AutomobilismoColunistasDestaquesFórmula 1Post
Tendência

Preview do GP da Austrália – Preparação para a etapa no Circuito do Albert Park

O próximo ponto de parada da Fórmula 1 é na Austrália, com a realização da terceira etapa da temporada 2024

Após uma rodada dupla que deu início a temporada 2024, a Fórmula 1 segue para a Austrália. No Brasil será dada a largada nas provas de madrugada, com a categoria passando por Melbourne, Japão e China.

Por mais que o campeonato não esteja tão empolgante, essa é uma sequência de corridas interessante para acompanhar. O Circuito do Albert Park pode ter a presença do Safety Car, por ser considerado um traçado de rua, mesmo sendo um traçado travado, geralmente acontecem coisas na prova que chamam a atenção.

Em Suzuka a categoria encontra uma pista desafiadora, parte percorrida no sentido horário e parte no sentido anti-horário. Em Xangai a categoria terá um novo contrato com a pista, depois que a última prova foi realizada por lá em 2019.

O GP da Austrália deixou de ser a abertura do Campeonato, depois do cancelamento em 2020, em decorrência da pandemia de Covid-19, o calendário da categoria passou por alterações. Agora a F1 aposta em “algo mais regionalizado”, para melhorar a logística para a realização das provas, mas ainda tem suas falhas e a necessidade de separar algumas provas, na tentativa de alcançar um público local maior.

A Red Bull começou o campeonato muito bem, o time já conta com duas dobradinhas, enquanto Max Verstappen faturou duas vitórias. A Ferrari dividiu o pódio com o time austríaco nestas duas primeiras provas e mostrou que está um pouco à frente dos outros adversários.

O que realmente incomodou nestas provas, foi a falta de competitividade no pelotão intermediário, além dos duelos por posição. As corridas foram bem monótonas e poderiam ser mais interessantes, se ao menos o pelotão intermediário estivesse realmente participando de alguma disputa.

Veremos como o campeonato se desenvolverá, pois existem pistas interessantes pela frente.

O Circuito

O Albert Park será a segunda pista de rua visitada neste ano. Estabelecido por vias públicas e com características de circuito de rua, a pista chama a atenção. O recapeamento que foi realizado em 2022, provocou algumas mudanças relacionadas a sensibilidade da pista e os níveis de aderência, conforme o novo asfalto vai passando pelo processo de maturação, é possível trabalhar de uma melhor forma.

Melbourne tem um dos pit-lanes mais curtos do calendário, com apenas 281 metros. Mesmo assim, no ano passado as equipes optaram pela realização de apenas uma parada nos boxes, por conta do nível de degradação dos pneus que não foram tão altas.

Este é um dos traçados que os competidores sentem a evolução da pista, conforme as sessões vão avançando. No começo é necessário deixar os boxes com cautela, pois o asfalto está verde, mas com a passagem dos pilotos pela pista, o emborrachamento vai sendo criado. A presença da Fórmula 2 e Fórmula 3 acaba contribuindo para o processo de preparo da pista.

Quando a Austrália ficou de fora do calendário, com a categoria impossibilitada de retornar por conta da pandemia e suas consequências, o traçado passou por uma reforma e desta forma foi possível atualizar sete curvas.

As mudanças incluíram a remoção de uma chicane e a ampliação de alguns pontos-chave do traçado, as mudanças foram pensadas para melhorar os pontos de ultrapassagem e possibilitar mais velocidade. Como resultado o tempo de classificação da temporada passada foi 3s5 mais rápido que a volta da pole de 2019.

Neste ano, mais uma vez o evento contará com quatro zonas de ativação do DRS. Em 2022 uma avaliação foi realizada, mas por segurança optaram por remover a quarta zona (localizada entre as curvas 8 e 9), após os testes de sexta-feira serem realizados.

Circuito do Albert Park – Melbourne – Foto: reprodução Fórmula 1

A categoria vai trabalhar com quatro zonas de ativação, como aconteceu em 2023, mas com apenas dois pontos de aferição. O primeiro ponto fica localizado entre as curvas 12 e 13 e vale para a utilização do DRS entre as curvas 14 e 1 e no trecho entre as curvas 2 e 3.

O segundo ponto de aferição está depois da curva 6 e sua utilização se dá entre as curvas 8 e 9, além da 10 e 11.

O DRS é um mecanismo para ajudar nas ultrapassagens, mas nem sempre é efetivo, com duas ativações na sequência, a primeira pode ser usada para a ultrapassagem e a segunda para tomar distância do adversário, encerrando na sequência uma batalha.

Porém, vale lembrar que a liberação do uso do DRS tem acontecido mais cedo neste ano, com a liberação acontecendo após a primeira volta, para aproveitar a proximidade entre os carros, então talvez mais emoção e até confusões possam ser esperadas para o começo da prova australiana.

A pista é formada por 14 curvas e conta 5.278 km de extensão. Serão disputadas 58 voltas ao longo do GP da Austrália.

No ano passado o final da corrida foi um caos. A prova contou com três paralisações provocadas por bandeira vermelha. Max Verstappen conquistou a pole e emplacou uma vitória.

Neste fim de semana a Fórmula 1 não realizará mais uma prova no sábado, como aconteceu durante o fim de semana no Bahrein e Arábia Saudita.

Um dos grandes desafios do GP da Austrália se dá pelo fuso horário que atrapalha os times. As equipes precisam se preparar para essa corrida e entrar no fuso não é tão simples. Além disso, durante o fim de semana, os times contam com apoio de funcionários das fábricas e isso se torna um desafio pela diferença de horário.

Pneus

A Pirelli fornecerá para os times durante o GP da Austrália, os pneus da gama mais macia disponível em 2024, ela é formada pelos compostos: C3 (duro – faixa branca) e C4 (médio – faixa amarela) e o C5 (faixa vermelha – macio).

Pneus escolhidos para o GP da Austrália – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

No ano passado os times optaram por trabalhar com a estratégia de apenas uma parada e a utilização do pneu duro se estendeu por cerca de 48 voltas, alguns pilotos completaram 50 giros com o C2.

Com os competidores provando que a seleção de pneus provocava uma corrida um tanto monótona, a Pirelli espera que a prova deste ano seja um pouco mais movimentada e que com essa alteração, os times trabalhem com outras estratégias.

O pneu C5 entrará em ação pela primeira vez na temporada 2024, sendo um dos pneus menos usado ao longo da pré-temporada no Bahrein.

Geralmente as altas temperaturas são observadas em Melboune, mas este promete ser um fim de semana mais ameno, desta forma os pneus macios poderiam ser incluídos nas estratégias. Porém, vamos observar o comportamento dos pneus ao longo dos treinos livres e se essa mudança realmente surtirá efeito.

Temos já uma lista de pequenos pontos que podem dar um agito na prova, como a pista que foi alterada dois anos atrás, quatro zonas de DRS e a alteração na seleção de pneus.

Melbourne tem um clima bem tropical, o que significa que as pancadas de chuva podem aparecer em qualquer momento. Existe uma chance baixa para o fim de semana, mas se ela acontecer em algum ponto do fim de semana, pode atrapalhar toda a construção de emborrachamento realizada pelos pilotos.

Programação do GP da Austrália – Horários da prova em Melbourne – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock
Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo