O GP da Inglaterra foi marcado por episódios de chuva ao longo do fim de semana, mas deixou o domingo livre para que os times tivessem a oportunidade de estabelecer as suas estratégias e brigar de forma livre.
Alguns pilotos concluíram a corrida fazendo o uso de três paradas – uma delas acontecendo durante a bandeira vermelha provocada após a primeira volta. A forma como os times lidaram com o restante da corrida chamou a atenção, lembrando de certa forma as opções que tomaram no GP de 2021, quando Lewis Hamilton e Max Verstappen se encontraram, determinando então o regime de bandeira vermelha.
O Safety Car provocado pelo abandono de Esteban Ocon, deu a oportunidade de mais uma vez presenciarmos uma prova sprint. Os pilotos que restaram no grid, com exceção de Charles Leclerc pararam nos boxes e substituíram os seus pneus por compostos macios para completar a corrida.
Carlos Sainz venceu a prova depois de muita insistência, o espanhol precisou negociar com a Ferrari e lidar com as investidas de Charles Leclerc. No começo da prova o espanhol foi desafiado por Max Verstappen e ao final da corrida Lewis Hamilton entrou na somatória desta questão. Com os pneus macios fornecidos no período de Safety Car, Sainz conseguiu ultrapassar o companheiro de equipe, assumiu a liderança e desapareceu na frente, deixando então os outros competidores duelando pela definição do grid.
No pós-corrida Mattia Binotto declarou que não poderia fornecer uma parada adicional para Leclerc, pois o piloto naquele momento era líder da corrida e ao seguir para os boxes correria mais riscos. A Ferrari optou por não arriscar um pit-stop duplo, pois os dois carros tinham condições de levar pontos para casa, desta forma trocaram apenas os pneus de Sainz, como Leclerc estava com os compostos duros, poderia ao menos tentar se defender.
O monegasco terminou a prova lutando, travou disputas com Sainz, Pérez e Hamilton, mas em um momento o seu pneu mais duro parou de responder – algo que já era esperado – e ele então foi ultrapassado, terminando a prova na quarta posição.
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O Safety Car do final da prova foi crucial para a Red Bull com Sergio Pérez, pois o piloto trocou os pneus médios para os macios, cumprindo então a regra de usar dois compostos diferentes na prova. O mexicano foi acertado por Leclerc no começo da corrida, realizou uma parada durante a quinta volta para substituir a asa dianteira e instalou outra vez um jogo de pneus médios. O mexicano foi escalando o pelotão, mas tinha que fazer a parada obrigatória, então o Safety Car de provocado por Ocon colaborou para a sua troca de pneus e também deu a oportunidade para que ele brigasse pelo pódio.
Por outro lado, a McLaren não foi tão esperta no Safety Car, deixou para trocar os pneus de Norris uma volta depois que o carro de segurança fora ativado, mas de qualquer fora o britânico permaneceu na zona de pontuação, mas perdeu uma posição para Fernando Alonso.
Diante de todas as adversidades a dupla da Haas conseguiu realizar ultrapassagens e se recuperar na corrida após uma classificação desastrosa. Mick Schumacher enfrentou Max Verstappen na fase final da prova, mas conseguiu garantir os seus primeiros pontos na Fórmula 1 depois de terminar a corrida na oitava posição. Kevin Magnussen foi o décimo colocado. Para Schumacher a Haas seguiu o fluxo e acompanhou as escolhas do restante do pelotão, enquanto o dinamarquês terminou a prova com apenas duas paradas (uma delas na bandeira vermelha).
Os pneus da rodada
Na classificação os pilotos usaram com exclusividade os pneus intermediários por conta da chuva que estava indo e voltando ao longo da sessão. Para a corrida a previsão de um dia sem chuva se fez presente, desta forma os times ficaram livres para traçar as suas estratégias com os pneus slick da gama. Todos os tipos de pneus disponíveis para o evento foram utilizados.
