ColunistasDestaquesIndyPost

Josef Newgarden supera Marcus Ericsson e se torna vencedor das 500 Milhas de Indianápolis

Em final acidentado e emocionante, piloto da Penske conquista a sua primeira vitória na prova mais tradicional do automobilismo e festejou com a torcida o seu triunfo

A 107ª edição das 500 Milhas de Indianápolis entrou para a história com uma corrida emocionante, com muita confusão na reta final, numa sequência de acidentes e bandeiras vermelhas. Na relargada final, Josef Newgarden negou o bicampeonato a Marcus Ericsson e conquistou sua primeira vitória na prova mais importante da Fórmula Indy.

Newgarden conseguiu a ultrapassagem decisiva em cima de Ericsson na reta oposta da última volta e conseguiu se defender até a bandeirada. De quebra, o piloto da Penske inovou na comemoração e invadiu a arquibancada para celebrar a vitória com a galera. 

O estadunidense encerrou o jejum de sete anos sem vitórias do país sede da prova e também conquistou a primeira vitória da Penske na Indy 500 desde 2019 na tradicional corrida em Indiana. Newgarden também é piloto que venceu largado de uma posição mais distante desde 2014, quando Ryan Hunter-Reay largou da 19ª posição (Newgarden partiu da 17ª colocação).

Como foi a Indy 500:

A corrida foi decidida na última volta após uma série de bandeiras vermelhas nas voltas finais (Travis Hinkle/Indycar)

A corrida começou tranquila, com poucas mudanças na frente, com Alex Palou e Rinus Veekay se alternando na primeira posição. Scott Dixon chegou a ficar em quarto, mas logo foi ficando para trás por problemas de vibração no carro e viu suas chances de vitória praticamente se encerrarem.

Mesmo após o primeiro ciclo de paradas, pouca coisa mudou na frente. Mais atrás, Katherine Legge chegou a perder o controle nos boxes e bater de leve no muro. Com os danos, a única mulher do grid de 33 carros foi forçada a abandonar. Pouco depois, RC Enerson teve problemas mecânicos e também saiu da prova.

Na segunda rodada de paradas nos boxes, foi a vez da McLaren ser eficiente e botar os carros de Pato O1Ward e Félix Rosenqvist na ponta, com os companheiros de equipe se revezando nas duas primeiras posições.

Então, na volta 92, aconteceu a primeira bandeira amarela na prova, causada pela batida de Sting Ray Robb, que perdeu o controle em disputa com Graham Rahal e acertou o muro. Neste momento, Callum Ilott estava nos boxes e foi beneficiado, fazendo com que o inglês assumisse a liderança, com as paradas dos demais pilotos.

No pit-stop, aconteceu a primeira grande mudança no panorama da corrida. Veekay rodou na saída dos boxes e atingiu Palou. O prejuízo do espanhol foi grande, com o bico quebrado, perdeu bastante tempo e precisou de mais uma parada, caindo para o fim do pelotão. Entretanto, o neerlandês foi punido com o drive through após a relargada e também caiu para a parte final do grid. O pole e o segundo colocado da classificação estavam fora da disputa pela vitória.

A corrida recomeçou e as McLaren continuaram consolidadas na ponta, mas, novos pretendentes à vitória estavam na disputa. Santino Ferrucci estava com ritmo bem competitivo, enquanto Marcus Ericsson e Josef Newgarden vinham de trás e se estabeleciam nas primeiras posições. Até mesmo Kyle Kirkwood se estabelecia como um candidato.

Na volta 148, outra bandeira amarela foi acionada após o acidente de Romain Grosjean. O grupo que tinha Pato O’Ward, Takuma Sato, Tony Kanaan, Hélio Castroneves, entre outros, foram para os boxes, enquanto outros ficaram na pista. O ritmo da corrida ficaria mais intenso para as últimas 50 voltas.

Na parte final, Ericsson se estabelece na liderança, com várias trocas de posições mais atrás. Entretanto, o grupo que tinha Newgarden, Rosenqvist, Ferrucci e Kirkwood era o que seguia próximo ao sueco para lhe impedir o bicampeonato da Indy 500.

Com o último ciclo de paradas, Ericsson chegou a se manter em primeiro, com Rosenqvist na cola, mas a estratégia de Pato deu certo e o mexicano conseguiu fazer sua parada e voltar na briga pela vitória.

