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Ferrari erra estratégia e abre passagem para sucesso de Red Bull e Mercedes

A Ferrari começou o GP usando uma estratégia semelhante a da Mercedes, mas se perdeu pelo caminho e usou os pneus duros no carro de Charles Leclerc

A Fórmula 1 disputou a 13ª etapa na Hungria, em uma corrida bem movimentada, mesmo ao ser realiza em um circuito travado.

Um dos pontos mais importantes neste traçado é realização de uma boa classificação, mas quando uma estratégia é bem executada ela pode salvar a corrida de um piloto. Foi exatamente o que aconteceu com Max Verstappen, o piloto holandês que largou da 10ª posição conseguiu vencer a corrida.

As estratégias na Hungria não são bem estabelecidas, desta forma é possível realizar tanto uma corrida com uma parada, com uma prova com duas paradas. Em 2022, por conta do desgaste dos compostos e da forma como fim de semana foi traçado, grande parte das equipes apostou na estratégia de duas paradas.

Verstappen começou a corrida com os pneus macios, logo ganhou duas posições e começou a travar duelos na pista para escalar o pelotão. O holandês realizou a sua primeira parada durante a volta 16, instalou os médios e seguiu. Verstappen foi chamado aos boxes novamente na volta 38, para trocar os pneus médios por outro jogo de médios – neste momento o piloto abandonou um confronto com Carlos Sainz para colocar pneus novos.

A estratégia de Verstappen funcionou muito bem, pois a Ferrari cometeu um erro grave com Leclerc. Na ‘afobação’ da segunda parada, a Ferrari optou por pneus duros, depois de fazer um segundo stint curto com os pneus médios, fugindo do que era esperado, principalmente quando apostou em uma segunda parada – onde deveria ter usado os pneus macios para o trecho final da corrida. A estratégia com os pneus duros era para aqueles times que apostaram em uma corrida com uma única parada desde o começo.

A Ferrari contava com dois pneus médios no começo da prova, mas foram desperdiçados em stints curtos – Foto: reprodução Pirelli

Como os compostos de faixa branca não aqueciam de forma adequada, Leclerc começou a perder desempenho na pista. A Ferrari precisou apostar em uma nova parada, pois o monegasco corria o risco de perder ainda mais posições ou até mesmo abandonar a corrida. Em uma terceira parada não programada Leclerc instalou pneus macios para encerrar a corrida (como deveria ter apostado desde o prinício). A Ferrari tentou inovar na estratégia, mas não tinha necessidade nenhuma, pois precisavam fazer apenas o básico. A própria Pirelli descartava o uso dos pneus duros durante o GP da Hungria – levando em consideração as baixas temperaturas.

A Red Bull fez o que era esperado, parou quando deveria e trabalhou em uma estratégia de duas paradas usando os pneus macios e médios. Sem surpresas, Verstappen recuperou posições no primeiro trecho da corrida usando os compostos macios e contando com mais aderência, depois partiu para os médios, podendo exigir mais dos pneus, com o tanque mais baixo.

A estratégia da Ferrari ainda fez o time perder um pódio que era certo. Seguraram Carlos Sainz nos boxes na primeira troca de pneus, o espanhol retornou atrás do companheiro de equipe. A segunda parada também foi igualmente desastrosa com a substituição do pneu traseiro esquerdo. Sainz ficou vendido na pista, perdendo a posição para Lewis Hamilton e a Ferrari deu uma nova chance para a Mercedes faturar uma dobradinha.

A Mercedes também apostou em uma estratégia de duas paradas. Hamilton largou com os pneus médios (como a dupla da Ferrar), fez um novo stint de médios e usou os pneus macios para a fase final. O piloto conquistou boas posições na largada e tinha um bom ritmo – talvez se tivesse mais tempo poderia ameaçar Vestappen que estava com pneus médios mais velhos.

A estratégia com duas paradas era a mais indicada, principalmente para fugir do uso dos pneus duros – Foto: reprodução Pirelli

George Russell foi na zona de segurança fazendo uma estratégia semelhante a adotada por Verstappen. O piloto não conseguiu resistir as investidas de Hamilton, mas terminou a corrida no pódio.

Apenas os pilotos da Alpine apostaram em uma estratégia de apenas uma parada, a equipe estava segura de que essa era a melhor opção, mas na realidade foi a única que restou para Esteban Ocon e Fernando Alonso. Os dois pilotos do time francês contavam apenas com um jogo de pneus duros e médios para a prova, enquanto todos os seus compostos macios disponíveis eram usados.

Em uma corrida onde Valtteri Bottas não completou a prova outra vez, a Alfa Romeo também tinha arriscado na estratégia de apenas uma parada, mas o piloto finlandês abandonou a prova nas últimas voltas – enquanto não tinha chances de pontuar pois fora superado pela dupla da Aston Martin.

Os Pneus da Rodada

Durabilidade de cada um dos compostos usados durante a prova – Foto: reprodução Pirelli

C2 (duro – faixa branca): esses pneus não eram adequados para a corrida, por conta da baixa temperatura, o seu aquecimento se tornava bem complicado. Na sexta-feira quando as avaliações dos pneus começaram, alguns pilotos reclamaram da baixa aderência fornecida por eles – ao mesmo passo que alguns competidores também enfrentaram dificuldade com os pneus médios.

Para times como Alpine e Alfa Romeo que não reservaram um segundo jogo de pneus médios para a corrida, a única alternativa vou partir para uma corrida de apenas uma parada. Fernando Alonso e Esteban Ocon perderam terreno durante a prova, assim como Valtteri Bottas que foi superado pela dupla da Aston Martin.

Alonso completou 48 voltas com os pneus duros;

C3 (médio – faixa amarela): combinados em uma estratégia com os pneus macios, eram os pneus mais adequados para o domingo na Hungria. Feliz foram aqueles times que pensaram em poupar esse composto para o domingo. Os pneus médios foram bem eficientes e os próprios pilotos da Ferrari reconheceram que esse composto era o que fornecia o melhor ritmo em seu carro.

Sendo uma pista onde as estratégias não estão bem definidas, mas a combinação médio e macio funciona, o mais prudente seria guardar mais desses pneus para o domingo. A estratégia com os pneus médios foi a mais utilizada. Alguns pilotos do pelotão realizaram um stint com 32 voltas usando os pneus médios;

C4 (macio – faixa vermelha): na Fórmula 2 tivemos uma alta taxa de degradação dos compostos, desta forma as estratégias na Fórmula 1 foram muito questionadas. Antes do início da corrida a Pirelli acreditava que a melhor estratégia para o domingo envolvia duas paradas, garantindo a segurança e eficiência dos pneus.

Os compostos macios funcionaram bem no começo da prova, mesmo com os carros mais pesados. Por outro lado, aqueles que começaram a corrida com os pneus médios, tiveram a oportunidade de fazer a estratégia inversa e contar com os pneus macios para o final da prova.

Alexander Albon que completou a prova usando os pneus macios, fez 29 voltas com os pneus mais macios da gama.

Vale lembrar que ao longo da prova tivemos algumas voltas sendo completas com a presença da garoa no asfalto, algo que dificultou ainda mais a dirigibilidade daqueles que apostaram nos pneus mais duros. Os pneus de chuva não foram usados durante a prova.

A Fórmula 1 realiza uma breve pausa de três semanas, retornando no final de agosto disputar o GP da Bélgica.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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