O GP da Bélgica de 2009 marcou o momento em que a Fórmula 1 foi sacudida por um verdadeiro tsunami. A magnífica pista de Spa proporcionou uma prova emocionante desde a classificação, apresentando um pole inesperado: Giancarlo Fisichella da Force India, isso mesmo o romano teve a honra de colocar o carro da equipe indiana pela primeira vez na posição de honra, e o feito histórico foi conquistado na raça, nada de chuva ou punições aos favoritos, a Force India foi de fato o carro mais rápido naquele sábado na Bélgica. E provando que aquele seria um GP especial a seu lado na primeira fila a Toyota de Jarno Trulli. Nick Heidfeld e Rubens Barrichello na segunda fila, Robert Kubica e Kimi Raikkonen na terceira. Vettel largaria em 8º, Webber em 9º, Hamilton em 12º e o líder do campeonato Jenson Button em um apagadíssimo 14º lugar. A última fila contava com Romain Grosjean e Luca Badoer.

Rubinho tinha tudo para encostar de vez em Button na disputa pelo título, mas como as coisas para o brasileiro sempre ganham contornos de dramaticidade, sua largada foi pífia, ficando parado e sendo superado por todo o pelotão. Raikkonen contornou a La Source em 3º, mas já na saída da Eau Rouge deixou a BMW de Kubica para trás. Na Les Combes Romain Grosjean toca em Jenson Button iniciando uma reação em cadeia que eliminou também Lewis Hamilton e o novato Jaime Alguersuari da Toro Rosso. Safety Car na pista por 4 voltas, na relargada Kimi Raikkonen aproveitou-se do KERS para superar a Force India de Giancarlo Fisichella. A prova de Spa apresentou várias disputas interessantes, com Barrichello precisando escalar o pelotão para recuperar o terreno perdido na largada.

Mas o destaque deste GP foi sem dúvidas Giancarlo Fisichella, que andou colado na Ferrari de Raikkonen a prova inteira, a Ferrari não abriu mais que 3 segundos de vantagem para a Force India, mas Kimi foi perfeito não permitindo uma chance sequer para a Fisichella tentar ultrapassa-lo. Venceu pela quarta vez em Spa, o primeiro triunfo rosso em 2009, Fisichella levou a Force India pela primeira vez aos pontos e ao podium, curiosamente foi o último GP de Fisico na equipe, pois a partir de Monza estava na Ferrari no lugar de Badoer. Vettel fechou o podium com a Red Bull após superar a dupla da BMW na estratégia. Ha 3 voltas do final quando atacava a McLaren de Kovalainen pela 6ª posição, o motor Mercedes da Brawn de Barrichello começou a fumar e o brasileiro precisou diminuir o ritmo, mas como tinha boa vantagem sobre Nico Rosberg da Williams garantiu os 2 pontos da 7ª posição. O carro chegou aos boxes literalmente pegando fogo. Em mais uma prova apagada Webber não pontuou novamente e o campeonato ficou assim: Jenson Button 72, Rubens Barrichello 56, Sebastian Vettel 53, Mark Webber 51,5. Nos construtores: Brawn 128 contra 104,5 da Red Bull.
Mas um tsunami atingiu em cheio a F1 com mais um escândalo extra pista, na volta 10 durante a transmissão da Rede Globo, o jornalista Reginaldo Leme falou em primeira mão que estava em curso a investigação sobre a trapaça que a Renault comandada por Flavio Briatore havia cometido no GP de Cingapura de 2008 pedindo que Nelsinho Piquet batesse deliberadamente na volta 14 para forçar a entrada do safety car e assim a estrela da equipe Fernando Alonso ganharia várias posições pois já havia feito sua parada duas voltas antes. Leme disse que a FIA já dispunha de provas que incriminavam Briatore e Pat Symonds. Galvão Bueno ficou estupefato não acreditando muito na história, Luciano Burti também não, mas infelizmente era verdade. O cingapuragate fez a Renault perder o patrocínio do banco ING após o GP da Itália, a Renault vender a equipe para o grupo de investimentos Geeni, Briatore ser banido da F1, Symonds idem, mas este conseguiu retornar anos mais tarde, e Nelsinho Piquet enterrar definitivamente suas chances na categoria.
Um Comentário