Então, o grande susto da prova veio faltando 16 voltas para o fim. Rosenqvist perdeu o controle de seu carro e tocou no muro. O sueco tentou segurar, mas não conseguiu e rodou, coletando o carro de Kirkwood, que capotou. A roda do bólido da Andretti escapou e quase atingiu o público, mas caiu no estacionamento do circuito e ninguém entre pilotos, torcedores ou equipe de apoio se machucou no acidente.

A prova parou em bandeira vermelha para limpeza da pista e a relargada aconteceu a nove voltas do fim. Pato largou mal e foi superado por Ericsson e Newgarden na primeira curva, com o piloto da Penske assumindo a ponta numa bela manobra por fora.

Na sequência, o mexicano tentou recuperar o terreno perdido e mergulhou para passar o sueco, em um repeteco da disputa pela vitória em 2022. Mais uma vez, pior para o piloto da McLaren, que rodou e bateu, dando adeus à chance de vitória. Mais atrás, Simon Pagenaud e Agustin Canapino também bateram e ficaram pelo caminho.

Após outra paralisação na prova, a pista foi limpa e foi para mais uma relargada, com quatro voltas para o final, mas a largada quase nem ocorreu, com um quiprocó mais atrás, envolvendo Ed Carpenter, Benjamin Pedersen, Graham Rahal e Christian Lundgaard. Quando a amarela foi solicitada, Ericsson havia assumido a liderança, com Newgarden quase perdendo a posição para Ferrucci e Rossi.

Com a terceira bandeira vermelha seguida, a direção de prova reiniciou a prova com duas voltas para o fim, sendo a relargada na abertura do último giro. Na partida, Ericsson pulou bem e manteve a ponta, mas Newgarden aproveitou o vácuo e assumiu a liderança na reta oposta. O sueco tentou, mas não conseguiu superar o piloto da Penske e o americano entrou para o rol de vencedores da Indy 500.

Na chegada após a corrida, Newgarden celebrou de uma maneira inovadora para a história da prova: Ao chegar na reta dos boxes, o piloto da Penske encontrou um portão de acesso da grade e passou por ele para celebrar com os torcedores presentes no setor. Enquanto isso, Ericsson lamentava a derrota e questionava os critérios da direção de prova para a última relargada.

Quanto aos brasileiros, a prova foi uma jornada difícil. Na sua despedida da Indy, Tony Kanaan teve uma corrida abaixo das suas expectativas. O baiano tentou acompanhar o pelotão e chegou a conseguir uma bela ultrapassagem sobre Scott McLaughlin usando a grama, mas o seu carro não teve um bom acerto e o brasileiro sofreu demais com as bolhas nos pneus. No fim, a 16ª posição não representou o desfecho ideal para a sua corrida e para a sua vitoriosa carreira.

Hélio Castroneves buscou uma boa corrida de recuperação, mesmo com as limitações da Meyer Shank e chegou a avançar no grid, mas logo teve um problema de vibração e quase se envolveu em um acidente. O tetracampeão da Indy 500 mudou sua estratégia e até buscou a recuperação, mas teve de se contentar com a 15ª posição, vendo o sonho do penta ser adiado por mais um ano.

A Fórmula Indy encerra a sua prova mais importante, mas segue a sua maratona no campeonato, que ganha novo fôlego após as 500 Milhas. A próxima corrida será no próximo domingo, nas ruas de Detroit, com a estreia de um novo traçado na região central da cidade.

Classificação das 500 Milhas de Indianápolis:

Classificação do campeonato:

1 – Alex Palou (ESP) – Chip Ganassi/Honda – 219
2 – Marcus Ericsson (SUE) – Chip Ganassi/Honda – 199
3 – Pato O’Ward (MEX0 – McLaren/Chevrolet – 185
4 – Josef Newgarden (EUA) – Penske/Chevrolet – 182
5 – Scott Dixon (NZL) – Chip Ganassi/Honda – 162
6 – Scott McLaughlin (NZL) – Penske/Chevrolet – 149
7 – Alexander Rossi (EUA) – McLaren/Chevrolet – 145
8 – Romain Grosjean (FRA) – Andretti/Honda – 139
9 – Will Power (AUS) – Penske/Chevrolet – 131
10 – Colton Herta (EUA) – Andretti/Honda – 130

21 – Hélio Castroneves (BRA) – Meyer Shank/Honda – 69
31 – Tony Kanaan (BRA) – McLaren/Chevrolet – 18

Mostrar mais

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo