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Pirelli define a gama dura de pneus para o GP do Japão e aproveita etapa para a realização de testes

Aproveitando a utilização da gama dura de compostos, Pirelli vai utilizar a sexta-feira para obter o feedback das equipes sobre o novo composto C2

Sem folga, a Fórmula 1 segue assim de Singapura para o Japão. A próxima corrida do calendário será disputada em Suzuka, um circuito que também é icônico no calendário da categoria.

O circuito é conhecido por vários competidores que estão no grid e proporciona muita emoção. Essa é uma pista exigente e os pilotos precisam ter um grande domínio do equipamento para realizar as curvas com precisão.

Para lidar com as exigências do traçado, a Pirelli fornecerá a sua gama dura de pneus neste fim de semana, a escolha é completamente oposta a escolha realizada para o GP de Singapura. Existia certa expectativa da Pirelli trabalhar com a gama mais dura de pneus, formada pelo pneu C0, mas novamente a fornecedora repete o esquema que foi trabalhado no último ano.

Estão disponíveis para a 16ª etapa, os pneus: C1 (duro – faixa branca), C2 (médio – faixa amarela) e C3 (macio – faixa vermelha). Os pneus tem um nível alto exigência neste traçado pois os carros estão praticamente enfrentando uma curva após a outra, além disso eles precisam ser eficientes na curva 130R. Essa é praticamente a mesma seleção do ano passado, já que o pneu C1 de 2023, é mais macio que o C1 usado em 2022 – e para essa temporada se tornou o C0.

Pneus escolhidos para o GP do Japão – Foto: reprodução Pirelli

No ano passado, a chuva foi o que realmente ditou o GP do Japão e os pneus de pista seca não foram utilizados. A corrida foi interrompida ainda na primeira volta devido à chuva torrencial. O reinício da prova aconteceu três horas depois, quando restavam apenas 45 minutos para o final do evento – por conta da regra da competição que permite o máximo de 2h por corrida e 4h de evento.

A corrida não foi disputada em sua totalidade, apenas 28 voltas aconteceram. Os pilotos usaram os pneus de chuva extrema no início da prova, depois partiram para realizar a substituição dos compostos e trabalhar com os pneus intermediários. Max Verstappen venceu a corrida, todos os pontos foram distribuídos e o holandês conquistou o seu segundo título na casa da Honda.

Estratégia de pneus usada durante o GP do Japão de 2022 – Foto: reprodução Pirelli

As condições climáticas podem influenciar diretamente na realização do GP do Japão. Em quatro ocasiões (2004, 2009, 2010 e 2019), a classificação foi realizada na manhã de domingo por conta das chuvas provocadas pela passagem de um tufão.

Existe a chance de chuva para o começo do fim de semana, mas o GP do Japão deste ano pode surpreender por conta das altas temperaturas que foram registradas na semana passada e podem fazer parte do sábado e domingo. Se elas continuarem elevadas, afetará diretamente na degradação dos pneus, sendo um ponto de alerta para as equipes e pilotos que vão precisar ficar ainda mais atentos ao gerenciamento dos compostos.

As altas temperaturas, combinadas a um asfalto áspero, colaboram para acentuar a degradação dos pneus. Essa é uma corrida que a Pirelli costuma apostar na combinação dos pneus médios e macios para a corrida, com uma estratégia de duas paradas, mas sempre existe a possibilidade de os times optarem por apenas uma parada como estratégia principal.

O design em ‘8’ do circuito, acabam beneficiando a forma como os pneus são degradados, acontecendo um equilíbrio mais uniforme entre as laterais esquerda e direita, pois a caga nos pneus é distribuída igualmente.

A 130R é uma das curvas mais velozes da F1, feita a 285 km/h. O traçado de Suzuka é muito técnico, se o piloto comete um erro em uma curva, vai comprometer uma sequência delas, pois muitas estão interligadas. O traçado é formado por 10 curvas para a direita e 8 para a esquerda e pequenas retas em sua extensão.

Assim como no ano passado, a Pirelli vai utilizar a sexta-feira para testes, as equipes terão a oportunidade de avaliar a nova versão do pneu C2, como parte do processo de homologação do composto para a próxima temporada.

A Pirelli trabalhou em um composto que pode proporcionar mais aderência que o C2 utilizado pelos times nesta temporada, além de se encaixar melhor na gama, entre o C1 e C3. Para as duas sessões de treinos livres, cada piloto contará com dois jogos adicionais de pneus, em comparação com os 13 jogos que são fornecidos em um fim de semana regular de corrida. No México serão realizados novos testes, mas desta vez direcionados aos pneus C4.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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