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FIA rejeita pedido de revisão da Ferrari e punição é mantida para Carlos Sainz

Carlos Sainz permanecerá com a punição recebida durante o GP da Austrália. A FIA não aceitou as evidências apresentada pela Ferrari

O pedido de revisão da punição recebida por Carlos Sainz no GP da Austrália não foi aceito pelos comissários. Nesta terça-feira a equipe teve a chance de defender a reabertura da investigação por meio de uma audiência virtual, mas por falta de novas evidências o pedido foi rejeitado.

A Ferrari teve a oportunidade de reabrir a investigação, mas precisava apresentar novas evidências para que os comissários avaliassem a situação e talvez o quarto lugar de Carlos Sainz fosse recuperado.

No GP da Austrália, Sainz se envolveu em um incidente com Fernando Alonso após a segunda bandeira vermelha, na ocasião o piloto da Ferrari não foi ouvido pelos comissários e recebeu a punição. Outros dois casos aconteceram após essa bandeira vermelha, como foi a colisão entre Pierre Gasly e Esteban Ocon, além daquela protagonizada por Logan Sargeant e Nyck De Vries, mas nenhum desses outros pilotos foi punido. Sainz perdeu o quarto lugar pois aplicaram uma punição de cinco segundos e por conta da proximidade do grid, Sainz caiu para o décimo segundo lugar.

Nesta audiência a Ferrari apresentou evidências, como a telemetria do carro, a declaração de Carlos Sainz e as declarações – pós corrida de outros competidores, incluindo o depoimento de Alonso, mas os comissários rejeitaram o material apresentado pela Ferrari pois não eram nada além do que ficou conhecido sobre o caso.

4 – GP AUSTRALIA F1/2023 – DOMENICA 02/04/2023 credit: @Scuderia Ferrari Press Office

“Não há nenhum elemento novo significativo e relevante que não estivesse disponível para as partes que buscam a revisão em momento da decisão em causa. A petição é, portanto, indefinida.”

A Ferrari também informou que havia um precedente para que essas evidências fossem consideradas novas, apontando a decisão dos comissários sobre uma petição da Force India que buscava o direito de revisão como um precedente por conta do depoimento do piloto e telemetria, sendo algo relevante como um ‘novo elemento significativo’. Porém, em análise os comissários apontam que as situações eram bem diferentes, a audiência com a Force India ocorreu depois, pois o piloto em questão não estava disponível para prestar esclarecimentos.

O time italiano usou o incidente que ocorreu no GP do Canadá 2014 entre Sergio Pérez e Felipe Massa. O mexicano não estava disponível para falar com os comissários pois precisou ser encaminhado ao hospital após a colisão. A punição foi aplicada e a audiência de revisão foi concedida, com a explicação de Pérez contando como uma nova evidência que eles não tinham acesso após o incidente que ocorreu.

“Consideramos desnecessário ouvir Sainz o ouvir qualquer outro piloto para decidir que ele foi totalmente culpado pela colisão. Uma decisão que nós, e outros comissários adotamos rotineiramente e somos encorajados a adotar quando a causa da colisão é clara e há uma necessidade de punição de tempo ser aplicada o mais rápido possível”, afirmaram em comunicado.

Os dados da telemetria também não foram aceitos, pois os comissários têm acesso a uma quantidade considerável de informações da telemetria para tomar as suas decisões. A questão relacionada a frenagem e os pneus frios também não foi considerado.

“Existem dois pontos. Primeiro, mesmo que isso seja verdade, a apresentação da telemetria mostra sua frenagem, e o ponto não é elemento novo significativo para o efeito do Art. 14. Em segundo lugar, as condições de pista e dos pneus eram algo que todo competidor precisava levar em conta e se adaptar. Ao tentar frear tarde durante a corrida Gasly, assumiu o risco que ele, como piloto, perderia o controle do carro. Neste caso, esse risco materializou-se, como a consequência de uma colisão que se seguiu, para a qual se segue uma penalidade.”

A grande questão que atualmente é debatida pelos pilotos e equipes – é a dificuldade de os comissários aplicarem punições semelhantes para fatos que são bem próximos, como a punição que não ocorreu para Gasly ou Sargeant no mesmo evento.

A Ferrari se pronunciou através de comunicado, reconhecendo a decisão, mas estava desapontada pelos comissários não considerarem os dados oferecidos pela equipe como evidências significativas.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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