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Pré-temporada da ERT não empolga, mas Sergio Sette Câmara comenta próximos passos da equipe

Em busca de uma parceria técnica, equipe de Sergio Sette Câmara passa por transformação na Fórmula E

A Fórmula E realizou os testes de pré-temporada em Valência no último mês. A atividade foi voltada para a verificação dos equipamentos, além dos testes necessários para a implementação do sistema de pit-stop. Durante o evento de lançamento do e-Prix de São Paulo, o Boletim do Paddock teve a oportunidade de conversar com o piloto Sergio Sette Câmara, que contou um pouco sobre as expectativas para a 10ª temporada.

Sette Câmara se encaminha para disputar a quinta temporada completa da Fórmula E, agora guiando pela ERT (ex-NIO). O seu time passou por uma reformulação, tanto visual como no nome, a ideia é aumentar a chance de a equipe obter uma parceria técnica e mais apoiadores na categoria em um futuro próximo.

“A equipe continua mais ou menos a mesma coisa, a estrutura é parecida. Quase nenhum integrante mudou. E se mudou, não foi porque a marca mudou. Na verdade a NIO estava como patrocinadora da equipe e colocava o design no carro. Ela não tinha uma atuação, como era o desenvolvimento do carro e tudo. Na verdade é isso que a equipe busca”, comentou Sergio Sette Câmara ao Boletim do Paddock.

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“Foi grande parte do que fez a gente terminar a parceria com a NIO. Melhor ficar com um outdoor em branco, para as outras marcas entrarem e, realmente uma parceria técnica entrar. Do que ficar com um espaço ocupado e ninguém se aproximar porque acredita que aquela equipe é da NIO. Então essa é parte da estratégia da equipe. Esse nome aqui tende a ser provisório. A tendência é de aqui um ano ter um outro parceiro, algum outro fabricante”

O brasileiro ainda terá como companheiro de equipe Dan Ticktum, depois que a dupla foi elogiada no último ano. Mesmo sendo adversários em pista, Câmara e Ticktum trocam informações na busca para melhorar o equipamento que eles utilizam em pista.

A NIO durante a 9ª temporada, encerrou o ano ocupando a 9ª posição no mundial de construtores, faturando 42 pontos, um a mais que a Mahindra. O ano da NIO foi extremamente caótico, mesmo faturando alguns pontos, o grande problema da equipe estava relacionado ao ritmo de corrida e o gerenciamento da bateria. Sergio Sette Câmara lidou com algumas punições que dificultaram ainda mais a sua possibilidade de obter pontos.

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Todos estavam ansiosos pela pré-temporada, por ser o momento que a equipe pode avaliar o equipamento. Mas, Câmara enfrentou alguns problemas.

Sergio Sette Câmara e Dan Ticktum foram a dupla da ERT durante a 10ª temporada da Fórmula E – Foto: reprodução Fórmula E

“Eu acho que eu sou o rei de dar pouca volta em Valência, né?”, brincou Sergio. “Porque ano passado eu também perdi um dia. E não é culpa minha, são problemas no carro e neste ano também. Acabou que depois que deu o problema na bateria da Williams, a que pegou fogo. O pessoal ficou super apreensivo com tudo que envolveu a bateria. A minha disparou um alarme e não me deixa andar”, comentou Câmara.

“Basicamente a gente trocava um componente do carro, saía e dava problema. Pegava outro componente, saía e dava problema. Por isso que eu, assim como você bem disse, passei praticamente o dia inteiro nos boxes.”

A pré-temporada é o momento ideal para se ter problemas, pois gera dados e a equipe pode ter um controle melhor para prever problemas. Mas, no caso da ERT, é um pouco complicado, por conta das diversas dificuldades que a equipe já enfrentou.

Com um grid mais próximo neste ano, é esperado que os duelos na categoria possam se intensificar. No entanto, sempre gera uma apreensão do quando as equipes menores, vão lidar com mais complicações e no caso da ERT, como ela vai conseguir conquistar terreno contra times que podem estar mais bem preparados.

A era Gen3, com a implementação de um novo regulamento, foi vista como a oportunidade perfeita para alguns times se reerguerem, mas ainda é possível visualizar com precisão as equipes que têm um déficit.

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“Consertamos para a sexta-feira, eu consegui dar bastante voltas, consegui testar algumas coisas. Então acho que foi melhor do que a pré-temporada do ano passado, onde eu quase não andei.

Ainda é difícil mensurar como será a próxima temporada da Fórmula E para a ERT, mas Câmara está empolgado para ver o que poderá extrair do seu equipamento.

Perguntado sobre a primeira prova do ano no México, Câmara mencionou a sensação de guiar neste traçado. “Acho que é uma pista que eu gosto, tem um estádio. E alí você tem o público, sente o calor dele, é interessante. Mas em questão de layout, não é a minha pista predileta, mas tem esse elemento que diferencia, a parte do estádio é legal pelo contato que você tem com o público.”

“Sobre a expectativa para a primeira prova do ano. Bom, é a primeira prova do ano, a prova mais difícil de ter uma expectativa. Geralmente você vai para o México, dá tudo de si e aí agora você consegue gerar uma expectativa para a Arábia”, seguiu Sergio.

Como os testes em Valência foram um tanto complicados para a equipe, é difícil saber por qual caminho a equipe vai se guiar.

“Se eu fosse usar os testes de Valência como parâmetro, estaria sendo meio pessimista ao ir para o México. Espero que a gente possa estar alí, mais ou menos onde estávamos no ano passado. Fazer uma volta boa, ficar próximo de entrar no top-10, esse seria o objetivo”, afirmou Câmara.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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