Após uma intensa disputa entre Mika Hakkinen e Michael Schumacher pelo título de 1998 a F1 chegava ao Albert Park em Melbourne para a abertura de sua 50° temporada. O grid vinha com algumas modificações bem interessantes, a Williams vinha com uma nova dupla: Alex Zanardi de volta a F1 após o bicampeonato na Cart e Ralf Schumacher vindo da Jordan, Heinz Harald Frentzen fez o caminho inverso do Schumy brother trocando a Williams pela Jordan, Pedro Paulo Diniz trocava a decadente Arrows pela emergente Sauber, Johnny Herbert deixava a equipe suíça para ser companheiro de Rubens Barrichello na Stewart. Arrows chegava com uma dupla nova, Tora Takagi vindo da Tyrrell e o estreante Pedro de La Rosa, a Minardi promovia a volta as pistas de Luca Badoer e a estreia de Marc Gene, mas a grande novidade daquele ano era a estreia da BAR, a British American Tobaco havia adquirido o espolio da tradicional e combalida Tyrrell, com a injeção de dinheiro da tabaqueira nasceu uma nova equipe que contaria com o propulsor Supertec, o mesmo da Williams, um campeão mundial ao volante, Jacques Villeneuve além do estreante Ricardo Zonta, o carro era feito pela Reynard que vinha tendo muito sucesso nas categorias de base e na Cart, enfim a BAR prometia. Ferrari, McLaren, Benetton e Prost mantiveram as duplas de 1998.
A classificação foi dominada pelas flechas prateadas da McLaren-Mercedes, o campeão Mika Hakkinen cravou a pole dividindo a primeira fila com seu companheiro David Coulthard, Michael Schumacher era o 3° com sua Ferrari e um surpreendente Rubens Barrichello colocava a Stewart na 4° colocação, lembrando que o time escocês teve uma temporada pífia no ano anterior, Frentzen com a Jordan e Irvine com a Ferrari completavam os 6 primeiros. O domingo estava belíssimo em Melbourne e a McLaren era a favorita, só que aquele seria um dos mais movimentados GPs da Austrália de todos os tempos. Os 2 carros da Stewart tiveram problemas de superaquecimento explodindo seus motores Ford e obrigando o pelotão a uma segunda largada. Rubens Barrichello partiria dos boxes e Johnny Herbert teria que aguardar até o GP Brasil para estrear na Stewart.
No segundo procedimento de largada Michael Schumacher não conseguiu arrancar para a volta de apresentação, sendo obrigado a partir do fim do grid. A segunda fila estava vaga o que era bom para as McLaren. Finalmente era dada a largada para a temporada 1999 da F1 com as 2 McLaren pulando a frente como esperado, Eddie Irvine colocava a Ferrari na 3° posição seguido pela Jordan de Frentzen. A Sauber de Jean Alesi ficou parada no grid com problemas de cambio. Damon Hill não completou sequer a primeira volta após um toque com Jarno Trulli da Prost. Nas 13 voltas iniciais Hakkinen liderava seguido por Coulthard, Irvine, Frentzen, Ralf Schumacher e Fisichella. Em prova de recuperação Schumacher já era o 11° e Barrichello o 12°.
Mas começaram aí os problemas da McLaren, David Coulthard abandonou com problemas hidráulicos, na mesma volta a BAR de Jacques Villeneuve também deixava a disputa. Volta 20, Zanardi bate sua Williams, volta 21 a outra McLaren deixa a disputa, o campeão Mika Hakkinen foi vítima de problemas no acelerador. Eddie Irvine assumia a ponta e tinha em mãos a melhor oportunidade de conquistar sua primeira vitória. Schumacher já na 4° colocação teve problemas na asa dianteira tendo que ir boxes para troca-la.
Eddie Irvine e Heinz Harald Frentzen disputaram a ponta até o final, o norte irlandês da Ferrari pilotou sem cometer erros e conteve a pressão do alemão da Jordan. Em uma prova de muitas quebras apenas 8 carros viram a bandeira quadriculada. Irvine conquistava sua primeira vitória, Heinz Harald Frentzen estreava na Jordan com um podium, Ralf Schumacher chegava a Williams também com podium, Giancarlo Fisichella foi o 4° com a Benetton e Rubens Barrichello em uma excelente prova de recuperação era o 5° prenunciando um grande ano para a equipe Stewart, Pedro de La Rosa estreava na Arrows fechando a zona de pontos, Tora Takagi com a outra Arrows era o 7° e uma volta atrás em um domingo para esquecer Michael Schumacher.
Uma prova que foi movimentada sem precisar da chuva para tal, favoritos envoltos em problemas, um vencedor inédito, estreantes em equipes já no podium, estreantes na categoria marcando pontos, a Stewart mostrando que poderia apagar o vexame do ano anterior. Rubens Barrichello falou após a prova que poderia ter vencido caso largasse em 4°, um pouco de exagero, mas um podium seria plausível. Resumindo, o ano começava com tudo, a temporada prometia, mas os fãs teriam que esperar mais de um mês pelo próximo GP, a etapa da Argentina acabou substituída pela da Malásia e fez-se este buraco no calendário. A próxima parada era em Interlagos, e para mim em especial este mês demoraria e muito a passar.
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