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Munidos de boa estratégia, Red Bull fecha GP da Bélgica com dobradinha

Os times optaram por trabalhar com a estratégia de duas paradas. Com a pista mais quente, as equipes trabalharam com os pneus duros

O GP da Bélgica foi disputado como 14ª etapa da temporada 2022. A prova contou com vitória de Max Verstappen, o holandês deu um show na pista, realizou ultrapassagens precisas e rumou para a 9ª vitória da temporada.

Por conta das penalidades que foram distribuídas a oito pilotos do grid, Max Verstappen largou da 14ª posição. O holandês também passou por trocas de componentes do motor, desta forma precisou começar a prova dividindo o final do pelotão. Não foi tão final assim, pois o grid conta apenas com 20 carros.

Verstappen ganhou uma vantagem na largada, pois Pierre Gasly não largou junto do restante do pelotão, o carro do francês passou por problemas elétricos instantes antes do início da corrida. Como Gasly foi direcionado para o pit-lane antes da largada, todos os pilotos punidos tiveram menos um carro para lidar na largada. Yuki Tsunoda também começou a prova do pit-lane, já que a AlphaTauri fez as modificações em seu carro, durante o sistema de parque fechado.

Contando com um ritmo forte, Verstappen foi escalando o pelotão de forma invejável, então chegou à liderança da prova na 12ª volta, quando Pérez abandonou a ponta, depois de realizar a troca de pneus. O holandês se manteve na ponta até a volta 15, quando rumou para os boxes realizando a sua parada obrigatória.

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Verstappen foi escalando o pelotão até ter condições de conquistar a vitória – Foto: reprodução Pirelli

Duas voltas depois da sua primeira troca de pneus, Verstappen voltou mais uma vez para a ponta e de lá não saiu mais, mesmo fazendo uma segunda parada. O holandês venceu a corrida com um RB18 que tinha um desempenho superior. Mesmo com Sergio Pérez cruzando a linha de chegada no segundo lugar, Verstappen conquistou a vitória com mais de 17 segundos de vantagem para o companheiro de equipe.

Verstappen começou a prova com os pneus macios, passou para os médios e na sua segunda parada apostou em um novo jogo conjuntos de pneus médios.

Carlos Sainz não conseguiu segurar o desempenho de Max Verstappen, mas também foi surpreendido por Sergio Pérez. O espanhol que herdou a pole de Verstappen, completando a corrida na terceira posição. Sainz precisou recorrer aos pits antes do holandês, mas mesmo com pneus mais aquecidos o carro da Ferrari não tinha a potência necessária para garantir a primeira posição.

Os pneus da Rodada

As estratégias que foram usadas durante o GP da Bélgica – Foto: reprodução Pirelli

Ao longo do fim de semana as baixas temperaturas mostraram aos pilotos que eles enfrentariam um desafio ao adicionar os pneus duros em suas estratégias. Quando a Pirelli informou as estratégias pela manhã, tinha como escolha principal uma prova trabalhando apenas com os pneus médios e duros, além de realizar duas paradas para a conclusão da prova.

Na largada a temperatura da pista era bem diferente daquela enfrentada na sexta-feira e no sábado, os pilotos se depararam com 36°C na pista e 22 no ambiente, permitindo então levar em consideração a utilização dos pneus duros em algum momento das 44 voltas que seriam disputadas no GP da Bélgica.

C2 (duros – faixa branca): a Red Bull não usou os pneus duros em Max Verstappen, o rendimento do seu carro com os compostos macios e médios se mostrou muito eficaz, portanto, o time austríaco não trabalhou com esse composto na estratégia do holandês. Por outro lado, Sergio Pérez encerrou a corrida trabalhando com os compostos duros.

Com uma pista mais quente, ficou mais fácil para os pilotos gerenciarem a temperatura necessária para trabalhar com esse tipo de composto. Na realidade, estratégias sem a utilização desse pneu é que foram a exceção neste fim de semana.

Yuki Tsunoda começou a corrida com os pneus duros, pois largou do pit-lane, sendo o último piloto do grid a enfrentar a troca dos componentes do motor.

