antes das férias de verão. Mick Schumacher recebeu as atualizações depois, pois por conta das batidas, a equipe precisou fabricar peças para a substituição daquelas que já eram usadas.
Usando os motores da Ferrari, eles passaram pela mesma falta de confiabilidade da fornecedora de motores, quebras e substituições fizeram parte do cronograma da Haas. Desta forma, com tantas oscilações ficou difícil para a Haas conquistar pontos de forma regular como era o seu objetivo.
O ano da equipe começou de forma conturba, com o time precisando lidar com a troca de um dos seus pilotos. A mudança promoveu também a alteração direta na pintura do carro, tentando desassociar a imagem da Haas com a Uralkali e a família Mazepin. A alteração aconteceu durante a primeira fase de testes da pré-temporada quando as equipes estavam em Barcelona – na ocasião, a Rússia iniciou a invasão à Ucrânia – e como forma de tentar abalar os russos, diversas sanções foram implementadas.
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O time estava diretamente ligado à um patrocínio russo desde 2021 quando o pai de Nikita Mazepin passou a injetar dinheiro no time e por consequência, colocando o piloto no grid da Fórmula 1. Com as sanções que ocorreram rapidamente foi um momento que a Haas precisou tomar medidas rápidas e além de cancelar o contrato com Mazepin, também precisou buscar outro piloto para 2022.
Kevin Magnussen pareceu a escolha mais sensata para a equipe, sendo o primeiro ano com os novos carros o time não tinha muito tempo para perder treinando um piloto novato, optou então por resgatar o dinamarquês que já era bem conhecido da equipe.
Com o patrocínio de Magnussen, a Haas optou por estabelecer com o piloto um contrato de múltiplos anos. O dinamarquês não guiou o carro na pré-temporada, mas ganhou um dia adicional para rodar com o VF-22, pois o equipamento da equipe chegou no Bahrein com atraso; e assim Magnussen marcou o seu retornou à Fórmula 1.
Ao longo dos testes de pré-temporada ficou claro que a falta de confiabilidade dos carros da Haas e Alfa Romeo poderia ser um problema para essas equipes ao longo do ano. Abandonos aconteceram, além dos problemas com a unidade de potência. Os problemas também se repetiram em sessões de treinos livres ao longo da temporada 2022, desta forma, testes que poderiam contribuir para uma melhor preparação do carro atrasavam o cronograma da equipe.
A Haas focou nos ajustes do carro, tentando fazer o que era possível com o seu próprio conhecimento sem introduzir um conjunto muito grande de peças. O ‘salto’ apresentado pela equipe logo se desfez e sua performance passou a decair, principalmente com as outras equipes realizando atualizações de forma constante.
A expectativa com a Haas também era um pouco maior, principalmente pela equipe ter estreitado os seus laços com a Ferrari, mas o time italiano também estava se afundando por decisões que comprometeram a sua luta pelo título.
Agora dando uma breve passada pelos pilotos, esperava-se que Mick Schumacher fosse um pouco melhor, principalmente após ter realizado uma ‘temporada experimental’, mas o carro de 2022 era bem complicado, por sua filosofia. Schumacher bateu em Jeddah e Mônaco, comprometendo o carro da equipe e gerando gastos adicionais para a Haas.
O alemão foi analisado corrida após corrida, com a Haas pensando se deveria ou não renovar o contrato com Mick. O piloto apresentou um desempenho melhor, ganhou um pouco mais de confiança para não cometer erros, até participou de disputas interessantes com grandes pilotos, mas isso não foi suficiente para a Haas renovar o seu contrato. A Haas contará com Nick Hülkenberg, um piloto que a Haas julga ter mais experiência e ser mais adequado para o momento que a equipe está passando.
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Kevin Magnussen surpreendeu com alguns resultados e classificações, tentando se posicionar da melhor forma em pista. O dinamarquês conquistou a sua primeira pole da carreira no GP do Brasil, quando aproveitou o clima instável para surpreender os outros competidores. Em pista seca não foi possível manter essa performance, Magnussen perdeu posições e terminou a corrida Sprint em oitavo, enquanto no domingo não completou a prova, depois de ser tocado por Daniel Ricciardo.
Ao longo do ano Magnussen lidou várias vezes com bandeiras ‘preta e laranja’, simbolizando a necessidade de o piloto passar pelos boxes para reparar uma peça do carro, algo que deixou o piloto bem irado, pois ocorreram algumas divergências para a direção de prova chamar outros competidores.
Magnussen fez o trabalho que tinha que fazer e terminou o ano como décimo terceiro colocado, somando 23 pontos. Mick Schumacher foi o décimo sexto e contabilizou doze pontos para a Haas.
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O time está em busca de uma temporada melhor, com o objetivo de começar a brigar no meio do pelotão de forma efetiva. A Haas acredita que com dois pilotos experientes terá mais chances no próximo ano, além disso, a equipe também fechou dois patrocínios que serão bem importantes para melhorar o seu desempenho.
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