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Haas confirma saída de Günther Steiner. Ayao Kamatsu é promovido para chefe de equipe

Haas passa por mudanças internas e investe na troca do chefe de equipe para melhorar a competitividade nas pistas

Nesta quarta-feira (10) a Haas confirmou a saída de Günther Steiner da equipe, o chefe de equipe será substituído pelo Diretor de Engenharia Ayao Kamatsu. Após discussões que aconteceram com Gene Haas durante o inverno, ficou decidido que o italiano deixará o time em caráter imediato.

Steiner estava no comando da Haas desde que a equipe ingressou no grid da Fórmula 1 em 2016. O italiano era o terceiro chefe de equipe mais antigo do grid, atrás de Chistian Horner no comando da Red Bull e Toto Wolff da Mercedes.

Nos últimos anos Steiner se tornou um dos chefes de equipe mais populares do grid, principalmente por conta da popularidade da série documental Drive to Survive da Netflix. Com comentários ácidos e um jeito engraçado, Steiner foi cada vez ganhando mais destaque dentro da série, o que resultou em um livro que surfou na onda dessa popularidade: Survive to Drive foi publicado em 2023 e Steiner teve a chance de mais uma vez explorar os bastidores da categoria.

Depois de trabalhar com a Haas desde 2016, Günther deixa o time com efeito imediado – Foto: reprodução Haas

Embora a sua popularidade tenha crescido entre alguns milhares de fãs da categoria, Steiner lidou com vários altos e baixos da equipe Haas. O time norte-americano basicamente se contentou em permanecer no final do grid, remando entre as últimas equipes do grid, fazendo o básico para se manter na competição. O melhor ano da Haas foi 2018, quando conquistaram a 5ª posição do mundial de construtores. A Haas segue sem vitórias na F1, enquanto obteve apenas uma pole com Kevin Magnussen no GP de São Paulo de 2022 durante uma situação atípica por conta das condições climáticas.

Com a mudança do regulamento, acreditava-se que a Haas poderia ter uma oportunidade de progredir no grid, no entanto, o segundo ano com os novos carros foi bem complicado. A Haas que havia terminado a temporada 2022 na 8ª posição, sofreu uma queda e foi apenas a 10ª colocada no Mundial em 2023. O ritmo de atualizações não foi compatível com o restante do grid, além disso, a equipe lutou para transformar o ritmo de classificação em resultados palpáveis durante as corridas, mas não obtiveram sucesso.

Komatsu que assume o cargo de chefe de equipe e conduzirá a Haas ao longo de 2024, trabalha com a equipe desde que a Haas estreou na Fórmula 1. Ele também apareceu algumas vezes durante Drive to Survive. Komatsu começou na Haas ocupando o cargo de engenheiro chefe e foi promovido para Diretor de Engenharia. São 20 anos de experiência na Fórmula 1, trabalhando em cargos de engenharia e gerenciamento na British American Racing, além de uma longa trajetória na Renault, antes de seguir para a Haas.

Acompanhando a Haas desde o começo, Komatsu é promovido para chefe de equipe após a saída de Günther Steiner – Foto: reprodução

A Haas está passando por um período de mudanças, Komatsu assumirá as responsabilidades da equipe, trabalhando com a parte de estratégia geral do time, além a necessidade de maximizar o potencial do time por meio da capacitação dos funcionários, estabelecendo um processo estrutural e de eficiência. O time norte-americano por sua vez, ainda planeja recrutar um Diretor de Operações baseado na Europa que cuidará de todos os assuntos e departamentos não competitivos, incluindo as áreas como RH, administração, finanças, marketing e comunicações.

Gene Haas é o proprietário da Haas, além de uma equipe de Nascar de sucesso. Gene confiou em Steiner desde o momento que a equipe optou por ingressar no grid da Fórmula 1, se valendo das passagens e experiência de Steiner pela Jaguar e Red Bull.

Ao longo dos últimos anos, a Haas foi cada vez mais se aproximando da Ferrari, em uma parceria técnica que resultou na chance de o time norte-americano usar peças atualizadas, além do túnel de vento da equipe de Maranello. Posteriormente a Haas também montou uma base técnica em Maranello, liderada pelo diretor técnico Simone Resta, até a sua saída que ocorreu neste ano.

Gene Haas comentou as mudanças sofridas pela Haas: “Gostaria de começar estendo os meus agradecimentos a Günther Steiner por todo o seu trabalho árduo na última década e desejo-lhe felicidades para o futuro.”

“Segundo enfrente como equipe, ficou claro que precisamos melhorar nosso desempenho na pista. Ao nomear Ayao Komatsu como chefe de equipe, colocamos fundamentalmente a engenharia no centro de nossa gestão”, comentou Haas.

“Tivemos alguns sucessos, mas precisamente ser consistentes na entrega de resultados que nos ajudem a alcançar os nossos objetivos mais amplos como equipe. Precisamos ser eficientes com os recursos que temos, mas melhorar a nossa capacidade de design e engenharia é a chave para o nosso sucesso como equipe. Estou animado para trabalhar com Ayao e garantir fundamentalmente que maximizemos nosso potencial, isso realmente reflete meu desejo de competir adequadamente na Fórmula 1”, seguiu.

A Haas com Günther no comendo, também se mostrou uma equipe que ficou muito tempo presa aos mesmos pilotos. No momento que optaram por escolher dois jovens competidores, os erros também pesaram muito no desenvolvimento da Haas. Com a invasão da Rússia à Ucrânia, precisaram substituir Nikita Mazepin, retiando todo o vínculo da Haas com uma empresa russa, além de resgatar Kevin Magnussen para retornar à equipe no início de 2022.

No meio de todos os enredos em complicações que a Haas se meteu, não é possível se esquecer do acordo de patrocínio fracassado entre Haas e Rich Energy que acompanhou a equipe durante a tumultuada temporada de 2019.

“Estou muito entusiasmado por ter a oportunidade de ser chefe de equipe na Haas. Estando no time desde sua estreia nas pistas em 2016, estou obviamente investindo em seu sucesso na Fórmula 1. Estou ansioso para liderar nosso programa e as diversas operações competitivas internamente para garantir que possamos construir uma estrutura que produza melhor desempenho na pista”, comentou Komatusu após a confirmação realizada pela equipe.

“No final das contas, somos uma empresa baseada em resultados e obviamente não temos sido competitivos o suficiente recentemente, o que tem sido uma fonte de frustração. Temos um apoio incrível da Gene e dos nossos vários parceiros – especialmente da MoneyGram, e queremos espelhar o seu entusiasmo com um produto melhorado e no caminho certo. Temos uma grande equipe de Kannapolis, Banbury e Maranello e juntos sei que podemos alcançar o tipo de desempenho que somos capazes.”

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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