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Na festa argentina, o primeiro tento do Brasil

Série 365: Na festa argentina, o primeiro tento do Brasil - 02ª Temporada: dia 246 de 365 dias. Por: Eduardo Casola Filho

No começo da Fórmula 1, como campeonato organizado, a Argentina viveu seu auge.

Sobretudo com a contribuição de Juan Manuel Fangio.

Fonte: gps.gpexpert.com.br

Foi uma era dourada para os vizinhos portenhos.

Fundamental na formação da cultura automobilística de lá.

Em 22 de janeiro de 1956, Buenos Aires parou para a etapa de abertura do sétimo campeonato mundial da categoria.

Fangio tivera que trocar de carro, pois a Mercedes deixava o automobilismo (ecos da tragédia em Le Mans, no ano anterior)

Sua nova casa ficava em Maranello, pois a Ferrari queria voltar a vencer.

E, com o carro favorito da temporada, Fangio iniciou a campanha do tetra com uma pole categórica.

Num grid de apenas 13 carros (oito Maserati e cinco Ferrari), os principais nomes estavam nas primeiras posições.

Mas, na parte final do grid, havia um retorno de um “vizinho”.

Francisco Sacco Landi, ou simplesmente Chico Landi.

Fonte: Contos da f1

O primeiro brasileiro a desbravar a Fórmula 1 retornava após um hiato de mais de dois anos.

Sem ter um grande investimento, o convite da Maserati veio em boa hora.

Aos 48 anos, aquela era sua última oportunidade.

O peso da idade era tanto, que o italiano Gerino Gerini iria dividir o bólido com o brasileiro.

Em uma prova com duração prevista de três horas, em meio ao escaldante verão argentino, isso seria praticamente uma prova de resistência.

E a Fórmula 1 permitia a troca de pilotos no decorrer da corrida, sob qualquer circunstância.

Essa foi a tática que Fangio precisou usar.

Carlos Menditeguy Fonte: gps.gpexpert.com.br

O argentino largou mal, tentou se recuperar, mas a bomba de combustível quebrou na altura da volta 22.

Então, a Ferrari chamou Luigi Musso para os boxes no giro 30. E o trocou pelo Maestro argentino.

Fonte: gps.gpexpert.com.br

Com um sol infernal em Buenos Aires, muitos carros foram ficando pelo caminho.

Landi, partindo em 11º, galgou posições, até chegar ao sétimo posto, até aproximadamente a metade da prova.

Então veio a troca programada, com Gerini assumindo o volante da Maserati número 10.

As quebras continuaram os pilotos sobreviventes iam avançando.

Stirling Moss estava na liderança, mas o motor abriu o bico há meia hora do fim.

Assim, Fangio retornava à ponta, com a Ferrari de Musso.

Fonte: gps.gpexpert.com.br

Para o italiano, ironicamente, aquela foi sua única vitória na F1, ainda que não tenha terminado a prova.

Já Fangio saiu vencedor diante dos seus torcedores, para a alegria portenha naquela tarde de verão.

Fonte: gps.gpexpert.com.br

Se para os hermanos, a corrida terminou em grandes alegrias, para o Brasil, o resultado foi simbólico.

Mesmo seis voltas atrás de Fangio, Gerini concluiu a prova do carro 10 em quarto.

Foi um ponto e meio para o italiano e mais um e meio para Landi.

Enfim, Chico Landi figurava entre os primeiros colocados, mesmo que em circunstâncias bem anormais.

Afinal o legado do pioneiro do esporte a motor no Brasil estava consolidado.

O Brasil, terra de Fittipaldi, Piquet, Senna e de tantos outros, teve o primeiro passo de sua trajetória naquele dia.

E assim, Chico Landi colocou seu nome definitivamente na história.

lll A Série 365 Dias Mais Importantes do Automobilismo, recordaremos corridas inesquecíveis, títulos emocionantes, acidentes trágicos, recordes e feitos inéditos através dos 365 dias mais importantes do automobilismo.

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