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GP do Bahrein 2025: gama dura de pneus, calor e estratégia no Circuito do Sakhir

Dando continuidade para a rodada tripla, a próxima parada da Fórmula 1 é no Bahrein

A Fórmula 1 desembarca neste fim de semana no Bahrain, no Circuito do Sakhir, traçado esse que foi palco da pré-temporada.

Para a quarta etapa da temporada 2025, a Pirelli fornecerá a gama dura de pneus, formada pelos compostos C1 (duro – faixa branca), C2 (médio – faixa amarela) e C3 (macio – faixa vermelha).

Pneus escolhidos para o GP do Bahrein – Foto: Divulgação Pirelli

No evento deste fim de semana são esperadas temperaturas mais elevadas, diferente até mesmo das condições climáticas enfrentadas no final de fevereiro, quando a categoria visitou o circuito para a coleta de dados.

As temperaturas serão um ponto de atenção para os times, por conta do gerenciamento de pneus. As equipes também precisam ficar atentas ao nível de degradação dos compostos, por conta do asfalto abrasivo.

O desgaste e a granulação dos compostos geralmente não são os principais desafios no Bahrein. O fator decisivo é a degradação térmica, sobretudo nos pneus traseiros, que pode comprometer significativamente a performance ao longo das voltas. Controlar essa variável é fundamental para conquistar um bom resultado.

Duas das sessões de treinos livres são disputadas sob o forte calor do dia, o que dificulta a coleta precisa de dados e a preparação dos carros para as condições da corrida. Nesse contexto, o TL2 se torna a sessão mais valiosa para as equipes, já que acontece no mesmo horário da classificação e da prova, refletindo melhor o cenário real que os pilotos enfrentarão.

Considerada uma das pistas mais exigentes do calendário quando se trata de pneus, Sakhir coloca à prova especialmente a aderência em zonas de frenagem e tração. A evolução da pista no Bahrein tende a ser limitada, o asfalto, embora já antigo, segue bastante abrasivo devido ao tipo de agregado utilizado na sua composição. Isso garante boa aderência, mas a areia que constantemente é soprada para o traçado pode interferir no desempenho dos pneus.

No entanto, ao longo dos testes, os times focaram na utilização dos pneus duros da gama, dando uma atenção mais especial aos pneus C3 – que serão os macios deste fim de semana.

Esse é um momento importante para todas as equipes do grid, pois após os testes de pré-temporada, eles já introduziram algumas atualizações nos carros. Agora é o momento de fazer mais uma correlação dos dados e do que já foi trabalhado nos últimos circuitos.

As pressões mínimas para o início dos trabalhos no Bahrein foram ajustadas com base na análise dos dados coletados nos testes: 23 psi nos pneus dianteiros e 21 psi nos traseiros. Isso representa um aumento de 1 psi na frente e 2 psi atrás em relação à corrida de 2024, além de uma elevação de 0,5 psi em ambos os eixos na comparação com os testes realizados em fevereiro

O traçado usado pela Fórmula 1 tem 5,412 km de extensão e é composto por 15 curvas — sendo 9 para a direita e 6 para a esquerda.

Em 2024, o Bahrein foi palco da rodada de abertura da temporada, e como já é tradição no circuito de Sakhir, a estratégia de duas paradas foi amplamente adotada. Todos os pilotos realizaram pelo menos duas paradas durante a prova — alguns, como Nico Hülkenberg (Haas), por necessidade; outros, como Pierre Gasly (Alpine) e Logan Sargeant (Williams), por escolha estratégica, chegaram a parar três vezes.

Estratégia de pneus trabalhanda ao longo do GP do Bahrein de 2024 – Foto: reprodução Pirelli

Os compostos macios e duros foram os preferidos das equipes. A maioria largou com o C3 e utilizou dois jogos de C1 ao longo da corrida, reservados especificamente para a prova. A exceção ficou por conta da dupla da Red Bull, Max Verstappen e Sergio Pérez, que optou por trabalhar com o C3 no stint final — uma decisão que funcionou, pois existia ainda um gap para o restante das equipes do grid. A Racing Bulls tentou a mesma abordagem com Daniel Ricciardo, mas o australiano não conseguiu pontuar.

Para 2025, o cenário pode mudar. Com base no desempenho observado durante os testes de inverno e nas três primeiras etapas do ano, as novas especificações de pneus da Pirelli devem influenciar diretamente nas estratégias. Embora o C1 siga semelhante ao modelo anterior, o C2 e o C3 estão mais macios — e, o mais importante, os três compostos agora apresentam uma diferença de desempenho (delta) mais equilibrada.

Isso pode trazer o C2 de volta ao jogo como uma opção viável para a corrida, abrindo espaço para estratégias mais variadas, incluindo a possibilidade realista de apenas uma parada.

Programação – Horários da Fórmula 1 do GP do Bahrein – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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