Exatamente 10 anos atrás, a temporada de 2007 deu início a nova era sem o heptacampeão Michael Schumacher. Para alguns, sejam eles críticos ou não, passou a ser o grande marco para o renascimento da Fórmula 1. Justamente por questionarem inúmeras vezes que não existia mais grandes emoções nas transmissões das corridas e até mesmo, entre os confrontos diretos com as equipes Ferrari e Mclaren.
A Scuderia italiana, apostava fortemente nos pilotos Kimi Raikkonen, duas vezes vice-campeão mundial, e Felipe Massa, terceiro colocado no campeonato anterior. Enquanto a rival Mclaren, incorporava o bicampeão mundial Fernando Alonso e novamente apostando alto no jovem e desconhecido piloto britânico Lewis Hamilton.
| 22 de Julho, 2007.
Apenas as 60 voltas do autódromo Nurburgring, na Alemanha, seriam capazes de separar os homens dos meninos. Diante disso, todos já imaginavam que pelas condições e suposições extra pista, o GP da Europa seria um divisor de águas. O décimo grande prêmio da temporada havia criado não apenas enormes especulações, mas uma rivalidade entre Kimi Raikkonen e Fernando Alonso.
Na primeira fila, Raikkonen dominava a pole, enquanto Alonso na segunda posição mostrava ao finlandês que para ele conquistar a vitória teria que fazer muito mais do que entrar na pista como favorito.
Felipe Massa, abria a segunda fila na terceira posição, seguido pelo piloto alemão Nick Heidfeld, na quarta.
Iniciado a corrida, Raikkonen segurou firme a pressão e não conseguiu ultrapassá-lo, abrindo espaço para Massa que saiu muito bem e passou a frente, assumindo a segunda posição.
Robert Kubica, ao tentar ganhar posições acabou sendo tocado e rodou na pista, mais adiante Lewis Hamilton que havia largado na décima posição, foi ousado em forçar para ficar entre os primeiros, enquanto David Coulthard disputando para sair das últimas posições acabou sendo tocado e se perdeu na pista, mas rapidamente conseguiu retornar.
Um início de corrida com muita pressão e ao mesmo tempo caótico com a chegada de uma forte chuva ainda na primeira volta que obrigou muitos pilotos retornarem aos boxes.
Nesta ansiedade para ir trocar os pneus, muitos pilotos acabaram perdendo o traçado da pista, algo que para os organizadores do evento resultaria em algumas punições.
Os pilotos abaixo, optaram em não entrar nos boxes junto com o primeiro pelotão, são eles:
- Raikkonen
- Winkelhock
- Sato
- Fisichella
- Wurz
- Trulli
- Kubica
Eles abriram a segunda volta, de certa forma meio descompassada, ou melhor, acreditaram que seria uma grande oportunidade de criar uma nova estratégia. Mas a chuva não deu trégua. Resultando ao piloto italiano, Fisichella, uma rodada metros depois, mas ainda assim conseguindo retornar a pista. O alemão, Markus Winkelhock, acaba liderando na terceira volta. Enquanto Raikkonen, recebia ordens para entrar nos boxes, saindo rapidamente em 6.6 segundos.
Um pouco mais a frente, o inglês Jenson Button, se perde na primeira curva devido a aquaplanagem, perdendo o controle do carro e indo diretamente de encontro ao muro de pneus, resultando no abandono da corrida. Segundos depois, enquanto ele saía do carro, os pilotos: Adrian Sutil, Lewis Hamilton, Nico Rosberg, Scott Speed e Vitantonio Liuzzi, no mesmo trecho também acabaram rodando e abandonando a prova. Contudo, somente o carro de Hamilton voltou, com o apoio dos assistentes na pista o colocaram de volta na corrida.
Ainda na terceira volta, bandeira amarela e Safety Car para impedir maiores e futuros acidentes entraram em cena naquele rápido dilúvio em Nurburgring.
A prova recebeu bandeira vermelha. Nos minutos seguintes, os organizadores estavam avaliando as condições de retorno da prova. Enquanto isso, na quarta volta a chuva para de repente e respeitando as colocações atuais, um novo grid acaba sendo formado com os seguintes pilotos:
- M. Winkelhock
- F. Massa
- F. Alonso
- M. Webber
- D. Coulthard
- H. Kovalainen
- K. Raikkonen
- A. Wurz
- R. Barrichello
- G. Fisichella
- R. Kubica
- R. Schumacher
- T. Sato
- J. Trulli
- N. Heidfeld
- A. Davidson
- L. Hamilton
O reinício da corrida, após a saída do Safety Car foi possível somente na sétima volta, até mesmo quando tiveram confirmação que não havia possibilidade de chuva nos próximos trinta minutos. Com isso, Massa consegue realizar uma boa ultrapassagem, tomando a frente e assumindo a primeira posição.
Lewis Hamilton, acaba tendo diversos problemas com o seu carro e acaba caindo para a última posição.
Na décima volta, a disputa entre Massa e Alonso começa a esquentar, o brasileiro vai resistindo e fazendo uma boa corrida. Todos os pilotos, passam a procurar espaços mais secos na pista. Winkelhock, na décima terceira volta acabou abandonando por problema no motor. Enquanto Hamilton, ainda volta atrás de volta, encarava uma tensa corrida de superação.
Décima oitava volta, Heidfeld toca em Ralf e o tira da pista, o piloto alemão ficou irado ao abandonar a pista. E na volta seguinte, Takuma também acaba deixando a prova por problemas mecânicos. Lá na frente a disputa entre Massa e Alonso pega fogo, com direito a volta mais rápida do Felipe Massa.
Tudo indicava que o piloto brasileiro levaria a vitória pra casa, mas faltando oito voltas para o final, a chuva ameaçava retornar causando uma enorme preocupação as equipes.
Com cinco voltas restantes, água mole, pedra dura. Tanto bate até que fura, o espanhol Fernando Alonso ultrapassa Massa com uma excelente e inesquecível manobra com direito ao famoso roda com roda para o delírio de fãs e equipe que vibram horrores dos boxes. Por fim, Alonso abre vantagem em cima do Felipe Massa e o brasileiro vê escapar entre os dedos a vitória para o espanhol.
| Curiosidades
- 778º GP
- 18ª vitória para Fernando Alonso
- 153ª vitória para McLaren
- 58ª vitória para Mercedes como construtor de motor
- 400º Grande Prêmio para Renault como construtora de motor
- 60 voltas x 5.148 km – 308.863 km
- Pole Position: Kimi Räikkönen
- Volta mais rápida: Felipe Massa, 01:32.853