As férias de verão da Fórmula 1 estão sendo agitadas, ainda existem algumas vagas no grid e realmente a aposentadoria de Sebastian Vettel gerou uma grande movimentação. O próximo passo do Efeito Borboleta foi a confirmação de Fernando Alonso confirmado para guiar pela Aston Martin no próximo ano, enquanto a Alpine provavelmente perdeu o prazo para definir Oscar Piastri em seu time.
A contratação de Alonso foi definida durante o GP da Hungria, quando o espanhol notou uma vaga dando sopa deixada por Vettel. Alonso que já tinha contato com Lawrence Stroll se aproveitou da necessidade do time precisar de um piloto com nome forte para o próximo e conseguiu negociar um contrato mais longo; algo maior do que conseguiria com a Alpine, mas importante para um piloto de 41 anos.
Quem tem vaga definida para o próximo ano?
Alfa Romeo: Valtteri Bottas (múltiplos anos);
Alpine: Esteban Ocon até 2024;
AlphaTauri: Pierre Gasly (2023);
Aston Martin: Fernando Alonso e Lance Stroll;
Ferrari: Charles Leclerc e Carlos Sainz até 2024;
Haas: Kevin Magnussen (múltiplos anos);
Red Bull: Max Verstappen (2028) e Sergio Pérez (2024);
McLaren: Lando Norris (2025). O contrato de Daniel Ricciardo é até 2023, mas entrou na disputa após Oscar Piastri;
Mercedes: Lewis Hamilton (2025) e George Russell (múltiplos anos);
Williams: Alexander Albon (múltiplos anos);
A aposentadoria de Vettel e o contrato de Alonso eram a aposta de uma movimentação no grid, porém gerou uma instabilidade no ar e o caos foi instaurado. A Alpine confirmou às pressas Oscar Piastri, piloto que deveria substituir Fernando Alonso, mas aquele que faz parte da academia de jovens do time francês negou pouco tempo depois.
A Alpine que foi surpreendida pela confirmação de Alonso na Aston Martin, tentou agir rapidamente, mostrando que com a vaga deixada pelo espanhol automaticamente Piastri era parte do time na próxima temporada.
I understand that, without my agreement, Alpine F1 have put out a press release late this afternoon that I am driving for them next year. This is wrong and I have not signed a contract with Alpine for 2023. I will not be driving for Alpine next year.
— Oscar Piastri (@OscarPiastri) August 2, 2022
Tudo indica que Mark Webber negociou um contrato com a McLaren para Piastri, quando notou que o time Papaya estava buscando um substituto para Daniel Ricciardo. Outro detalhe é que a Alpine parecia inclinada a renovar com Alonso por mais uma temporada, deixando o piloto da sua academia por mais um tempo em stand by e notando isso o empresário do piloto resolveu agir.
Ricciardo afirmava veementemente que guiaria pela McLaren no próximo ano, mas por não estar entregando a performance que era esperada pelo time, a equipe Papaya avaliou as opções que tinha para o próximo ano. O cenário que temos agora é de uma alteração na configuração dos pilotos da McLaren para o próximo ano, em uma dupla formada por Lando Norris e Oscar Piastri.
A Alpine está disposta a brigar por Piastri no Supremo Tribunal , mas provavelmente não para ter o piloto ao lado de Esteban Ocon, mas buscando algum ‘ressarcimento’ pela perda.
“Já temos praticamente 90 de certeza que iremos ao Supremo Tribunal”, informou o chefe de equipe da Alpine, Otmar Szafnauer à agência de notícias Reuters. Além disso ele informa que a Alpine entrou em contato com o Conselho de Reconhecimento de Contratos da Fórmula 1 na semana passada, mas é possível que isso se estenda por mais um tempo.
“Se o CRB disser ‘sua licença só é válida na Alpine’ e então ele [Oscar Piastri] disser ‘ok, mas não vou pilotar nunca para eles, vou ficar de fora um ano’ então você precisa ir ao Supremo Tribunal para obter uma compensação”, afirma Szafnauer.
A Alpine realizou um investimento em Piastri, mas além do dinheiro, também existe o tempo. O australiano cresceu rapidamente nas categorias de base, com três campeonatos na sequência, algo que acabou afetando o planejamento de encaixar Piastri na equipe, quando ele deveria ter passado mais tempo em preparação na base.
Piastri atuou nesta temporada como piloto de testes e reserva, mas também esteve realizando testes privados. Exima-se que hoje só uma unidade de potência na F1 seja avaliada em cerca de 1,75 milhão de euros e há também a despesa com uma equipe destinada aos testes, além do deslocamento e outros gastos para realizar uma sessão em outro país, com um carro antigo.
Otmar afirma que Piastri assinou um contrato em novembro do ano passado para a sua estreia na F1 em 2023, um acordo que possibilitaria o seu empréstimo a outra equipe por um ano. O australiano poderia guiar pela Williams ocupando a vaga de Nicholas Latifi, pois Alonso renovaria com a equipe francesa. Ao tentar ficar com os dois pilotos, a Alpine claramente não contava com a mudança do espanhol para o time rival.
E Ricciardo?
Foram dois longos anos para a McLaren, o time não tinha o melhor carro do grid, mas se viu perdendo o 3º lugar no Campeonato de Construtores em 2021 para a Ferrari, enquanto neste ano está em briga direta com a Alpine pelo 4º lugar. Daniel Ricciardo era uma aquisição muito desejada pelo time, mas o australiano não se adaptou aos carros da McLaren.
O piloto esperava guiar em 2023 pela equipe Papaya, mas agora pode estar sujeito a ficar fora do grid do próximo campeonato ou correr pela Alpine. Sabemos que mesmo um contrato já firmado não é a garantia de ter uma vaga definida.
O australiano planeja receber uma compensação financeira pelo rompimento do seu contrato. De acordo com o site RacingNews365, os representantes de Ricciardo estão em negociação com a McLaren para que o time pague US$ 21 milhões ao piloto.
A equipe de Woking não deve aceitar, por ser a primeira rodada de negociações, mas o time pode tentar abater o valor, colaborando para que Ricciardo não fique sem vaga no próximo ano – e usando isso como moeda de troca.
Ricciardo deixou a Renault para guiar pela McLaren mas pode retornar ao time francês. A Alpine está de olho no piloto pela sua experiência, mas também pode avaliar outros nomes que ainda não estabeleceram contratos. Alguns até colocam nessa roda um pouco mais de lenha na fogueira, como Pierre Gasly, pois o francês conta com uma cláusula no contrato onde só poderia deixar a AlphaTauri, por uma equipe que estivesse “melhor colocada” no Campeonato.
Muito se fala sobre os pilotos que a McLaren adquiriu na IndyCar e das ofertas de Zak Brown para negociar esses contratos, afinal, o CEO estaria ‘prometendo vagas na F1’, mas tudo indica ser apenas a possibilidade de realizar testes em um carro da categoria em um primeiro momento. No próximo ano a McLaren também competirá na Fórmula E.
A novela deve se arrastar por mais um tempo com novas suposições sobre o caso, pois existem várias nuances sobre essas movimentações. A grande pergunta é… Qual será o clima na Bélgica quando todos retornarem ao paddock?