Pilotos como Esteban Ocon, Sebastian Vettel, Pierre Gasly, Alexander Albon, Lando Norris, Daniel Ricciardo, Kevin Magnussen, Mick Schumacher e Nicholas Latifi, usaram os pneus duros após realizar a primeira parada nos boxes.

A Pirelli apostava em uma estratégia onde os pneus médios e duros fossem combinados para que os pilotos tivessem chance de trabalhar com apenas uma parada, mas os times optaram por uma segunda parada por conta da alta taxa de degradação dos compostos e principalmente pela performance.

C3 (médios – faixa amarela): os pneus médios fizeram parte da estratégia de todos os pilotos do pelotão. Os compostos operavam melhor do que os pneus macios e permitiram pilotos como George Russell e Charles Leclerc realizarem um stint mais longo com esses pneus.

Pérez não usou os pneus macios na sua estratégia, trabalhou apenas com os pneus médios e duros. Na estratégia de Charles Leclerc, eles foram importantes, pois o monegasco precisou seguir para os boxes ainda na terceira volta, substituindo os pneus macios pelos médios, depois que uma sobreviseira ficou presa nos dutos de freio do seu carro.

Grande parte do pelotão realizou a sua largada usando os pneus médios, as exceções foram Verstappen, Sainz, Leclerc e Bottas que usaram os pneus macios, enquanto Tsunoda começou a corrida com os pneus duros instalados.

C4 (macios – faixa vermelha): como mencionei no último parágrafo, poucos pilotos usaram os pneus macios na largada. Apenas Leclerc, Zhou e Latifi apostaram nesses compostos para o final da prova – mesmo com os carros mais leves.

A grande aposta era que os times finalizariam a prova com os pneus macios, principalmente após alguns competidores usarem os pneus duros na fase intermediária da prova.

Na segunda parada realizada por Sainz e Pérez, esperava-se que os pilotos partissem para os macios, realizando voltas alucinantes. Por outro lado, os times optaram por uma estratégia mais conservadora, evitando lidar com pneus que poderiam enfrentar um alto nível de degradação nas últimas voltas.

Novamente os pneus macios foram praticamente excluídos das estratégias, sendo trabalhados excepcionalmente na classificação.

A Ferrari cometeu mais um erro neste fim de semana, quando optou por realizar uma parada acional com Charles Leclerc na volta 42. O monegasco retornou para a pista, atrás de Fernando Alonso e passou uma volta tentando recuperar o 5º lugar. Embora Leclerc tenha feito uma volta rápida, ela não foi suficiente para superar o tempo aferido por Max Verstappen.

A parada adicional realizada pela Ferrari foi um risco desnecessário para o monegasco. Além disso, Leclerc foi punido, pois excedeu o limite de velocidade permitido no pit-lane.

Performance dos pneus selecionados para o GP da Bélgica – Foto: reprodução Pirelli

A chuva que era esperada para o domingo, não apareceu, desta forma os pneus destinados a uma pista úmida, não foram usados.

A Fórmula 1 retorna na próxima semana, para a realização do GP da Holanda.

“Este ano foi um grande sucesso em condições climatéricas variáveis ​​durante todo o fim de semana, com 360.000 espectadores a presenciar um excelente espetáculo repleto de ultrapassagens, em que os nossos pneus desempenharam um papel fundamental. Vimos uma grande corrida, com o pneu duro sendo usado pela maioria dos pilotos”, disse Mario Isola analisando a prova em Spa-Francorchamps.

“Vamos analisar todos os dados à nossa disposição, mas ouvir no rádio que foi dois décimos de segundo mais rápido do que o esperado foi uma conquista fantástica para nós. Mesmo sabendo que as condições de hoje seriam mais quentes do que na sexta e no sábado, foi interessante ver a variedade de estratégias utilizadas, dado o clima, a evolução da pista e um grau de degradação maior do que o esperado. Não houve problemas de granulação e a degradação foi essencialmente térmica”, seguiu Isola.

“Também não tivemos problemas com as últimas modificações de pista, graças à nossa experiência nas recentes 24 Horas de Spa, que foram realizadas durante o fim de semana do Grande Prêmio da Hungria. Parabéns à Red Bull por uma dobradinha hoje com um ritmo de corrida verdadeiramente impressionante.”

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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