A Fórmula E desembarcou na África do Sul preparada para uma grande corrida. A prova realizada neste sábado (25) contou com uma ultrapassagem realizada na última volta por Antonio Félix da Costa, garantindo uma vitória para o piloto português.
A disputa foi travada com Jean-Éric Vergne, piloto da DS Penske, mas que já foi companheiro de Da Costa na Techeetah. O português que neste ano defende a Porsche realizou uma corrida de recuperação para vencer a sua primeira corrida pela equipe alemã. Félix da Costa partiu para uma manobra estratégica para surpreender o adversário. Este é o segundo pódio do português na temporada, em Hyderabad o piloto conquistou o terceiro lugar no pódio.
Da Costa não vencia uma prova na Fórmula E desde o segundo e-Prix de Nova Iorque disputado em 2022. O português admitiu que a rotina de resultados complicados não foram fáceis.
“Demorou, e a verdade é que algumas coisas na vida requerem paciência, trabalho. E não dá para ser fácil, continua não sendo fácil, mas o trabalho é assim, o esporte é assim. Nunca deixamos de trabalhar, nunca deixamos de acreditar”, afirmou o português.
Saiba como foi o ePrix da Cidade do Cabo
Sacha Fenestraz conquistou a pole para o ePrix da Cidade do Cabo ao derrotar Maximilian Günther no último duelo da classificação. Era a primeira vez que o piloto da Nissan estava nesta posição de honra.
A primeira prova na África do Sul começou de forma caótica, ainda na classificação a Mahindra e a ABT se retiraram da prova, após o carro de Lucas di Grassi apresentar um problema na suspensão traseira, que impossibilitou o brasileiro de participar dos treinos livres. Por motivos de segurança e para uma investigação da situação, optaram por não participar da prova.
“Uma investigação completa sobre os elementos da suspensão dos carros de corrida da Mahindra M9Electro ocorrerá no retorno da equipe ao Reino Unido. Esta decisão também afeta sua equipe cliente, ABT Motorsport. A segurança dos nossos pilotos e equipes é de extrema importância”, afirmaram através de nota.
O grid que fora reduzido em dois carros também sofreu a perda de Sam Bird. O piloto da Jaguar se envolveu em um incidente na classificação com Edoardo Mortara, ficou de fora da prova pois a suspensão do seu carro ficou danificada e a equipe não tinha como realizar os reparos antes do início da prova.
Com o grid desfalcado, os pilotos se prepararam para a largada. As temperaturas estavam altas, colaborando para uma prova em que a degradação dos pneus seria alta.
Para o evento definiram a disputa em 30 voltas, com dois acionamentos do Modo de Ataque obrigatórios, com as equipes podendo fazendo a sua estratégia, optando pelo acionamento entre 3+1 minutos, 2+2 minutos ou 1+3 minutos.
Com a largada autorizada, Fenestraz manteve a ponta, mas as disputas eram intensas. Nick Cassidy pressionou Günther pela segunda posição, mas o piloto da Maserati conseguiu evitar uma ultrapassagem.
Se a largada foi sem incidentes, antes que a volta fosse completada, Pascal Wehrlein se envolveu em um incidente com Sébastien Buemi, enquanto disputada com o piloto da Envision o sexto lugar. O piloto alemão tocou a traseira do carro de Buemi, enviando os dois competidores diretamente para o final do pelotão. Wehrlein abandonou a prova e na sequência o regime de Full Course Yellow entrou em vigor.
Neste momento os dez primeiros eram: Günther, Fenestraz, Cassidy, Evans, Vergne, Rast, Ticktum, Da Costa, Nato e Hugues. Apenas quinze pilotos seguiram em pista, pois Edoardo Mortara abandonava a prova. Pela cronometragem, Günther assumiu a liderança, após andar lado a lado com o piloto da Nissan. No giro seguinte para que a remoção dos carros acontecesse, o Safety Car se fez necessário.
A relargada aconteceu no início da sexta volta e por conta do período em Safety Car e a bandeira amarela total no traçado, a categoria adicionaria volta para a conclusão da prova. Fenestraz tentava recuperar a posição perdida para o piloto da Maserati, mas o líder começou a tomar distância. Desta forma o piloto da Nissan era perseguindo por Cassidy.
