O GP do Bahrein foi a primeira prova onde os pneus de 18 polegadas foram usados, e também foi o primeiro momento que tivemos um contato mais direto com a real eficiência dos novos compostos nestes novos carros, pois eles foram avaliados dentro da mecânica de um GP.
Durante os testes de pré-temporada a Pirelli acreditava que os seus compostos estavam trabalho muito próximos uns dos outros. Mas quando chegaram ao Bahrein, notaram que havia uma boa margem entre eles, além disso, o asfalto de Sakhir é muito abrasivo, desta forma o desgaste deles era elevado.
A Pirelli acreditava que as equipes fariam cerca de dois pit-stops para concluir a prova, mas a realidade se mostrou diferente eles precisaram ao menos de duas paradas para encerrar a prova. Charles Leclerc usou a estratégia, macio, macio, médio e macio para vencer o GP do Bahrein. Os times têm uma grande tendência de evitar muitas paradas, tentando minimizar os erros, mas desta vez tiveram que arriscar em busca de uma performance melhor.
O Safety Car na fase final da prova estimulou uma parada adicional, provocando a realização de prova Sprint no final. Charles Leclerc registrou a melhor volta da corrida, com os pneus macios que instalou para a parte final da corrida. Ainda sobre o desempenho de Leclerc, é necessário ressaltar que o monegasco fez uma boa corrida, mas a Ferrari esteve sempre atenta para responder as paradas de Verstappen rapidamente. Quase não fizeram no último pit do holandês, mas aproveitaram o Safety Car para mudar o composto, já que teria a reaproximação do pelotão.
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Lembrando que para este ano os pilotos podem optar por qualquer tipo de pneus para a largada. Com essa opção, dezoito dos vinte pilotos começaram a corrida com os pneus macios. A maior diferença estava em eles serem compostos novos ou já usados.
Lewis Hamilton e Fernando Alonso abriram a primeira rodada de pit-stops. A Mercedes devolveu o piloto inglês com os pneus duros para a pista, mas a falta de aderência por conta das temperaturas baixas ficou bem evidente. Hamilton perdeu o pronto de freada na primeira volta com esses pneus. Os compostos duros estiveram presentes nas estratégias de poucos competidores.
Sabendo que seria praticamente impossível fazer a corrida com uma única parada, Leclerc, Sainz, Verstappen, Magnussen, Stroll, Latifi e Hülkenberg, largaram com os pneus macios e fizeram um segundo stint com esse composto. O Safety Car provocado pelo abandono de Pierre Gasly, fez vários competidores instalarem os pneus macios para concluir a prova.
A Pirelli forneceu os pneus mais duros da sua gama aos times no GP do Bahrein, levando em consideração o nível de abrasividade da pista.
Como foi o comportamento de cada um dos compostos:
C3 (macio – faixa vermelha): pneu escolhido principalmente para a largada, por conta da aderência que fornecia, mas sofreu muito com a abrasividade da pista no decorrer das voltas. O pneu macio foi uma alternativa para aqueles que não queriam partir direto para os pneus duros e aguardar um pouco mais de tempo para instalar os pneus médios. Todos os pilotos que terminaram a prova, fizeram o último stint com os pneus macios;
C2 (médio – faixa amarela): esse pneu foi escolhido apenas pela McLaren para a largada, mas a dupla de pilotos perdeu desempenho com eles, pois não forneceram a aderência necessária para o começo da prova. A melhor aposta foi usá-los durante a fase intermediária da prova. Todos tiveram contato com esse pneu, pois ele fornecia um pouco mais de aderência que os pneus duros;
C1 (duros – brancos): mesmo com o alto nível de abrasividade da pista, as equipes tentaram evitar o seu uso, pela dificuldade que enfrentam para aquecer esse tipo de composto. Agora as mantas térmicas estão restritas aos 70°C, portanto deixar os boxes e realizar a primeira curva com eles, não é algo tão fácil.
“A estreia no campeonato dos novos regulamentos da Fórmula 1 com nossos mais recentes pneus de 18 polegadas proporcionou uma corrida com muita emoção do início ao fim e algumas grandes batalhas. Estamos satisfeitos com o desempenho dos pneus. Os compostos macios e médios foram fundamentais aqui, enquanto os duros representaram uma escolha alternativa e mais consistente. A temperatura mais baixa das mantas de pneus este ano também contribuiu para o desafio de colocar os pneus na janela correta, tornando o undercut menos efetivo do que o habitual, enquanto a natureza abrasiva da pista garantiu que fosse pelo menos duas paradas para cada piloto. A estratégia também foi influenciada pelo carro Safety Car tardio, que finalmente levou a três paradas e estabeleceu uma dramática sprint no da corrida”, disse Mario Isola.