No começo da temporada a Red Bull apresentou alguns problemas de confiabilidade, totalizando três abandonos, dois de Max Verstappen e um de Sérgio Pérez. O time austríaco era uma dúvida no campeonato pelas quebras, enquanto a Ferrari apareceu com um carro forte e veloz. Após a disputa da 8ª prova da temporada, Charles Leclerc abandonou pela segunda vez, além de perder uma vitória por erro da Ferrari. Carlos Sainz chegou ao seu terceiro abandono.
Durante o GP do Azerbaijão, a falta de confiabilidade do motor da Ferrari falou mais alto, além dos abandonos de Sainz e Leclerc, Zhou Guanyu e Kevin Magnussen também não completaram a corrida – os dois pilotos usam os motores da Ferrari por conta dos acordos que Alfa Romeo e Haas tem com a fornecedora italiana.
Como a prova no Canadá será disputado neste fim de semana, a Ferrari ainda não conseguiu responder as suas dúvidas relacionadas aos problemas na unidade de potência, mas é algo que precisa ser investigado, pois as suas clientes também estão no mesmo barco.
“Nos ainda precisamos analisar e entender. Os dois carros tiveram problemas diferentes: Com Carlos, vamos olhar o sistema hidráulico e esperamos identificar o problema. Com Charles, foi diferente, certamente relacionado ao motor, mas acho que é bem óbvio pela fumaça. É algo que nos tivemos no passado? Não tenho certeza, mas pode ser. Vamos verificar também o que aconteceu com nossas equipes clientes”, disse o chefe da equipe Ferrari, Mattia Binotto, após o GP do Azerbaijão.
Quando rodadas duplas são realizadas, fica um pouco mais complicado para os times analisarem o que está acontecendo. Neste momento a Ferrari ainda não divulgou um plano de ação para resolver as falhas e neste jogo o time segue perdendo pontos valiosos para o campeonato, comprometendo a busca de Charles Leclerc pelo seu primeiro título.
A Ferrari tinha uma boa unidade de potência em 2021, algo que fez a equipe ganhar fôlego ao final da temporada, principalmente para brigar diretamente com a McLaren pela terceira posição do Campeonato de Construtores. Outro ponto, é que durante os testes de pré-temporada, a unidade de potência da Ferrari passou ilesa, mas naquele momento acreditava-se que eles ainda não estavam trabalhando com uma performance mais agressiva.
“Não posso culpar a equipe porque sei o quanto eles trabalharam para resolver o déficit de desempenho do passado. É uma longa jornada. Ainda há outro passo que é necessário agora, o trabalho não está terminado, pois vamos fazê-lo. Prefiro ter o bom desempenho e tentar consertar a confiabilidade”, afirmou Binotto.
As fornecedoras de motor não podem mais mudar as especificações de algumas peças do motor por conta do congelamento das unidades de potência, mas a Ferrari ainda pode tentar melhorar alguns pontos da confiabilidade, mas seguindo o que é estipulado pelo regulamento. Parece razoável a Ferrari ter investido para conseguir a potência necessária e se aproximar de Red Bull e Mercedes, para depois trabalhar com as questões de confiabilidade, mesmo que isso provoque alguns abandonos.
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O jornalista Michael Schmidt do site Auto Motor Und Sport explicou: “O motor de combustão [interno] foi congelado ao final de fevereiro e o sistema híbrido deve ser homologado no final de setembro, era óbvio para a Ferrari focar primeiro no desenvolvimento de potência e desempenho. Eles queriam cuidar da confiabilidade mais tarde, se fosse necessário. Os regulamentos permitem que sejam feitas correções se você provar à FIA, é tudo uma questão de garantir a confiabilidade.”
A Ferrari terá que negociar com a FIA para realizar essas modificações na parte de confiabilidade. O time, assim como outras equipes pelo grid já apostavam na necessidade de introduzir um quarto motor antes do encerramento da temporada, então compreendiam a necessidade de lidar com punições.
O regulamento atual permite que atualizações nos componentes ERS e MGU-K podem ser atualizados durante o ano, mas o congelamento acontecerá em setembro.
Assim como muitas coisas nesta temporada, os times estão fazendo um certo mistério, principalmente porque alguns comentários podem colaborar com o avanço de outras equipes, então existem poucos dados sobre os reais problemas ou como a equipe está trabalhando com os motores.
Na Espanha Leclerc abandonou por um problema no turbocompressor e MGU-H, enquanto Haas e Alfa Romeo lidaram com falhas no MGU-K. Binotto ainda não sabe informar se o problema é interno ou do sistema de recuperação de energia.
Situação dos Motores no GP do Azerbaijão
Piloto | Equipe | ICE | TC | MGU – H | MGU-K | ES | CE | EX |
George Russell | Mercedes | 2 | 2 | 2 | 2 | 1 | 1 | 2 |
Lewis Hamilton | Mercedes | 2 | 2 | 2 | 2 | 1 | 1 | 2 |
Max Verstappen | Red Bull | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 2 |
Sergio Pérez | Red Bull | 1 | 2 | 2 | 1 | 1 | 1 | 3 |
Charles Leclerc | Ferrari | 2 | 2 | 2 | 2 | 1 | 1 | 3 |
Carlos Sainz | Ferrari | 2 | 2 | 2 | 2 | 1 | 2 | 3 |
Daniel Ricciardo | McLaren | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 |
Lando Norris | McLaren | 2 | 2 | 2 | 2 | 1 | 1 | 2 |
Fernando Alonso | Alpine | 4 | 4 | 4 | 4 | 3 | 3 | 4 |
Esteban Ocon | Alpine | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 |
Pierre Gasly | AlphaTauri | 3 | 3 | 3 | 3 | 2 | 2 | 5 |
Yuki Tsunoda | AlphaTauri | 3 | 3 | 3 | 3 | 1 | 1 | 3 |
Lance Stroll | Aston Martin | 1 | 1 | 1 | 1 | 2 | 1 | 1 |
Sebastian Vettel | Aston Martin | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 |
Alexander Albon | Williams | 1 | 1 | 1 | 1 | 2 | 2 | 1 |
Nicholas Latifi | Williams | 1 | 1 | 1 | 1 | 2 | 1 | 1 |
Valtteri Bottas | Alfa Romeo | 2 | 3 | 3 | 2 | 1 | 2 | 4 |
Zhou Guanyu | Alfa Romeo | 2 | 2 | 2 | 2 | 1 | 1 | 3 |
Kevin Magnussen | Haas | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 3 |
Mick Schumacher | Haas | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 3 |