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Preview do GP da Bélgica – Primeiro evento Sprint em Spa-Francorchamps

Características de pista, fim de semana com Sprint e mais detalhes para o GP da Bélgica que será disputado como 12ª etapa da temporada

O GP da Bélgica será disputado nesse fim de semana como última corrida antes das férias da Fórmula 1. A categoria aproveita esse momento para a realização de mais uma Sprint.

Spa-Francorchamps é uma pista icônica, presente no calendário da Fórmula 1 desde o surgimento da categoria. O traçado é extremamente desafiador, por conta das suas curvas e extensão.

O traçado é um dos mais longos do calendário, com os seus 7.004 km, além de contar com o menor número de voltas (44) por conta do seu tamanho e tempo de volta. Spa não é desafiadora apenas pelas suas curvas as mudanças de inclinação, essa também é uma pista exigente para o motor, pois os pilotos passam cerca de 80% da volta em aceleração plena.

Teremos uma corrida Sprint relativamente curta, por conta desse traçado. A Fórmula 1 optou por adicionar mais drama para um fim de semana já complicado.

Cometer um erro no início da volta durante uma classificação é bem ruim para o piloto, pois ele terá que percorrer um longo trecho antes de abrir uma nova volta. A Eau Rouge e Raidillon são um trecho da pista bem que mostra o desafio de correr em Spa. No ano passado os pilotos experimentaram as mudanças que foram realizadas no circuito, depois que o traçado passou por uma reforma visando o retorno das corridas de moto e o aumento da segurança.

Entre a saída de La Source até a zona de frenagem na Les Combes, os pilotos passam impressionantes 23 segundos em aceleração.

Este é um traçado difícil para encontrar a configuração ideal, pois ao trabalhar com uma asa maior, o carro ganha mais desempenho no miolo, mas perde muito nas retas. Por outro lado, ao usar uma asa menor, o carro trabalha bem nas retas, mas perde nas curvas. Some a dificuldade de encontrar e estabelecer a configuração ideal em um fim de semana Sprint, com apenas um treino livre para preparar os carros.

A prova mudou de data no calendário, sendo antecipada em cerca de um mês, já que era realizada no final de agosto, marcando o retorno da categoria após as férias de verão. No entanto, a Fórmula 1 não conseguirá fugir da chuva, o local que a pista fica, além da época do ano, colaboram para a instabilidade climática. Devemos ter novamente um fim de semana molhado nesse traçado, principalmente na sexta-feira e sábado, quando classificações e a Sprint serão realizadas.

Os pilotos devem trabalhar mais com os pneus de chuva e enfrentar certa dificuldade se o traçado secar, por conta da aderência. Esperamos que a direção e prova seja mais prudente para conduzir o evento, não apenas com as escolhas que vai estabelecer para a F1, mas para os campeonatos de base que vão dividir a pista com a categoria principal.

Ainda falando sobre a dificuldade de correr nesse traçado, também é necessário falar sobre o consumo de combustível. Spa também é um desafio para as equipes em questão de gerenciamento de combustível, ficar freando e precisando retomar a aceleração, colaborada para o consumo. A Hungria, país que a F1 acabou de visitar tem um alto consumo de combustível, justamente pela combinação do traçado.

Já é complicado avaliar as configuração no traçado, pois as voltas são longas e não é possível estabelecer um cronograma muito extenso para os treinos livres. O TL1, com duração de apenas 60 minutos, será mais complicado, com a necessidade de avaliar ritmo de corrida e de classificação, talvez com a pista molhada e risco de bandeira vermelha. O parque fechado começa a partir do final do TL1, dificultando ainda mais a preparação dos carros. Esse é um fim de semana que os erros cobram muito os pilotos.

PENEUS

Em uma pista de tamanha complexidade, os pneus são extremamente importantes. As equipes vão trabalhar mais uma vez com a gama intermediária de pneus nesta rodada. As estratégias nesse traçado também são movidas pela atuação do Safety Car. No ano passado, todos os pneus que ficaram disponíveis para o fim de semana entraram em ação nas estratégias que foram estabelecidas.

Com o fim de semana Sprint, apenas 12 jogos de pneus estão disponíveis. Divididos em: 2 pneus C2 (faixa branca – duro), 4 C3 (faixa amarela – médios) e 6 C4 (faixa vermelha – macio). Os times também contam com seis pneus intermediários (faixa verde) e 3 pneus de chuva extrema (faixa azul).

Pneus que serão usados durante a Sprint no GP da Bélgica – Foto: Ale Ranieri / BP

Spa adicionar um desafio para as estratégias, por ser um circuito longo, não é muito difícil uma parte do traçado ficar molhada e outros trechos não, os times precisam ficar atentos se a chuva se aproximar, para realizar a troca no melhor momento. Pois o piloto pode permanecer muito tempo no traçado perdendo tempo de volta se não estiver com os compostos ideais.

O sábado será dedicado exclusivamente para a Sprint, desta forma ele começa com a Sprint Shootout, classificação que define o grid de largada para a corrida que acontece poucas horas depois. A sessão é mais curta e nela os pilotos tem a obrigatoriedade de trabalhar com os pneus médios novos no Q1 e Q2, enquanto os pneus macios novos são usados no Q3. A regra se aplica se a sessão não for realizada com pista molhada.

O momento 

A Mercedes ainda vai levar algumas novidades para esse traçado, realizando mudanças no W14 antes das férias. Os times tem uma última oportunidade de avaliar os seus carros e depois estabelecer como será o restante do Campeonato.

A McLaren é a maior surpresa das últimas corridas, pois as suas atualizações funcionaram. A Red Bull levou uma porção de novidades para a Hungria e segue extremamente dominante e difícil de alcançar, mesmo com Lewis Hamilton faturando a pole no sábado.

Nesse ponto do Campeonato, McLaren e Mercedes demonstram que estão mais próximas, enquanto Ferrari e Aston Martin perderam terreno, com ênfase para o time britânico que no início da temporada brigava por pódios e agora perdeu espaço para a equipe Papaya.

Horários do GP da Bélgica de 2023 – última corrida antes do início das férias da F1 – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

FÓRMULA 2

Neste fim de semana os pilotos da base vão se enfrentar em mais uma etapa, agora que a temporada 2023 está se encaminhando para o final. Após a etapa da Bélgica, a categoria terá apenas mais três eventos, com duas etapas acontecendo logo depois do retorno das férias. Esse é o momento que os postulantes ao título precisam fazer o máximo para conquistar pontos e evitar problemas.

Vamos se atentar ao desenvolvimento do fim de semana e ver o que pode acontecer com a chuva que é esperada principalmente para a sexta-feira e o sábado.

Frederik Vesti deixou a Hungria ainda como líder do Campeonato, mesmo pontuando apenas na Corrida Principal realizada no domingo. O piloto da Prema chegou aos 153 pontos com o segundo lugar conquistado.

Por outro lado Théo Pourchaire e Ayumu Iwasa descontaram alguns pontos e conseguiram se aproximar do líder do Campeonato. O francês poderia ter conquistado ainda mais pontos, mas a sua ambição no domingo custou um resultado melhor, Théo segue para a etapa da Bélgica com 142 pontos.

Iwasa conseguiu uma boa classificação e faturou o segundo lugar na prova Sprint do sábado na Hungria, enquanto foi o quarto colocado no domingo, agora o piloto que corre pela Dams conta com 132 pontos.

Victor Martins que é o quarto colocado na tabela conta agora com 105 pontos, contra 100 de Jack Doohan que voltou a conquistar uma pole e venceu pela primeira vez na temporada 2023.

Horários da Fórmula 2 na Bélgica – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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