C1 (duro – faixa branca): esse pneu mais durável marca as escolhas estratégias em Silverstone, a pista conta com um asfalto bem abrasivo, desta forma acaba cobrando o desempenho dos pneus macios rapidamente.
Não era o composto ideal para uma largada, pois ele demora a fornecer uma resposta, fazendo o piloto que opta por ele perder posições, pois ele demora para atingir a temperatura ideal. George Russell foi o único que começou a corrida usando-os e isso custou a sua prova, o piloto foi atingido por Pierre Gasly depois da largada, pois perdeu performance no grid de largada. Se mostrou uma escolha ruim para um piloto que estava no meio do pelotão e claramente tinha um carro veloz e com boas oportunidades para brigar em pista.
Russell abandonou a prova, mas foi de uma forma nobre, pois o piloto decidiu checar se Zhou Guanyu estava bem após o acidente. O britânico tinha deixado o carro funcionando, esperando avisar a equipe de Zhou que estava tudo bem e retornar para a pista e levar o carro aos boxes, mas infelizmente os fiscais de pista já tinham começado a operação para recolher o W13.
Os pneus duros também foram usados após a substituição dos pneus médios, em uma tentativa de instalar os compostos duros e não parar mais. Apenas Sergio Pérez, Sebastian Vettel, Kevin Magnussen e Nicholas Latifi não adicionaram os pneus duros em sua estratégia;
C2 (médio – faixa amarela): esse pneu se mostrou uma boa opção para a largada, fornecia durabilidade e aderência. Como o início da prova foi semelhante à do ano passado, mesmo completando apenas uma volta com eles, os cinco primeiros colocados substituíram os seus pneus médios novos, por um outro jogo de pneus médios. Verstappen que largou com os macios, na segunda relargada optou pelos médios, assim como Magnussen e Stroll.
Esse foi o pneu principal da prova, aquele composto que os times ampararam as suas estratégias, buscando uma forma de permanecer na pista, mas também ter a oportunidade de disputar posições em pista. Na segunda relargada, com Verstappen e Sainz começando a prova com os pneus médios, os pilotos ficaram em pé de igualdade. Pérez e Norris foram os pilotos que mais completaram voltas com esse pneu – 34 para cada um deles.
Também foi o composto usado por Hamilton durante boa parte das suas voltas rápidas, o piloto inglês falou várias vezes que estava confortável com a sua utilização e conseguiu uma rápida aproximação para disputar diretamente com a dupla da Ferrari;
— Mercedes-AMG PETRONAS F1 Team (@MercedesAMGF1) July 3, 2022
C3 (macio – faixa vermelha): Max Verstappen optou por esse pneu na primeira largada, ele colaborou para auxiliar o holandês a assumir a liderança da prova rapidamente. Por outro lado, na segunda relargada ele abandonou esses compostos e passou a trabalhar com os médios, assim como os primeiros colocados do grid.
Alguns pilotos optaram por esse composto para a largada, contando com a possibilidade de realizar ultrapassagens. Para o começo da corrida eles eram bons, mas também se degradavam mais. Após o Safety Car foram uma boa aposta para todos que optaram por eles.
Os pneus macios até se comportaram bem em Silverstone, mesmo em uma pista tão abrasiva. Esteban Ocon conseguiu completar 21 voltas neste tipo de pneu no começo da prova, contra 27 completadas por Charles Leclerc usando os compostos médios.
“Primeiro e mais importante, estamos todos incrivelmente aliviados e agradecidos que os pilotos envolvidos no assustador acidente na primeira volta estejam bem: uma prova dos incríveis padrões de segurança do esporte. Depois disso, vimos uma das corridas mais emocionantes da memória recente, com batalhas por todo o campo e a estratégia de pneus fornecendo um elemento-chave. Para quem ainda pergunta se o novo pacote de carros e pneus de 2022 melhorou o show e ajudou nas ultrapassagens – aqui está sua resposta!”, disse Mario Isola da Pirelli.