No GP do Catar Lewis Hamilton está usando o seu capacete como uma forma de protesto, o roxo do seu layout tradicional está dividindo espaço com as cores do arco-íris, a bandeira é usada como símbolo da comunidade LGBTQIA+. A Fórmula 1 desembarcou pela primeira vez no Catar, mas o país considera a homossexualidade um crime.
Durante os dois treinos livres que foram realizados nesta sexta-feira, Hamilton exibiu o novo layout, passando a mensagem de apoio à diversidade. O inglês falou sobre o tema antes do início das atividades, ele acredita que as competições esportivas quando vão para estes locais, tem o dever de falar sobre estas questões e lutar pelos direitos iguais.
Sabemos que a Fórmula 1 tem visibilidade e um impacto muito grande ao redor do mundo, desta forma não é mais possível ignorar que coisas deste tipo ainda acontecem em vários países, não é uma exclusividade do Catar.
Nesta reta final do campeonato a Fórmula 1 passa pelo Catar e Jeddah na Arábia Saudita, locais onde a homossexualidade é crime. A categoria também tem em seu calendário regular outros países que também têm o mesmo pensamento. Em uma matéria da BBC eles listam 69 países no mundo que possuem leis que criminalizam a homossexualidade.
“Eu acho que, conforme esses esportes vão para esses lugares, eles têm o dever de aumentar a conscientização para essas questões e esses lugares precisam de escrutínio e precisam da mídia para falar sobre essas coisas”, disse Hamilton na quinta-feira.
O Catar estará de forma regular no calendário da categoria a partir de 2023, com contrato que tem duração de 10 anos. Quando a prova foi escolhida vários fãs discutiram sobre o assunto. Além disso a comunidade está cada vez mais se questionando sobre o fato da Fórmula 1 escolher territórios assim para fazer as suas provas, entretanto a resposta nós temos: o dinheiro fala mais alto.
“Eu simplesmente sinto que se estamos indo para esses lugares, precisamos melhorar a situação”, disse Hamilton na coletiva.
Na parte traseira do capacete, Hamilton está carregando “We Stand Together” ou “Estaremos juntos” em tradução livre. O capacete foi projetado pelo designer brasileiro Raí Caldato e ele optou pelo arco0íris de Daniel Quasar, um artista não binário.
First look at LH’s new lid. 🌈😍 pic.twitter.com/kpS2YwkKyJ
— Mercedes-AMG PETRONAS F1 Team (@MercedesAMGF1) November 19, 2021
O Catar está no centro de inúmeras violações dos direitos humanos, além do tratamento com trabalhadores que estão realizando as obras para o recebimento da Copa do Mundo de 2022. Ocorreram várias denúncias de violações como trabalhar por longos turnos e só receber US$ 2 a hora relatou o jornal The Guardian.
A Anistia Internacional qualifica a situação dos direitos humanos como “extremamente problemática”, no País que além de receber a Fórmula 1 também será sede dos jogos da Copa do Mundo em 2022.