Nesta sexta-feira (19) a FIA definiu a decisão do incidente entre Max Verstappen e Lewis Hamilton durante o GP de São Paulo, colocando um ponto final na história que começou no último domingo. As imagens do incidente demoraram para ser entregues para a FIA pela Red Bull, depois que elas foram reveladas, a Mercedes entrou com um recurso, mas a direção de prova manteve a decisão tomada e isentou o holandês de uma punição.
Na volta 48, Verstappen espalhou o carro para cima do rival, tentando se defender de uma tentativa de ultrapassagem de Hamilton na Descida do Lago. Os pilotos foram para uma área de escape asfaltada, Hamilton também ficou sem espaço, mas se fosse um traçado mais apertado, certamente um deles teria batido. Dez voltas após o incidente Hamilton concluiu a ultrapassagem em Verstappen para vencer o GP de São Paulo com mais de dez segundos de vantagem.
O incidente foi anotado pelos comissários, pois eles extravasaram os limites de pista, mas optaram por não tomar nenhuma decisão.
Na coletiva de imprensa dada nesta quinta-feira, diversos pilotos foram perguntados sobre o incidente, alguns acreditam que as avaliações da FIA precisam ser revistas, pois estão dando o mesmo peso para as punições. A decisão de não punir Verstappen abre procedente para que outros pilotos façam o mesmo tipo de manobra nas próximas corridas e busque se amparar neste lance para não ter uma punição.
A decisão de não punir, vem após um final de 2020 e início de 2021 onde várias punições foram aplicadas, os pilotos querem mais consistência nas decisões.
A equipe alemã tentou fazer o holandês ser punido, uma reunião foi realizada na quinta-feira (às 11 de Brasília) por videoconferência, os membros da Mercedes e Red Bull apresentaram os seus materiais para buscar uma forma de encerrar a história. Nesta sexta-feira eles tiveram uma nova reunião para determinar a decisão, o novo documento aponta que não haverá uma punição para Verstappen.
“Os comissários receberam um pedido de revisão da Mercedes, apoiado no Art. 14 do Código Esportivo Internacional da FIA. O pedido de revisão feito contra uma decisão dos comissários só pode ser garantido se efetivamente demonstrar que um significativo e relevante novo elemento foi descoberto e que não estava disponível para as partes visualizarem no momento que a decisão foi tomada”, informa o comunicado.
“Se eles [comissários] sentissem que havia a necessidade da câmera onbord frontal ou da 360° para tomar uma decisão, teriam deixado o incidente sob investigação, optando por punir ou não após a corrida. Mas eles não viram essa necessidade.”
“Os comissários declaram que as imagens não mostram nada excepcional ou que seja particularmente diferente de outros ângulos disponíveis para eles naquele momento, nem mesmo algo que mude a decisão em particular baseada nas imagens disponíveis”, informou a FIA.
“Diferente do caso da Áustria em 2020, no julgamento dos comissários, não há nada no registro que mude fundamentalmente os fatos. Desta forma, isso não mostra nada que já não tenha sido considerado pelos comissários. Determinamos que o registro não é significante”, finaliza o documento da FIA.
Os comissários viram que as imagens são relevantes e novas, mas que não contribuem para mudar a sua decisão.
Portanto a decisão foi mantida, Verstappen não será punido. Entretanto, isso não diminuiu a disputa entre Mercedes e Red Bull, os dois times estão tentando de todas as formas ter alguma vantagem no campeonato.
Right to review denied #F1. pic.twitter.com/vvyikrDr6S
— Jennie Gow (@JennieGow) November 19, 2021