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O Leão volta ao circo, mas o domínio alemão continua

O Leão volta ao circo, mas o domínio alemão continua – Dia 44 dos 365 dias mais importantes da história do automobilismo – Segunda Temporada.

O Leão de volta ao lar (Continental Circus)

Nigel Mansell teve uma trajetória histórica na Fórmula 1 em suas 13 primeiras temporadas. Com uma agressividade além das contas, mas que provou ser um piloto muito veloz, conseguiu rivalizar com grandes nomes da categoria, como Alain Prost, Nelson Piquet e Ayrton Senna, dando muito trabalho ao trio citado em disputas pelos campeonatos nas décadas de 1980 e 1990.

O trabalho duro do inglês acabou recompensado em 1992, quando a Williams fabricou um carro praticamente perfeito. Mansell foi um dos campeões com maior autoridade na história da F1 em uma única temporada. Porém, enjoado do ambiente frio e hostil da categoria e depois de ser esnobado pela própria equipe após o título, o Leão rumou para os Estados Unidos.

Na Indy, foi uma grande atração durante o ano de 1993, com vitórias categóricas e alguns excessos na pista. O inglês repetiu o desempenho dominante do ano anterior na F1 e ganhou o campeonato na Terra do Tio Sam. Já em 1994, a temporada estava bem complicada, pois a Newmann-Haas não tinha o mesmo rendimento e o britânico também não.

Mansell agora era o “Red Two” (GP Expert)

Ainda que já estivesse com a idade (e o peso) avançados, Mansell vislumbrou uma reaproximação com a categoria máxima do automobilismo. E logo na sua velha casa, a equipe de Frank Williams. O palco seria o circuito de Magny-Cours, na França, com a prova no dia 3 de julho de 1994.

O carro em que Mansell iria pilotar era o FW16 número 2, o mesmo que Senna havia guiado nas três últimas corridas de sua vida. O escocês David Coulthard assumiu a bronca nas etapas da Espanha e do Canadá, mas teve desempenho discreto. Então veio o convite para o Leão assumir o carro que foi do seu colega de pistas e rival.

Com a Williams número 2 (inclusive a numeração tinha a pintura em vermelho como o clássico “Red Five” que o inglês usava nos anos anteriores), o retorno do Leão ao circo da Fórmula 1 parecia ser difícil no primeiro momento, com as dificuldades de um carro diferente com os quais ele competia nos Estados Unidos.

No entanto, Mansell conseguiu mostrar habilidade, classificando-se em segundo, apenas 77 milésimos atrás do companheiro de equipe, o seu compatriota Damon Hill. Mesmo com 41 anos, o Leão deixava para trás até mesmo o líder do campeonato daquele ano, nada menos que Michael Schumacher, da Benetton.

Schumacher já era o homem a ser batido na F1 naquele ano. E a prova se deu na largada, com o alemão pulando melhor, engolindo as duas Williams e assumindo a ponta logo nos primeiros metros.

Enquanto Schumacher assumia a ponta e disparava e Hill se consolidava na segunda colocação, Mansell tinha que se defender das investidas da Ferrari de Jean Alesi. Durante a corrida, o Leão também ficou num duelo com o outro carro da escuderia italiana, de Gerhard Berger, além da Jordan de Rubens Barrichello, que partia para uma estratégia de uma parada a menos.

A coisa parecia facilitar um pouco ao inglês quando dois dos oponentes se eliminara de forma bizarra: Alesi rodou sozinho na última chincane ao término da volta 42 e fez um movimento de retorno perigoso no meio da pista, Barrichello vinha na sequência e não conseguiu desviar da Ferrari atravessada e ambos abandonavam.

Com a última parada de Berger, Mansell voltava à posição de pódio, o que seria um bom resultado para o seu retorno. No entanto, um problema de transmissão acabava com a sua corrida na volta 45 das 72 previstas.

Assim, a corrida seguiu sem grandes alterações até o fim. Michael Schumacher ganhava a sexta das sete primeiras corridas da temporada e disparava na liderança. Hill terminava em segundo e Berger em terceiro, formando o trio vencedor.

Heinz-Harald Frentzen somou um bom quarto lugar com a Sauber (melhor resultado da escuderia suíça até então); Pierluigi Martini beliscou um excelente quinto lugar para a Minardi; e Andrea de Cesaris, com a outra Sauber, fechava a zona de pontos em sexto. Para o mítico italiano, aquele era o último dos seus 59 pontos ao longo da sua carreira.

Mansell voltava para os States e cumpriria o contrato com a Indy até o fim da temporada da categoria americana para retornar à F1 nas etapas finais de 1994. O curioso é que seu retorno se daria numa época em que a Fórmula 1 estava bem diferente do que esteve na França.

Para a Benetton, tudo era um mar de rosas (GP Expert)

Ao sair de Magny-Cours, Schumacher tinha 66 pontos, contra apenas 29 de Hill, isso com 7 das 16 etapas do campeonato. O certame parecia definido naquela, mas os eventos da semana seguinte teriam um abalo que mudaria o desenho daquela temporada.

Fontes: Continental Circus, GP Expert e Stats F1

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