No giro seguinte foi a vez de Sergio Sette Câmara e Buemi acionarem o Modo de Ataque, tentando ganhar algumas posições e realizar as suas corridas de recuperação. Evans era investigado por usar energia superior a permitida.
Vandoorne, Dennis e Lotterer fizeram o seu acionamento do Modo de Ataque na oitava volta. A prova seguiu com os pilotos no traçado. Rast pressionava Vergne, na busca pela sexta posição. Nato perdeu posições após o acionamento da energia extra, ficando atrás de Dennis da Andretti.
Na volta dez quando Fenestraz acionou o seu Modo de Ataque, o piloto caiu para a terceira posição. Pouco depois foi a vez de Cassidy assumir a liderança da prova ao ultrapassar Günther.
Neste momento da prova os dez primeiros eram: Cassidy, Günther, Fenestraz, Rast, Vergne, Da Costa, Ticktum, Hughes, Vandoorne e Dennis. No final do pelotão, Buemi superou Sette Câmara, enquanto Evans ocupava a última posição pós acionamento do Modo de Ataque.
Com catorze voltas os primeiros colocados estavam trocando posições, Fenestraz retornou para o segundo lugar, pois o piloto da Mserati tinha ativado a potência extra, deixando o traçado regular para capitar o Modo de Ataque.
Foi na volta 19 que Dennis recebeu uma punição de Drive Through por estar com a calibragem dos pneus incorreta. Na sequência o piloto da Andretti seguiu aos boxes. Dois giros depois Günther perdeu a liderança da prova por ter cometido um erro e passado reto por uma área de escape. O piloto tinha acertado a barreira de proteção e por ter ficado com o carro danificado, o competidor da Maserati abandonou a prova.
Novamente a Full Course Yellow foi ativada, mas não durou muito pois o piloto da Maserati encontrou um local seguro para deixar o seu carro. Fenestraz que ativou o Modo de Ataque bem neste momento caiu para a quarta posição. Cassidy permanecia na liderança, seguido por Da Costa e Vergne.
Sérgio Sette Câmara se aproveitava dos abandonos e da utilização do Modo de Ataque para ganhar algumas posições, o brasileiro estava na décima segunda posição.
Com a corrida se encaminhando para o final, Da Costa era o único piloto que ainda contava com um Modo de Ataque. Por conta da proximidade com Cassidy e depois de uma grande corrida de recuperação, Da Costa perseguiu o piloto da Envision para obter a liderança da prova.
Uma punição foi aplicada para André Lotterer que não seguiu os procedimentos no Safety Car, desta forma o piloto foi penalizado com cinco segundos.
Na volta 24 Da Costa assumiu a liderança depois de colocar o carro da Porsche de lado. Três voltas depois o português cometeu um erro para o acionamento do Modo de Ataque, pouco depois precisou fazer mais uma passem pela mesma dona, sendo a oportunidade perfeita para que Vergne saltasse para a ponta.
A direção de prova adicionou apenas mais duas voltas, desta forma a corrida seria concluída em 32 giros. Da Costa seguiu perseguindo o ex-companheiro de equipe, enquanto Fenestraz batalhava pela terceira posição com Cassidy.
Com 30 giros, Fenestraz conseguiu concluir a ultrapassagem, para ficar com o segundo lugar. Da Costa mostrava que estava logo atrás de Vergne, esperando apenas um deslize do piloto francês. Porém, Da Costa fez uma grande manobra e saltou para a ponta.
HANG IT IN THE LOUVRE 🤌
A move worthy of winning any race. Take a bow @AFelixdacosta 👏#CapeTownEPrix pic.twitter.com/G2hrANaCTk
— ABB FIA Formula E World Championship (@FIAFormulaE) February 25, 2023
O português se manteve na liderança, fazendo um traçado defensivo para não ser atacado pelo piloto da DS Penske. Da Costa então recebeu a bandeira quadriculada na primeira posição. Fenestraz que comemoraria um pódio caiu para o final do pelotão, desta forma Cassidy pode comemorar o resultado.
Incredible.#CapeTownEPrix
— ABB FIA Formula E World Championship (@FIAFormulaE) February 25, 2023
Confirmation of the standings after a memorable week in Cape Town 📈
Who are you backing after five races? 🤔#CapeTownEPrix
— ABB FIA Formula E World Championship (@FIAFormulaE) February 26, 2023